Capítulo 8

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Ar fresco

Angra dos Reis - Rio de Janeiro, 2038.

As meninas acordaram com o som ensurdecedor dos alto-falantes.

"Meninas do corredor onze, compareçam ao portão principal. Meninas do corredor onze, compareçam ao portão principal."

- Ah, já são seis horas! - Disse Helena com metade do corpo para fora da cama caído sobre as teclas do notebook, acabou dormindo em cima do mesmo.

Ela se espreguiçou, pegou os óculos no criado mudo e olhou para a tela do computador que estava preta e coberta de letras e números azuis.

- Ah, claro! Error 2.897! Sempre ele... Depois que inventaram essa porcaria... - Helena apertou um botão do lado do teclado e uma "gavetinha" se abriu do lado do notebook - De bateria com fácil remoção... Os Notebooks ficaram uma bosta, toda hora isso queima!

Ela pegou o disquete/bateria que estava na "gavetinha" e olhou bem para ele.

- É! Como eu imaginei!

Seu celular começou a tocar.

- Ué, onde eu pus o celular? - Ela se enfia nos lençóis - Perdi o celular de novo!

Ela pega uma bolinha de metal na primeira gaveta do criado mudo e a joga no chão. Esta reproduz um holograma gigante da tela do celular. Ela arrasta o botão de atender a chamada e vê Jane.

- Qual foi Grandona? Qual é da parada? - Ela pergunta enquanto procura na mesma gaveta um disquete/bateria.

- Oi Cyborg, está atrasada!

Helena senta no chão e coloca o novo disquete na máquina e reinicia o processador do Notebook - Isso! Atrasada? Pra quê?

- Amanhã às seis? - Falou Jane imitando Helena com deboche.

- O treinamento! Vou desligar, chego em um minuto.

Ela passou a mão no ar para baixo e o holograma se desfaz.

- Onde ela está? - Perguntou Anahi.

- Com os brinquedinhos dela, mas disse que já vem. Olha só a Vitória... - Disse Jane à Anahi.

- Ela é meio fechada... Tô aqui à cinco anos e... Bom, pelo que eu me lembre ela sempre foi assim!

- Ela é esquisita, muito esquisita... Vou ficar de olhos abertos com ela...

Anahi acaba sendo puxada por Beatrice que logo entra em outro assunto.

Jane fica encarando Vitória que acaba percebendo e a encara de volta. A tensão acaba quando todas prestam atenção em Helena, com a roupa que todas usavam suja de pasta de dente e segurando o chapéu na cabeça para não voar, que chega correndo.

- Quanto tempo? - Pergunta ela com as mãos no joelho.

- Quinze minutos! - Diz Luz com desprezo - Com sorte não teremos que fazer polichinelos!

- Você nunca está de bom humor? - Pergunta Helena.

- Não! Não posso ficar de bom humor... - Luz aperta um botão no interfone do corredor, elas estavam todas paradas em frente ao portão principal - Estamos todas aqui!

Assim que ela larga o botão o portão começa a se abrir e revela a luz do sol e o ar fresco.

- Sejam bem-vindas meninas! - Diz o Major por um alto-falante acoplado à parede como haviam por toda a base - Essa é a nossa praça.

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