Capítulo 7

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Meninas perdidas

Rio de Janeiro - Nova Iguaçu, reserva ambiental Onda Verde, 2040.

- Cheguei meninas! - Diz Anahi entrando e trancando a porta da casa em que agora morava com suas respectivas colegas.

- Anahi e então conseguiu nossas coisas?

- Olha, vocês são todas muito exigentes, mas eu consegui... Comprei toda a comida, as tintas de cabelo, os absorventes de marca separada porque algumas têm alergia, também trouxe os equipamentos para você Helena e um chapéu!

- Ah, que maravilha! Estou ansiosa para tirar essa pulseira... - Disse Helena balançando a pulseira em seu pulso - Bom, esse chapéu não é como o meu, mas vai servir temporariamente.

Elas haviam arrumado abrigo na Onda Verde há cerca de seis meses e ainda não haviam sido pegas desde que fugiram da base. Na reserva ambiental havia uma casa ecológica feita de conteiner e de todo material reciclável que se possa imaginar.

Na sala haviam três sofás reciclados que não faziam eles serem menos confortáveis. Ali estavam Helena, Beatrice, Jane e Vitória.

Margarida estava fumando um cigarro na varanda dos fundos.

- O que houve com a florzinha? - Perguntou Anahi preocupada.

- Ela está assim desde que descobriu sobre a morte do irmão dela e sobre o plano de extermínio das pessoas mudadas geneticamente pela Feminiliquitina. - Disse Vitória sem tirar os olhos de seu livro - Ela ainda tem muito que aprender sobre o mundo e as pessoas!

Do quarto saiu Lia.

- Então a panaca das flores voltou? Trouxe o que eu mandei?

- Luz?

- Não! Essa é a Lia! - Disse Helena mexendo no computador com os disquetes que Anahi trouxe para ela - Segundo minhas pesquisas e análises, parece que Luz tem dupla personalidade e as personalidades assumem totalmente o corpo dela, Luz não pode interferir quando Lia chega!

- É porque ela é uma fracote! - Disse Lia/Luz - Acho bom você ter trago minha pasta de amendoim.

- Mas você pediu geléia de morango... - Disse Anahi mostrando o vidro de geléia.

- Você é uma inútil! - Diz Lia dando um tapa na mão de Anahi jogando o vidro de geléia no chão.

- Você é louca? Achei que seria legal ter mais uma negra na equipe, mas você é horrível garota! - Disse Jane.

Uma confusão foi posta na sala. Vitória revirou os olhos, jogou o livro para o lado e saiu até a varanda dos fundos.

Margarida continuou olhando o céu nublado que pintava a tela natural juntamente com a mata que ficava à uns metros da Onda Verde. Vitória se apoiou no pequeno muro da varanda ao lado de Margarida.

- Não sabia que você fumava...

- Não fumo... Tudo isso mexeu com a minha cabeça... Eu sou um monstro... - Ela deu uma tragada no cigarro e deixou a fumaça se misturar com o leve vento.

- Você não é um monstro, não foi sua culpa. - Disse Vitória um tanto seca.

- Eu causei o acidente... Como pode não ser minha culpa? Na hora que o general falou aquelas coisas eu não recuperei totalmente minha memória, sinto que muita coisa se perdeu, mas lembrei de coisas importantes, sei que amo sereias e café, minha cor favorita é azul, amo artes em geral, tinha quatro gatos, minha mãe era muito exigente e nada amigável, meu padrasto não era uma pessoa muito gentil, eu tinha uma namorado e eu tinha... Um irmão. - Os olhos de Margarida começaram a ficar marejados.

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