Sombra-do-Corvo, Galtero.
Parte I
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...
A garota corria enquanto gritava, os guardas em seu encalço.
- VOLTE AQUI LADRAZINHA!
Ela olhou para trás e os guardas da cidade a perseguiam, estavam quase lhe alcançando.
As ruas cheias do comércio dificultavam a fuga, as barracas e vendedores ambulantes estavam por todos os lugares, não apenas nas calçadas.
- VOCÊ NÃO VAI ESCAPAR! – Os guardas continuavam gritando.
A garota desviava das pessoas, corria pelas ruas que conhecia tão bem, os becos, as saídas escondidas, as portas do fundo das lojas, tudo estava gravado em sua mente e facilitava sua fuga.
Entrou em uma viela estreita, as barracas espremidas uma perto da outra deixavam espaço para apenas uma pessoa passar por vez, isso atrasou os guardas, ela ziguezagueava entre os comerciantes, se abaixou atrás de uma das barracas e foi se arrastando pelo chão até alcançar um beco próximo, subiu em cima do lixo que ali estava e alcançou a escada de emergência do prédio ao lado.
A escada rangeu, a garota subia com cuidado e rapidez. Ficou em silêncio e aguardou.
- Pare aí mesmo. – Ouviu os guardas gritando ao longe, podia ver eles seguindo pela viela até o final e voltando. Esperou mais alguns minutos e desceu da escada, eles haviam ido embora.
A garota tirou a máscara de pássaro e as luvas de couro, bateu em um botão, as engrenagens giraram e a bolsa que carregava de travessado pelo corpo abriu, guardou tudo dentro dela e saiu do beco.
Estava a duas ruas de distância, caminhava atentamente entre as pessoas.
O comercio em Sombra-do-Corvo sempre é cheio, e ainda mais cheio aos finais de semana quando as caravanas de outras cidades desembarcam para comprar qualquer coisa.
As conversas se misturavam com o grito dos vendedores ambulantes, tudo o que você quisesse era possível encontrar. E se não fosse possível achar em uma loja.... Bem, esse era o motivo da garota ter seu dinheiro.
Um sino tocou assim que ela empurrou a porta, isso desencadeou uma série de sons pelos sinos seguintes até que o dono da loja de penhores viesse até o balcão e apertasse o botão para que eles parassem.
- Ah, olá Ramona, o que temos hoje? – Perguntou o homem.
Era um homem de meia idade, usava um terno verde surrado e um enorme chapéu cheio de fivelas, seu casaco possuía diversas tiras de metais e correntes em todos os lados.
- Vim lhe trazer isso. – A garota colocava a pequena bússola em cima do balcão. – Pode me dizer o quanto vale.
O homem se abaixou e observava atentamente os detalhes daquela bússola, a corrente de metal, as engrenagens, o ponteiro, tudo.
- Bem, isso vale 15 moedas.
- Aceito. Vou troca-lo.
- Negócio feito. – O homem sorria e enquanto guardava a bússola no bolso retirava de um baú as 15 moedas e entregava a garota.
Ramona estava quase saindo da loja de penhores quando o homem lhe chamou.
- Tenho um trabalho para você.
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Jornada Em Contos
General FictionOlá leitor, Esse é livro do projeto Jornada Em Contos. Serão histórias que se passaram dentro de uma das cidades dos reinos de Arcania e Galtero, contos independentes e sem ligação direta com a organização da maratona. #JornadaMLV (para saber sobre...