Do Outro Lado é Mais Frio

30 4 0
                                    

El Buiré, Arcania.


   Garguen e Tufiana andavam pela floresta, não sabiam onde estavam, muito menos para onde iam, nem ao menos sabiam se chegariam a algum lugar.

- Como foi chegamos aqui Tufiana? - perguntou Garguen, olhando para a irmã.

Tufiana deu de ombros e continuou a andar, não se importava se estava perdida, não fazia diferença para ela, ali era bem melhor.

Garguen Thyefelt, o primeiro de seu nome, havia chegado a pouco na cidade de El Buiré, o insistente vai e vem de mercadores que gritavam para chamar a atenção da freguesia o irritava, não pisava em terrinhas como aquela, mas desta vez, foi algo necessário, uma cidade como esta possui os melhores magos de todos os reinos, era disso que ele precisava.

Chegando ao seu destino, ele fez um movimento para que o cavalo parasse, era um grande castelo. Garguen analisara o local, existiam muitas árvores ao redor do edifício, mas nenhum pássaro cantando, um rio corria logo ali perto, só que mesmo se concentrando, ele não conseguiu ouvir barulho de água. O portão principal do castelo se abriu. Garguen começou a andar, aos poucos penetrando no local. Quando ele voltou suas atenções para atrás, seu cavalo já não estava mais lá.

Tufiana caminhava tranquila por entre as árvores, no meio da floresta que aos poucos ficava mais e mais escura e sombria, já Garguen, tinha um andar mais cuidadoso, não podia deixar que algo acontecesse com sua irmãzinha.

- Tufiana, venha para perto de mim, não se afaste. - falou Garguen com a voz trêmula.

Os poucos pontos de luz que surgiam graças aos raios de sol que passavam por entre as folhas das árvores pareciam dançar, iluminavam pouco, mas era o suficiente para que eles conseguissem enxergar algo. Os pelos do pescoço de Garguen se eriçavam enquanto ele caminhava pela trilha (que era apenas um rastro mato prensado no chão). Eles avançaram mais um pouco, pareciam estar andando em círculos, tudo era muito parecido naquela floresta.

- Garguen, tá ouvindo? - perguntou Tufiana arqueando as sobrancelhas.

Garguen parou de andar, concentrou-se, nada. Ele olhou confuso para Tufiana, que logo lhe disse:

- Estamos em uma floresta, não acha estranho não ouvirmos nenhum animal?

Os dois pararam, o silêncio era amedrontador, mas foi neste momento que eles viram e ouviram uma criatura se debater no meio de alguns arbustos.

Garguen estava dentro do fabuloso castelo, era mal iluminado, mas ele conseguia se locomover. Quando uma das tochas que estavam apagadas se ascendeu sozinha, ele deu um pequeno salto para o lado, e a partir deste movimento, ascenderam-se mais tochas, formando um caminho iluminado pelo qual ele seguira.

O castelo era realmente gigantesco, ele percebera durante sua longa caminhada que o levou até uma porta que ia do chão ao teto, que se localizava no subterrâneo do local, e mesmo ela sendo pesada, ele a abriu, neste ato, todas as tochas se apagaram.

- Entre Garguen. - falou o homem que estava sentado no chão, diante de uma pequena mesa de madeira.

Ao adentrar a sala, a pesada porta de ferro fechou-se atrás dele. Ele a fitou, aquele lugar dava-lhe arrepios, mas nunca que Garguen Thyefelt admitiria tal coisa.

- Fez o que pedi? - perguntou o homem - os largou na floresta?

Garguen confirmou com a cabeça.

Jornada Em ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora