O Livro de Jordac

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Elben, Arcania.


Mir desperta de seus sonhos com um leve baque na porta, um comissário do rei requisitando sua presença na sala de reuniões. O sacerdote estranha tal pedido pela hora tão inoportuna, porém se apressa em colocar suas vestes, cruzar a porta de madeira e seguir rumo leste acompanhado pelo comissário. Supondo o motivo de sua convocação em tal inadequada hora, o rei deveria ter retornado de uma de suas caçadas com um assunto importante. Encontra os corredores vazios exceto pelos soldados de guarda, o sol ainda levaria cerca de uma hora para nascer.

Ao adentrar a sala, encontra o Rei Renly. Alguns de seus conselheiros e sacerdotes dispostos na longa mesa de carvalho. A sala somente era usada para reuniões importantes sobre o reino, em sessões longas e trabalhosas que ocorrem com raridade no ano. O Rei debruçado sobre algumas cartas nota a entrada de Mir, limpa a garganta e começa a reunião.

– Meus senhores, peço perdão por incomodá-los em tal prematura hora do dia, mas o assunto é de vital importância para o reino. – Mir se senta em uma das cadeiras à direita do Rei, aguardando a revelação da notícia. – Temo que já ouviram boatos da tomada de El Buiré por bárbaros das Ilhas de Fogo.

Mir entra em choque com a notícia e a sala é tomada por exclamações de surpresa e de dúvida: "Quem são eles?", "Em quantos vieram?", "É uma ameça ao nosso reino?", "Como ousaram invadir Arcania?", "Isso não pode estar acontecendo...".

O rei, impaciente, limpa a garganta pedindo silêncio.

– As únicas notícias até então foram de comerciantes que deixaram a cidade no instante em que ouviram os gritos. Dizem que são mais de 3 mil guerreiros armados que atacaram ao anoitecer. Nenhuma tropa previu o ataque, então pegaram nossos guardas de surpresa.

– Então ainda não sabemos o que querem, quem os lidera e por quais motivos. –- murmura Mir.

– O que pensará Galtero dessa difamação? Precisamos enviar uma tropa o quanto antes para evitar maiores estragos.– o comandante da guarda, Albastar, proclama em fúria. – Se permitir que selvagens quaisquer invadam nossas terras, Arcania estará perdida. A solução é reunir um exército e partir imediatamente pelo porto.

– Como bem sabe, Albastar, não possuímos os homens necessários. – o rei declara em voz dura. – A tomada da cidade é realmente inesperada e nossos magos mais poderosos não são páreos contra 3 mil homens.

– Mas devemos agir imediatamente, senhor! – exclama o mestre da moeda – El Buiré é nosso centro comercial, toda nossa economia depende dela. Peça ajuda de Galtero se necessário, mas não podemos deixar a situação dessa maneira.

– Desde a Guerra dos Reinos, nossa relação com Galtero não é boa. Esconderemos o assunto até encontrarmos uma solução. Mas, em todo caso – Renly se dirige ao comandante da guarda -, comece a preparar os homens para um futuro confronto.

Albastar concorda com veemência, se levanta e deixa a sala apressado.

– Mir, mande uma mensagem a Nefáto e ao conselhos dos magos mais poderosos do reino explicando a situação, tenho certeza que irão oferecer alguma ajuda. Use nossos métodos seguros, não queremos que a notícia se espalhe.

O sacerdote faz uma reverência e deixa a sala de reuniões. Se encaminha para o outro lado do castelo, em direção à biblioteca.

Os primeiros raios da manhã iluminam as grandes janelas da biblioteca, após mandar as mensagens e realizar o desjejum, Mir caminha pela área restrita em busca de uma solução para a invasão dos bárbaros das Ilhas de Fogo. Tendo verificado os livros de história a procura de uma estratégia possível, não encontrou nada que o satisfez.

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