CHAPTER THREE

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ATUALMENTE

New York, 18 de Janeiro de 2018

Escuto uma batida na porta e paro de bater no saco de areia. Me viro e vejo Ben, meu melhor amigo e parceiro, encostado na porta da sala de treinamento da agência, me olhando com um olhar que faria qualquer um fugir para 5km de distância, menos eu.
- Eu estou aqui me perguntando quem será a coitada que a agência toda esta falando, na qual esta indo para uma missão para se infiltrar na equipe de vigilantes... - Ele diz andando em direção ao lugar onde fica as almofadas de treinamento com uma fúria palpável
- Ben...
- ...E imagina a surpresa que eu tive ao descobrir que a suposta agente é a minha parceira, - diz pegando as almofadas - minha suposta melhor amiga - Sua voz esta carregada de ironia. Ele se vira e começa a caminhar em minha direção - aquela a quem eu daria minha vida - diz ja na minha frete levantado as almofadas indicando para eu bater nelas - E adivinha: eu fui o último a saber.
Começo a socar as almofadas e durante alguns segundos tudo o que se pode ouvir é o som da batida.
Um...Dois...Um...Dois
- Desculpa, ok ? - digo parando e olhando para ele - O tenente me falou ontem após a reunião. - Tiro as luvas especiais e as jogo em algum lugar. - Eu queria te contar mas você não estava na unidade.
- Eu tinha que conferir um caso. - Ele abaixa a cabeça, mas depois balança freneticamente. - Mas isso não importa, você podia ter me ligado ou mandado mensagem. - Ele anda um pouco, mas depois volta para o mesmo lugar na minha frente. - Ou sinal de fumaça. - Diz com a raiva já diminuindo.
- Eu sei, mas isso não é algo pra conversar no telefone ou por sinal de fumaça - Dou um sorrisinho e ele sorri de lado.
- Tudo bem, mas eu só te perdoo se pagar o almoço. - Diz indo guardar as almofadas que eu deixei jogadas no chão.
- De novo? Eu paguei semana passada!
- Sim, mas não fui eu que escondi que estava indo para uma missão suicida - diz levantado uma sobrancelha. Reviro os olhos e levanto os bravos em rendimento.
- Tudo bem, tudo bem - Suspiro exausta - Me espera aqui, vou tomar um banho rápido e então nos vamos - digo indo em direção do vestiário.

Flashback
New York, 3 de Março de 2016

- Aisha Thompson. - Steve sussurra no escuro da noite.
- Você não vai parar de sussurrar meu nome? Esta começando a me assustar. - Digo brincando. Ele se vira pra mim, com as mãos acima da cabeça fazendo um símbolo estranho e uma careta, acompanhada de um barulho esquisito.
Depois de uns 30 segundos desse jeito. Ele para e me olha indignado.
- Não esta assustada?
- Nem um pouco. No máximo acho que você bebeu muito daquela bebida colorida. - Sorrio e ele revira os olhos azuis.
- Ou talvez você que não tomou o suficiente. - Ele põe as mãos nos bolsos do casaco que esta vestindo e da de ombros. Isso me faz prestar mais atenção em sua roupa. Steve esta vestindo uma camisa branca por debaixo do casaco azul escuro, calças jeans azul escuro e um tênis que parece ser bem caro. Enquanto eu estou apenas com um vestido liso vermelho com saia rodada e uma sapatilha. - Alias, por que você não bebe? - Ele me tira de meus pensamentos. Penso se conto a verdade ou invento alguma coisa. Acho que não tem problema se eu contar a verdade.
- Meus pais morreram por causa de um acidente. - Olho para baixo e sorrio triste. - E o motorista do outro carro estava bêbado. - Me esforço para não ficar com os olhos marejados, mas é quase impossivel. - Depois que soube disso, nunca mais tomei um gole sequer de bebida alcoólica. Ate hoje é claro.
- Estou me sentindo um monstro por te oferecer aquela bebida. - Ele fala com uma voz carregada de ódio. Encaro ele e sorrio.
- Tudo bem, até que sua bebida era gostosa. - Tento amenizar aquela conversa. - Mas e seus pais? - Mudo de assunto.
- Eles vivem aqui em Nova York. - Sua voz é alegre, como se estivesse tentando me fazer sorrir a todo custo. - Em uma casa tão grande que parece ate um castelo.
- Isso torna você o Príncipe, então? - Levanto uma sobrancelha. Ele da de ombros.
- Acho que Robert é mais digno do cargo.
- Ouvir alguém chama-lo de Robert é quase tão estranho quanto chamá-lo. - Ele segura o riso. Entramos em uma rua mais deserta, com apenas um outro bar funcionando no fim dela.
- O "Tenente Ross" é mais digno. - Ele corrige, me fazendo rir.
- Obrigada.
- E você? Tem irmãos?
- Sim. Tenho um irmão de 17 anos. - Olho no relógio e vejo que são quase 22hrs. - Posso dizer com toda certeza que adolescentes não são gente. - O comentário o faz rir alto.
- E por que diz isso?
- Como pode existir pessoas tão preguiçosas? Eles acham que tudo gira ao redor deles todo o tempo. - Falo indignada. Lembro de todas as vezes que me estressei com Jonathan. - Mas acima de tudo eu amo ele.
Um vento frio passa por nos e eu não consigo segurar o frio. Me abraço para tentar aquecer os olhos descobertos. Steve começa a tirar seu casaco e termina colocando-o sobre meus ombros.
No silencio da noite, ouço ele se aproximar mais de mim. Steve pega minha mão e me faz parar de andar. Ele me puxa para perto dele e me prende com seus braços nas minhas costas
- O que você...
- Shh! - Ele ssussurra - Escuta.
Faço silêncio e tento escutar o que ele quer que eu ouça. E então eu consigo. Bem longe está tocando uma musica lenta. Ele me olha com um brilho nos olhos tão intenso que parece que estou olhando para as próprias estrelas no céu.
Steve me puxa para a pista vazia e começa a se mover comigo ainda presa ao seu corpo.
- O que esta fazendo? - Pergunto curiosa.
- Dançando com você. - Ele sussurra em meu ouvido.
A noite fria e escura, o céu estrelado, a música distante, Steve colado a mim. Esse é o melhor dia da minha vida.
Quando a musica para, Steve se recusa a me soltar.
- Steve?
- Oi? - Sua voz quase não sai.
- Eu preciso voltar pra casa. - Digo ao me lembrar de Jonathan. Steve me olha e sorri.
- Claro. Vem comigo. - Ele pega minha mão e vamos caminhando juntos de volta para o bar.
Quando chegamos ao lugar barulhento, ele solta minha mão e eu volto a respirar.
- Da próxima vez, marca um encontro em um lugar mais aconchegante. - Ele pisca pra mim. Eu sorrio tímida e assinto com a cabeça.
- Prometo que da próxima vez será um lugar melhor. Que tal no Restaurante do Leny? - Digo entre risos. O restaurante é tão ruim que acabou sendo fechado por ter animais ja cozinha, no caso, ratos.
- Na verdade eu estava pensando no Per Se, você conhece? Me falaram que é muito bom. - Ele me dá um sorriso sedutor. Abro a boca e nego com a cabeça.
- É serio? Mas lá é impossível de se conseguir uma mesa. Apenas com meses de antecedência. - Gaguejo um pouco ao falar.
- Eu sou amigo do dono. Lá tem a melhor comida fran... - Ele não consegue terminar porque eu estou agarrada ao seu pescoço. Ele me abraça também.
- Foi uma noite maravilhosa. Obrigada, Steve. - Olho em seus olhos. Estamos a centímetros um do outro.
Steve pega minha mão e a beija em um gesto muito doce. Então ele se inclina e beija minha bochecha. Sorrio para ele e ele faz o mesmo.
Sou a primeira a me afastar. Enquanto caminho até o meu carro, sou invadida por muitos pensamentos, todos sobre Steve. Quem diria que algum dia eu conheceria alguém tão perfeito.
Mas infelizmente, nem o jarro mais perfeito é inquebrável.

ATUALMENTE

18 de Janeiro de 2018

- Você vai mesmo fazer isso? - Ben pergunta quando saímos do prédio.
- Vou. - Digo decidida. - Por quê? Acha que eu não consigo?
- Não é isso. - Ele nega com a cabeça e abre a porta do carro dele. - É que, sei lá, é perigoso. - Nós dois entramos no veículo.
- Ben, eu trabalho pro FBI. Minha vida já é perigosa por si só. - Tento sorrir para ele, que da de ombros.
- Mesmo assim, - Ele se vira para mim e pega minha mão. - Toma cuidado. - Olho nos olhos dele e vejo que expressam um pouco de medo. Assinto com a cabeça. Ben sorri e desfaz o toque de nossas mãos de vagar. - Vamos ver o jogo hoje? - Solto um grunido infeliz e nego freneticamente com a cabeça.
- Você sabe que eu odeio esses jogos de Hóquei.
- Mas você sempre fica tão feliz com o resultado final. - Ele liga o carro.
- Sim, porque significa que ja esta acabando. - Ele me olha com uma careta e eu sorrio de verdade pela primeira vez no dia.
Ben Griffin é meu melhor amigo. Está presente nos momentos bons e ruins e está la sempre que preciso dele. Tenho uma imensa compaixão por ele. Mas, infelizmente, não do mesmo jeito que ele tem por mim.
Ben nunca me disse diretamente, mas não tenho dúvidas de que ele sente algo por mim que vai além da amizade. Eu já tentei corresponder inúmeras vezes, mas não consigo ver ele como algo maior do que o que nós temos. Porém, enquanto ele quiser continuar sendo apenas meu amigo, estarei sempre com ele.
- Qual é o seu trabalho exatamente? - Ele pergunta quando estaciona o carro em uma vaga do restaurante.
- Meu trabalho é me infiltrar, fazer eles confiarem seus segredos a mim e destruí-los.
- Você fala como se fosse fácil. - Ele abre a porta e sai do carro.
- Não deve ser tão difícil, são só um bando de valentões. - Dou de ombros. Ben me olha fixamente por alguns segundos, mas depois apenas aperta os lábios e assente com a cabeça.
- Claro, prender os criminosos mais procurados da América não deve ser tão difícil. - Ele dá de ombros e entra no restaurante primeiro que eu. Vou atrás dele.
- Primeiramente, tudo que terei de fazer é ser uma "aliada" deles e compartilhar o que eu descobrir com o resto da equipe que vai estar me ajudando. O tenente ainda vai me passar os detalhes e me familiarizar com a equipe. - Falo baixo quando sentamos em uma mesa perto da janela. - E segundo, por que você não fala mais alto? Acho que a China não te ouviu ainda. - Ben revira os olhos. Ele sabe que precisamos ser discretos, mas às vezes parece que não se importa com isso.
- Aisha, isso não é brincadeira! - Sua voz esta carregada de preocupação. Ele olha pra mim como se eu não estivesse vendo algo óbvio.
- Calma tigrão, eu sei o que estou fazendo. - Pego o cardápio e finjo estar prestando atenção nas fotos de comidas gordurosas e nojentas.
- Sabe mesmo? Ou será que só esta atrás de vingança? - Ben levanta a voz e eu lhe lanço um olhar que poderia matar alguém se pudesse.
- Que tal mudarmos de assunto? - Respiro fundo e desvio o olhar para a garçonete que se aproxima.
- Já escolheram o que vão pedir? - Sua doce voz invade o local.
- Um pouco de verdade e uma pitada de sinceridade, por favor. - Ben sussurra, mas eu consigo ouvir bem.
- Desculpe, não ouvi. - Ela responde do jeito mais doce que pode.
- Quero uma porção de batata fritas com queijo, por favor. Grande. - Ela anota e quando acaba se vira para mim.
- Apenas uma água.
- Claro. Com licença - Ela sai e eu me viro novamente para Ben, que da de ombros.
- Estou com fome.
- Se quer se matar é mais fácil enfiar logo uma faca no peito. - Refiro os olhos, mas em vez de ficar irritado como imaginei, ele ri.
- É só fast food, Aisha. Não é o fim do mundo. - A garçonete trás minha agua e as batatas de Ben alguns minutos depois. Ele ataca a comida com tanta ferocidade que chego a pensar que possa ter ouro dentro de alguma das batatas. - Alias, - Ele diz com a boca cheia, me fazendo exibir uma careta. - certza que vamos ter sucesso nessa missão. Advinha quem vai estar na sua equipe?
- Quem? - Me inclino para ouvir melhor.
- Ninguém mais que o melhor agente do FBI. - Ele faz uma pose sexy e eu não consigo controlar o riso.
- Por favor diga Paul Walker. - Junto as mãos e finjo rezar em silencio. Ele sorri e me da um empurrãozinho de leve.
- Eu é claro. - Ele aponta para si e eu rio alto.
- Claro, como pude achar que era qualquer outro agente do planeta? - Rimos juntos e começamos a conversar sobre a missão.

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Olá pessoal!

Este capitulo foi um pouco maior que o esperado. Se vocês gostarem desse tipo de capítulo (grande) falem nos comentários. Votem e coloquem em suas bibliotecas porque isso nós ajuda MUITO💕. Estamos aqui para qualquer crítica, seja ela boa ou ruim.

OBS: Não esqueçam de compartilhar a fanfic.

Bjs😘

May & Nick

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