Atualmente
New York, 17 de Janeiro de 2018
- Você está bem? Sei o quanto isso é difícil para você. - Diz o tenente Ross.
Depois da reunião, na qual o tenente nos informou sem muitos detalhes sobre uma missão para acabar com os vigilantes, ele pediu para que eu ficasse na sala para conversar, e, sinceramente, eu acho que preciso dele nesse momento. Ele é o único que entende o que passa no meu coração e na minha mente. A dor que muitas vezes quase não me deixa respirar
- Não é só difícil para mim, ele era seu irmão. - O Tenente Ross se senta na minha frente e dá de ombros.
- E seu noivo. - Ele diz - E por mais que você o continue amando, em algum momento terá que seguir em frente.
- O que você queria conversar comigo, tenente Ross? - Digo mudando de assunto. Estou começando a me arrepender amargamente por ter ficado na sala, ele pode ser meu tenente, mas falar sobre seguir em frente sem Steve não é algo que eu queira conversar. Nem agora e nem nunca.
Com um suspiro, ele assente com a cabeça e pega uma pasta em cima da mesa.
- Queria falar sobre a missão contra os vigilantes.
- Especificamente sobre...? - Digo ríspida. Esta é quem eu sou atualmente. Ríspida, seca e grossa, como Ben diz.
- Como você sabe, todas as unidades estão nessa missão. Mas concordamos que precisamos de alguém para se infiltrar na equipe de vigilantes para conseguir informações. - Ele da uma pausa, me passando a pasta cheia de fotos. - E eu indiquei você para essa tarefa.
Passo as páginas da pasta lentamente.
- E por que eu? - pergunto levantando o olhar para o tenente. - Existem agentes das outras unidades que também podem se infiltrar.
- Sim, existem outros agentes. Mas eles não tem seu preparo, sua capacidade e, além de tudo, eles não tem sua motivação. - E com isso ele se levanta. - Mas é você quem decide, se quiser a missão leia o arquivo e estude os integrantes da equipe de vigilantes - E me fitando com aqueles olhos tão familiares, continuou - Mas se não quiser a missão, não leia e saia pela porta. Eu vou entender se não quiser.
Assim, ele caminha até a porta, me deixando com aqueles arquivos em mãos.
Encaro os papéis, me perguntando mentalmente que merda eu estou prestes a fazer.
Pego os papéis na minha frente e leio com atenção.FLASHBACK
New York, 3 de Março de 2016
Me sento em uma mesa de frente para o palco vazio e peço uma água para a atendente, que logo trás o meu pedido.
Dou um gole distraída e sinto o liquido queimar em minha garganta. Faço uma careta e vejo a bebida colorida dançar no copo de vidro. Chamo a atendente novamente e aponto para o copo.
- Eu não pedi isso. - Digo com a menor paciência. Já eram 20:00 e nada do irmão do tenente Ross chegar. Será que ele tinha se perdido? Será que tinha namorada? Será que não gostou de mim?
Vou ficar com a primeira opção.
- Eu sei. - Ela da um sorrisinho de lado. Seus olhos pintados de preto olham para alguém atrás de mim. - Ele pediu. - Ela aponta para o mesmo lugar que mantem o foco do olhar. Me viro e dou de cara com aqueles lindos olhos azuis me encarando e um sorriso travesso naqueles lábios carnudos. Até que enfim.
- Obrigada. - Agradeço a atendente e me levanto com a bebida colorida na mão. Me sento na mesa do senhor gostosão e ponho a bebida na frente dele. - Desculpa mas eu não bebo.
Ele faz um barulho que parece a junção perfeita de um suspiro e uma risada e empurra outro copo ate ficar na minha frente.
- Pode tomar, é agua. - Ele fala ao me ver olhando desconfiada para o copo. Não consigo deixar de reparar no tom rouco de sua voz, que faz com que minha pele arrepie. Resolvo tomar um gole da água dele para esconder as bochechas coradas. - Então, como se chama?
- Aisha. Aisha Thompson. - Digo ao tomar o resto de sua água. - E você?
- Bom, depende de quem você quer que eu seja. - Ele sorri. Por trás daquele sorriso galanteador eu vejo um rapaz tímido que esta se esforçando para não corar. Espero não estar enganada sobre isso.
- Como Assim? - Pergunto enquanto chamo a atendente e peço mais um copo d'água, sem pedidos de estranhos acompanhando dessa vez.
- Como você já deve ter notado, eu sou irmão do Tenente Ross. - Ele diz dando ênfase no "tenente". - Mas também tenho um outro nome pouco utilizado que se chama Steve. Steve Ross, na verdade. - Ele olha para baixo e sorri. Depois olha em meus olhos e levanta as sobrancelhas rapidamente. Dou um sorriso gentil a ele.
- Você é novo em Nova York? Nunca tinha ouvido falar de nenhum irmão do Tenente Ross... - Quando percebo o que acabo de fazer, balanço a cabeça freneticamente e ponho a mão na mesa. Steve levanta a sobrancelha como se estivesse dizendo "Viu só?". - Quer dizer, Steve Ross.
- Tudo bem. - Ele sorri como se realmente não importasse. - Eu morava na Europa. Era o melhor investigador da minha cidade. - Steve se ajeita na cadeira e sorri satisfeito. - Mas então Robert chegou com a clássica conversa de família ficar unida e blá blá blá. - Ele faz cara de sono enquanto fala, o que me faz rir. - Na verdade, é uma longa história, mas, resumidamente, estou aqui agora.
- Pra ficar?
- Ai depende. - Ele se volta pra mim e discretamente coloca o braço por cima do meu ombro. - Se algo ou alguém me convencer a ficar, - Ele intercala o olhar entre meus olhos e minha boca.
Não consigo evitar de me sentir atraída por ele. Porra. É o irmão do meu chefe. Não. Ele mesmo já deixou claro que ser "irmão do Tenente" nunca foi quem ele é de verdade. Não vou deixar isso me impedir. 'Poxa, Aisha... Impedir o quê? Vocês só estão conversando.' Meu cérebro me lembra.
- Por que você me contou isso? - Desvio o olhar. - Quer dizer, eu sou só uma desconhecida.
- Uma desconhecida que marcou um encontro comigo num bar, às 19hrs e 30 min de uma quinta. - Sua boca esboça um sorriso divertido. Levo as mãos à cabeça, totalmente envergonhada.
- Desculpa por isso, agi sem pensar.
- Tudo bem. Eu gostei da sua atitude. - Ele diz depois de beber mais um gole da sua bebida estranha.
- E você ainda chegou atrasado. - Digo baixinho.
- Na verdade, eu cheguei 19:25. - Me viro com a boca em um perfeito "O". - Ai você chegou e eu não conseguia parar de olhar pra você. Desculpa se demorei pra cair na real.
- Você me deixou esperando por 30 minutos e acha que vou acreditar na desculpa que você estava "me olhando"?
- Sim. - Ele sorri mostrando os dentes. Sorrio também. Que ridiculo. Ate parece que alguém iria querer perder tanto tempo apenas pra olhar pra mim. - Não tenho culpa se você é linda. - Ele comenta quando estou bebendo um pouco de água. Quase engasgo. Me viro para aquele par de olhos tão azuis quanto um oceano e tudo o que sai da minha boca é:
- Huh?
- Eu disse que você é linda.
- Ah. - Não consigo pensar em mais nada. Minha mente literalmente se esvaiu.
- Mas, respondendo sua pergunta, não faço ideia do porquê te contei isso. - Ele da de ombros, mudando de assunto. - Acho que... - Ele morde o lábio. - Algo em você faz com que eu confie em você. - Ele me encara. Encaro de volta. Ambos com os lábios entreabertos.
Antes que nossos lábios cheguem a um entendimento, ele desvia o olhar e sorri nervoso.
- Aisha Thompson. - Steve sussurra para si mesmo, como se não quisesse esquecer meu nome por nada. - Quer dar uma volta? - Ele estende a mão que não esta no meu ombro.
Olho no relogio. Deveria estar em casa às 22hrs.
Na verdade, acho que Jonathan vai ficar bem comendo miojo.
- Por que não? - Pego sua mão e saímos do bar para a brisa fria de Nova York.🔸🔹🔸🔹🔸🔹🔸🔹🔸🔹🔸🔹🔸🔹
Hello ❤ Postamos o capítulo um pouco antes do esperado (4 dias antes pra ser mais exata), mas não conseguimos esperar😂 Obrigada a todos que votaram no último capítulo, adicionaram em sua biblioteca e comentou, agradecemos de coração💕Um beijo,
- May & Nick
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Polaroid
RomanceAisha Thompson era apenas mais uma agente do FBI. Mas quando ela conhece Steve, o irmão de seu tenente, sua vida rapidamente ganha cores. Tudo está perfeito. Ela agora não só tem uma carreira de sucesso, mas uma ótima vida pessoal, família, amigos...