Capítulo 03

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Anahí: Qual era o segundo assunto? – Perguntou, pondo Suri para dormir.


Suri: Tem uns dias que... Eu não sinto direito... – Anahí esperou. Usava um roupão luxuoso, bordado em azul claro. – Eu não sei dizer direito.


Anahí: É algum problema com seu pai? – Suri negou – Com seus irmãos? Tem alguém incomodando você?


Suri: Não. Eu vou pensar, e amanhã converso. – Decidiu.


Anahí: São suas pernas? – Perguntou, e Suri negou. Desde que finalmente conseguira andar pela primeira vez, nunca mais tivera problemas.


Suri: Amanhã. – Anahí suspirou, insatisfeita.


Anahí: Eu posso dormir aqui. – Ofereceu e Suri negou – Tudo bem. Mas você sabe que só precisa gritar, tem guardas por todo o corredor, e eu vou estar aqui. – Suri assentiu – Durma bem, meu anjo.


Ela cobriu a menina e Suri a observou apagar as velas, os cabelos longos presos em uma poupa. Se sentia segura com Anahí por perto. Por fim, quando só sobrava uma vela Anahí voltou, lhe dando um beijo demorado na testa. Fazia isso todos os dias.


Suri: Mamãe? – Anahí hesitou a porta, voltando. – Eu...


Anahí: Você... – Incentivou. Nada. – Suri... – Repreendeu.


Suri: Eu amo você. – Anahí hesitou, surpresa, então sorriu.


Anahí: Eu também, meu anjo. Durma bem. – Suri assentiu e Anahí saiu.


Anahí despertou com o clarear do dia seguinte. Se esticou na cama, sentindo o lençol do lado da cama dele frio. Suspirou, se levantando. Nate tentava chutar o enfeite do berço, risonho.


Anahí: Sapeca. – Disse, sorrindo e beijando o pezinho dele – Sim, você é. Sapeca da mamãe. – Completou, carregando-o do berço – Hummm... – Brincou, fungando a barriga do menino – Vamo tomar banho e trocar essa fralda molhada? – Nate levou a mãozinha a boca, os olhos claros encarando-a.


Era sempre um processo dar banho em Nate. O menino estava sempre mais que bem disposto a molhar tudo em seu alcance. Ainda assim Anahí sorria ao descer da escada, os cabelos meio úmidos. Rose e Chord já tomavam café quando ela chegou. Suri remexia seu prato, quieta. Anahí tentou sondar, sem sucesso.


Anahí: Meus filhos ficam guardados com segurança máxima em minha ausência. – Determinou, os olhos duros – Rosalie e Chord ficarão na sala de brinquedos. Eu quero quatro homens vigiando. Três soldados devem acompanhar Suri onde ela desejar ir. Nathaniel permanece comigo. – Determinou.


Era uma visita a vila onde Aurora vivia. Os olhos curiosos de Nate pareciam fotografar tudo enquanto a mãe caminhava entre os súditos, tomando notas aqui e ali, recebendo reverencias por onde passava, todo bonitinho dentro de uma cesta carregada pelo soldado a direita de Anahí, sempre no alcance da visão dela. Tentou visitar Aurora, mas continuava sedada. Uma garota, só uma menina, uma adolescente. Visitou os pai e o irmão, onde deixou uma considerável quantia de moedas de ouro; suficiente para dá-los uma vida confortável por um longo tempo.


Anahí: Aceitem como um pedido de desculpas em nome da coroa. – Pontuou – Não hesitem em nos buscar em qualquer necessidade.


Lucas: É mais que suficiente, alteza. – Respondeu – Podemos abrir um pequeno negocio e viver dele com isso. Somos gratos.


Anahí: É importante que sua irmã procure o castelo assim que se sentir melhor. Lá encontrará o apoio que precisar para superar o ocorrido. – Lucas assentiu – Como lhe disse, Jonas, a história está enterrada. Nenhuma vergonha atingirá sua filha sobre meu reinado.


Jonas: Obrigado, alteza. – Ele reverenciou novamente.


Anahí: Eu quero guardas em turnos separados, realizando rondas por essa área. Guarda reforçada no pôr e no nascer do sol. Nessa área e nas semelhantes, para garantir que nada do tipo ocorra novamente, em nenhuma hipótese. – Orientou, se voltando aos guardas. Aquiesceram.


Anahí e Alfonso visitavam as cidades com freqüência, mas ela sempre sentiria estranho no primeiro reflexo ao ver as pessoas pararem seus afazeres e se curvarem perante a ela. Houve uma época em que ninguém a reconheceria se andasse ali, ninguém nem olharia duas vezes. Fazia questão de escutar todas as vezes que era solicitada, abençoar todos os bebês que lhes eram oferecidos e aceitar os mimos que os moradores ofertavam, mesmo que ela não ficasse realmente com muitos. Uma vez que a guerra acabou, o reino prosperou violentamente na mão de seus governantes. O povo era feliz, e retribuía. A agradava verificar isso com uma freqüência saudável.


Quando retornou ao castelo já era final de tarde. Nate dormiu no caminho, sendo recebido pela babá e ela revirou os olhos e se voltou a correspondência pendente, levando mais um bom tempo pra terminar.


Soldado: Alteza. – Anahí se levantou, deixando as correspondências – A princesa já está em seus aposentos. – Anahí assentiu.


Anahí: Ótimo. Onde ela esteve? – Perguntou, descendo os degraus.


Soldado: Não muito longe. Apenas na sala de leitura, caminhou um pouco pelo jardim e fez companhia aos irmãos na sala de brinquedos. Os gêmeos estão agora se aprontando para jantar. – Anahí assentiu.


Anahí: Ótimo. Avise a Beth que mande me chamar caso Nate acorde. Pode ir. – Dispensou, assentindo.


Soldado: Alteza. – Disse, em reverencia, se curvando antes de sair.


Ela suspirou, baixando os olhos pra carta de Madison novamente. Nunca conseguia ler sem interrupções. A sombra do trono vazio a sua frente fazia ela sentir um eco no estomago. Afastou isso da cabeça, se focando na letra cursiva a sua frente. Madison parecia estar histérica agora, isso fazia Anahí revirar os olhos.


- Alteza. – Chamou, a voz contida, respeitosa, ainda assim uma voz que mudava tudo...


A voz dele.

Mais Além do 'Felizes Para Sempre' - Uma história de Just One More About LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora