Capítulo 04

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Anahí fechou os olhos, mantendo-os assim e respirou fundo. Os lábios se contraíram, como se ao mesmo tempo sorrissem e saboreassem a sensação da voz dele envolvendo-a outra vez. Ela ergueu o rosto, ainda de olhos fechados, um sorriso no canto do rosto, e ele esperou, as mãos as costas, observando-a, então ela se virou.

Anahí: Sim? – Respondeu, se dando a vista de presente, o sorriso contido formando covinhas nos cantos da boca.

Alfonso: Eu preciso de ajuda. – Deu corda, mas seus olhos sorriam. Ela avançou um passo e ele se ajoelhou em reverencia, olhando o chão. Anahí sorriu abertamente, se aproximando. Ele ainda usava armadura, devia ter acabado de chegar da estrada.

Anahí: Isso posso notar. – Comentou, ainda se aproximando. Ele seguia em cima de um joelho, um clássico soldado prestando a devida reverencia – Você pode erguer os olhos agora. Qual o teu mal? – Perguntou, ao parar na frente dele. Alfonso ergueu os olhos, um tom de verde escuro agora leve, suave, parecendo sorrir.

Alfonso: Eu estive longe de por tempo demais... E eu sinto falta da minha esposa. Terrivelmente. – Admitiu, solene. Ela o encarou por um momento, calada.

Ficaram assim por um momento: Ele de joelhos a frente dela, encarando-a, e ela de pé, parecendo a estatua de um anjo. Os olhos pareciam dançar, felizes ao se encontrarem de novo, em estado de graça. O momento parecia frágil, como se caso algo saísse minimamente do lugar, quebraria aquele sentimento maravilhoso.

Anahí: Sua esposa? – Respondeu, os olhos parados no dele, que aquiesceu – Me fale sobre ela.

Alfonso: Oh, minha esposa é a mulher mais linda em que qualquer um já pôs os olhos. – Descreveu, solene – Ela tem cabelos macios e olhos azuis. Ela é teimosa, e inteligente, e espivitada, e risonha, e pirracenta, e linda.

Anahí: Você a ama? – Sondou, deitando o rosto suavemente no ombro.

Alfonso: Ela é meu tudo. – Respondeu, com um sorriso de canto – O corpo dela é o meu lar, mas eu estive longe muito tempo. – Lamentou, sincero. Anahí ponderou por um momento.

Anahí: Bem, suponho que diante disso tudo ela deva amá-lo de volta. – Concluiu, e ele apenas aquiesceu com os olhos.

Alfonso: Minha vida depende disso. – Concluiu, quieto.

Anahí o observou por mais um momento, revirando a carta de Madison na mão. Ele tinha uma expressão serena, de alguém cansado mas tremendamente feliz, satisfeito consigo mesmo. Ela sentia tanto a falta dele que seu coração estava literalmente doendo no peito.

Anahí: Desgraçado. – Murmurou, largando a carta e se lançando na direção dele.

Alfonso se levantou no momento em que os dois se chocaram, recebendo-a nos braços e erguendo-a do chão em um beijo apaixonado. Ela se bateu contra a armadura dele, sentindo falta do aconchego do seu peito, mas não lamentando-o em nada. Ele a segurava pela cintura com um braço, a cauda do vestido dela erguida no ar, e a outra mão segurava o rosto dela, trazendo aquele beijo agressivo, gostoso, sacana, saudoso, que parecia não querer terminar nunca. Por fim ele a colocou no chão, segurando o rosto com as duas mãos, enchendo o rosto dela com beijos chupados, mordidos. Ela arfou, tremula de felicidade, os olhos fechados e os lábios vermelhos.

Anahí: Quase dois meses, Alfonso. – Rosnou, abafada pelos beijos dele, os dedos agarrando-lhe os pés do cabelo.

Alfonso: Tempo demais. – Confirmou e os dois oscilaram no mesmo lugar – Imprevistos por toda parte. – Ele parou o rosto dela nas mãos, observando-a como se precisasse memorizar os detalhes.

Mais Além do 'Felizes Para Sempre' - Uma história de Just One More About LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora