Não houve muito mais naquele dia. O medico veio e fez o melhor que pode para conter o sangramento, mas foi penoso. O corte de Christopher não havia sido reto; deixara uma inclinação no que restou do braço, que precisou ser cortada fora. Depois disso foram feitos curativos, mas o medico não pôde garantir que teriam sucesso. Muito sangue foi perdido, fora as agressões anteriores. Não havia um prazo para poderem começar a ensiná-lo, nem mesmo a garantia de que sobreviveria.
A noite, depois de muito bate boca, todos se recolheram, exaustos. O jantar seria servido nos quartos: Não era saudável continuarem prolongando a convivência agora. Anahí e Alfonso tiveram trabalho: Se dividiram entre os filhos, acalmando-os até que pudessem dormir. Suri dormiu abraçada ao pai, quieta, ainda assustada com tudo o que vira. Alfonso ficou com ela por horas, dispensando Anahí com o olhar quando ela apareceu na porta. Os gêmeos foram mais fáceis, era verdade, e Nate era só Nate. Ian saiu alegando (num tom ameaçador) que não queria ver mais ninguém hoje, e realmente não fora mais visto. Christopher voltou para a torre, derrotado, porém se alertou ao ouvir um grito de Madison vindo de lá de cima. Ele ainda estava no meio da escada mas levou apenas um instante para irromper na torre, já no modo de ataque.
Mas ela estava só. A bebê Clair observava a mãe, interessada, sentadinha em seu berço. Christopher olhou em volta, e a torre estava vazia. Olhou de volta pra Madison que estava de calcinha, parada na frente do espelho, o cabelo preso em um coque, parecendo se contorcer.
Christopher: Madison, que diabo? – Perguntou, fechando a porta. Ela o olhou pelo espelho.
Madison: Chame Anahí aqui. – Rosnou, derrotada, apanhando a toalha largada de lado e passando no rosto. Havia acabado de sair do banho.
Christopher: Certo, eu não sei se tenho paciência o suficiente pra continuar convivendo com Anahí hoje, sem cometer uma besteira. – Madison riu de leve – Foi um dia longo, fez bem em ficar aqui. O que houve?
Madison: Essas... Coisas. – Rosnou, tornando a se contorcer – Está me espetando! – Christopher franziu o cenho, confuso – Não consigo alcançar...
Christopher: Madison, vai precisar fazer um pouco mais de sentido do que está fazendo agora. – Avisou, com um suspiro cansado.
Madison: Eu disse a ela pra não me costurar! – Ralhou, tornando a torcer o braço. Ele ergueu as sobrancelhas, se aproximando.
Afastou a mão dela, e os pontos recém feitos estavam lá, cravados em uma ferida totalmente cicatrizada, agora só uma linha rosa escuro perto do ombro dela.
Christopher: Oh, sarou. – Constatou, passando o dedo por cima da cicatriz – Graças a Deus.
Madison: Está me espetando, Christopher. – Disse, impaciente.
Christopher: Me deixe ver... – Ele se afastou, abrindo uma gaveta na penteadeira. Revirou a gaveta, voltando com um abridor de cartas.
Madison: Cuidado com essa coisa. – Comentou, vendo ele se aproximar.
Ele teve cuidado. Cuidado excessivo, até. Usava o abridor para cortar a linha do ponto, em seguida o puxava com uma lentidão excessiva, até que saísse. Fez isso com toda paciência do mundo, ponto por ponto, e ela esperou, quieta. Por fim o ultimo ponto saiu, deixando apenas uma minúscula gotinha de sangue onde a linha fora puxada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mais Além do 'Felizes Para Sempre' - Uma história de Just One More About Love
FanfictionObra original e completa. Não disponível para download ou adaptações. Todos os direitos reservados.