Capítulo 16

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Alfonso: O que? – Perguntou, aturdido.


Anahí: Eu... Ela não quer. – Disse, vendo-o ter exatamente a reação que ela previra.


Alfonso: Como não? É o legado dela. – Anahí assentiu – É direito dela desde que nasceu.


Anahí: Sei disso. Mas, ao contrário de nós dois, ela teve tempo pra analisar o que significa. A responsabilidade de ter a vida de milhares sobre seu controle. – Argumentou, tentando fazê-lo entender.


Alfonso: E ela vai ser treinada para saber lidar com isso quando chegar a hora. – Disse, obvio.


Anahí: A guerra. – Insistiu, e ele hesitou – Ela viu aquilo, viveu aquilo. Perdeu metade da infância sem poder andar por aquilo. Via você sair, sem saber se voltaria, no meio daquele inferno.


Alfonso: Não haverá outra guerra. – Negou, obviamente nervoso.


Anahí: E o que nós estamos esperando que surja agora? Disso tudo? – Perguntou, neutra, tocando os mapas a frente dele. Alfonso suspirou, desgostoso – É guerra outra vez, sabe disso.


Alfonso: Ela só... Ela só está impressionada. É coisa da idade. Quando chegar a hora, vai mudar de ideia. – Garantiu.


Anahí: Poderá fazer isso por nós, mas vai ser infeliz tendo uma vida que nunca desejou. – Ela apanhou a mão dele de volta – O próximo na sucessão é Chord, e ele vai ficar radiante se passarmos isso a ele, tenho certeza. Vai ser treinado e vai ser um rei justo, assim como o pai dele foi. – Alfonso negou com o rosto.


Alfonso: O direito é de Suri. – Insistiu, totalmente deslocado. Esperara tudo, menos aquilo.


Anahí: É um direito do qual ela pode declinar, Alfonso, sabe disso. – Ele negou com o rosto, aturdido.


Alfonso: Eu preciso falar com ela. – Decidiu, se levantando e ela interceptou o caminho, tropeçando pra fora da cadeira – Ela vai entender.


Anahí: Ela vai aceitar pra te agradar. Mas o que ela quer pra si é uma vida normal, como uma pessoa normal. – Continuou, tentando achar uma brecha.


Alfonso: Ela não é uma pessoa normal, é uma princesa! – Atirou, obvio.


Anahí: E decidiu permanecer assim! Uma princesa, não uma rainha! Alfonso, por favor... – Ele tentou desviar dela, que intercedeu de novo – Fale com ela, claro, mas não agora. Ela está dormindo, nem sabe que eu vim até aqui.


Alfonso: Anahí, isso simplesmente absurdo! – Ele recuou, respirando fundo, e ela se amparou na porta – Eu fiz algo errado? – Supôs – Eu não consigo entender, eu venci a guerra, eu mantive ela segura, feliz. – Recapitulou, como se procurasse uma brecha na criação da menina – Eu falhei na criação dela?


Anahí: É claro que não. Ela teve o melhor pai que pôde ter. – Ela hesitou, respirando fundo – Mas não teve a melhor mãe.

Mais Além do 'Felizes Para Sempre' - Uma história de Just One More About LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora