Capítulo 14

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Todas as pessoas do reino e redondezas foram intimadas a comparecer ao castelo, com o intuito apenas de "reafirmar seus votos para o príncipe herdeiro". Um urso idêntico ao que Anahí destruiu foi providenciado, e o boneco de espinhos recolocado debaixo da costura. O único dever dos súditos ao chegar era identificar seu presente na sala, novamente se curvar a rainha e bendizer o príncipe.


Devo dizer que foi algo exaustivo.


Madison perdeu a paciência nos primeiros dias, mas Christopher a forçou a ficar sentada, recebendo e agradecendo aos súditos. As pessoas passavam, as vezes levavam algum tempo, mas conseguiam identificar o que haviam levado e tornavam a abençoar o bebê. O urso mudou de lugar varias vezes, mas só porque pessoas apanhavam suas coisas em volta dele. A fila em volta do castelo era imensa, e parecia nunca avançar. O maior agravante ocorreu na segunda semana, onde um aldeão esbarrou a mão no urso procurando a manta que levara e se espetou. O homem não falou nada do ocorrido até o sangramento em sua mão estar incontrolável. Morreu nos jardins do castelo, fazendo o caminho de volta, o que levou Christopher a um acesso de fúria que precisou de intervenção.


Alfonso: Escute aqui, nós não estamos atacando inocentes. – Rosnou, barrando o outro – Isso não é aplicar justiça, é fúria cega e é tolice!


Ian: Sabíamos que havia uma chance de não dar em nada, e não vai dar. – Disse, voltando. Providenciara para que o corpo fosse removido antes de causar alvoroço, e as pessoas observavam, curiosas. – Estamos perdendo tempo porque não temos mais nada a fazer.


E não havia. O processo incessante levou quase dois meses, até que Madison teve um acesso de nervos que durou meia hora, afirmando que não receberia mais ninguém e ameaçando quem a tentasse. Não havia rastro, nem uma breve sombra para ser seguida, de forma que tudo foi recolocado dentro da sala que, conforme a ordem original, foi tomada por fogo. Christopher colocou uma segurança excessiva em torno de todo o perímetro do castelo, 24 horas por dia. As portas da torre eram guardadas sempre que os donos não estivessem lá, assim como as dependências do castelo. A preparação da comida da rainha era assistida por pessoas de confiança. Não haveriam mais espinhos ou mal entendidos... E não houveram. Assim, a gravidez real seguiu seu curso original... Ou seja, totalmente disfuncional.


Anahí: Eu estou com frio. – Ronronou, se estreitando pro marido. Estava descaradamente nua, com um sorriso descarado mais satisfeito ainda no rosto, enrolada pelos lençóis da cama.


Alfonso: Está? – Perguntou, recostado na cabeceira e acariciando o rosto dela, que assentiu no escuro do quarto, agora iluminado apenas pela lareira acesa – Pra mim você parece maravilhosamente satisfeita, alteza.


Anahí: Estou satisfatoriamente com frio. – Os dois riram e ele selou os lábios dela, se inclinando em sua direção.


Alfonso: Quente. – Comentou, beijando o ombro dela demoradamente, como se medisse a temperatura – Quente. – Continuou, lhe afastando o cabelo e beijando a nuca. Ela, deitada de bruços, amparou a cabeça no travesseiro, fechando os olhos pra apreciar com o beijo molhado – Ainda quente. – Murmurou e ela se arrepiou gostosamente, sentindo os lábios dele descendo por sua coluna.


- Anahí! – Chamou e os dois suspiraram.


Mais Além do 'Felizes Para Sempre' - Uma história de Just One More About LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora