Capítulo 8 - O que pensar?

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Volto enfim da faculdade e vou para o bar onde Elaine trabalha, pego ela depois do expediente e vamos para meu apartamento. Ela quer saber mais sobre mim e meus costumes, depois de muita insistência da parte dela eu me dei por vencida. Ao chegar ela observa tudo, olha meu porta retratos e sorri ao ver minha semelhança com Skar, ela pega minha foto com meu pai e meu tio. Vê meus antigos projetos da escola, observa a organização do meu apartamento e os Hentai em minha estante. Fico completamente corada quando ela vê os Hentai, apesar de me orgulhar da minha coleção de Hentai Yuri, ver ela observar e pegar um deles me deixou num tanto desconfortável. Ela anda para meu quarto e adentra, olha para meu pijama de raposa que está dobrado em cima da cama, vê o porta retrato com a foto minha e de Skar na Suiça. Engulo em seco, é como se ela estivesse me analisando e isso me deixa ansiosa. Ela caminha para meu guarda roupa e analisa minhas roupas, sapatos, lingeries, caminha para meu banheiro e observa minha escova vermelha. Ela olha para mim e sorri.

- Você é bem organizada, gosta de ler e se exercitar, aposto que corre sempre e faz yoga. E você é muito afeiçoada a sua família. - Ela diz tudo e sou obrigada e sorrir.

- Muito bem observado. - Digo me aproximando dela, a puxo pela cintura e a encosto na parede. - Algo mais? - Digo com os lábios próximos dos dela.

- Sim, mas isso é você quem irá me dizer. - Ela diz sorrindo e me beija, correspondo a seu beijo e aperto levemente sua cintura. Me afasto segundos depois quando percebo que o beijo ficaria intenso demais.

- Vamos para a cozinha, farei algo para comermos. - Digo a puxando pela mão para fora do meu banheiro.

- Huum, você cozinha, quem lhe ensinou? - Ela questiona enquanto saímos do quarto.

- Meu pai. - Digo quando já chegamos na cozinha, apesar de ter muito dinheiro eu não tenho um apartamento grande, gosto do simples. Morei anos em uma mansão, gostaria que o primeiro lugar que morasse sozinha fosse pequeno e de meu agrado.

- Seu pai passa muito tempo com você e sua irmã? - A pergunta dela me faz contrair os lábios, pego algumas coisas na geladeira e outras no armário. Começo a picar alguns legumes.

- Não, ele está sempre muito ocupado. - Digo sem muita cerimônia, por algum motivo não me sinto incomodada de contar coisas sobre mim para Elaine. Ela é a primeira garota que trago em meu apartamento, nem Skar veio aqui.

- E como ele te ensinou a cozinhar? - Ouço ela sentar na banqueta do balcão enquanto estou de costas para ela.

- Eu consigo ser bem insistente quando quero, de tanto eu insistir ele arranjou tempo para me dar aulas mas isso foi a uns 6 anos atrás. - Corto os legumes e coloco numa panela, corto cebola e a carne que irei preparar, coloco tudo na panela e tempero.

- Seu pai é muito rígido? - Ouço ela tamborilar os dedos no balcão e balançar a perna direita, parece nervosa, como se quisesse me encher de perguntas mas estivesse se contendo.

- Sim, mas ele sempre nos amou. - Digo baixo quase como um sussurro.

- Por que você e sua irmã não se dão bem? - A pergunta dela me atinge direto no estômago e sinto minha garganta se fechar, inspiro profundamente e pego uma garrafa de vinho. Abro e coloco um pouco numa taça, tomo tudo num só gole e volto a cozinha.

- Não é que não nos damos bem, nós só temos um relacionamento complicado. - Fico orgulhosa de mim mesma por ter achado uma resposta tão rápido. Coloco o macarrão na panela e o molho junto com a carne. Experimento e começo a lavar as demais coisas que sujei.

- Complicado como? - E novamente ela me surpreende com outra pergunta para qual não estou preparada.

- Como eu disse, minha irmã é num tanto difícil de se conviver. Ela não se abre com ninguém, é sempre fria nas palavras, não demonstra sentimentos a não ser que seja uma data especial tipo aniversário ou natal. Nós mal nos vemos e quando nos vemos ela sempre se estressa comigo, não vou dizer que não tenho culpa mas ela poderia se esforçar um pouco para ter paciência. - Encho novamente a taça e bebo de uma só vez o vinho, olho novamente a panela. Sinto os braços de Elaine envolverem minha cintura, seguro suas mãos e me viro. Mesmo que Elaine me passe confiança ainda não estou pronta para deixar alguém me tocar de tal jeito.

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