"Quero Viver Muito" (Qwerty Doolittle)

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Porque eu adoro Qwerty... Primeiro, porque ele é meio creepy; kkk, segundo, porque ele é incrivelmente meigo; terceiro, porque, como diz tia Sin, esse cabelo emo dele é uma graça. E além do mais, o nome dele é o nome do sistema de teclado... Kkk. Mas, falando sério, como não amar esse ser, que passa o dia com os mortos, e que tem tão poucas habilidades com os vivos; como não amar o seu hobby, que são as suas marionetes? (Quando eu mesma gosto de marionetes desde pequena?)

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Sunny mora em Los Angeles, na Califórnia, mas nem tudo por lá são pessoas saradas e felizes na praia... Nem tudo é Hollywood. Nos maiores centros urbanos é onde encontram-se também as pessoas mais solitárias, e uma dessas pessoas é o precioso Qwerty Doolittle. Dono de uma alma doce e sensível, ele é no entanto inapto no convívio com outras pessoas. Trabalha na funerária que herdou do pai, mas seu sonho é trabalhar com suas marionetes, das quais ele tanto gosta, e sua namorada Sunny é, na verdade, a única pessoa com a qual ele sente-se à vontade em toda a Cidade dos Anjos.

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Sentado no chão da sala sobre o tapete, Qwerty estava de costas para Sunny, manipulando uma pequena marionete enquanto ouvia música nos seus grandes fones de ouvido brancos, dessa forma não sendo capaz de perceber que ela já havia chego, continuando calmamente com o que fazia. E decidindo brincar com ele, embora não houvesse a necessidade disso pois ele não poderia ouvi-la, Sunny pé-ante-pé foi até o armário logo adiante, após largar sua bolsa, pegando dali um pequeno boneco do tipo luva que calçou à sua mão direita, fazendo todo o esforço possível para não ser notada por Qwerty, com um sorriso sapeca nos lábios cercando-o devagar pelas costas.

Completamente entretido pelo que fazia e pela música, Qwerty não havia-se dado conta da presença dela, exatamente como Sunny pretendia, e muito rapidamente ela inclinou-se sobre ele, com a mão esquerda erguendo-lhe o fone de sobre o ouvido e com incrível rapidez ela beijou-lhe a orelha, ao que Qwerty sobressaltou-se de susto. Mas sem que desse-lhe tempo de ter reação, Sunny esticou o boneco diante de seu rosto, fazendo-o mover à boca grande com seus dedos enquanto falava, com voz engraçada:

- Ei, olá, Qwerty, como vai? Tudo bem? - e o fez em seguida estalar um beijo sobre uma das faces pálidas do rapaz, que terminou por sorrir com isso tudo, apesar da peça que a jovem ruiva tinha-lhe pregado.

Ainda sorrindo, enquanto Sunny, rindo, tornava a erguer-se, Qwerty retirou os fones, colocando-os no pescoço, enquanto largava a marionete cuidadosamente de lado antes de voltar o tronco para erguer-lhe o rosto e o olhar:

- Sunny... Essa sua mania de me pregar sustos... Ainda vai me matar dia desses.

- Hum, duvido muito - ela disse, sorrindo - E além do mais, se eu te matar de susto, arranjar um caixão não será problema, não é?

Qwerty franziu de leve as sobrancelhas, e falou baixinho - Às vezes, as suas piadas são assustadoras.

Divertida, Sunny riu, e novamente colocou o boneco diante do rosto dele, fazendo-o dizer-lhe:

- Ah, Qwerty, é só para descontrair, você sabe... A Sunny ama você, e quer que você sorria. Por isso ela faz tanta graça! - e fez o boneco cutucar-lhe sobre o rosto, como se estivesse tentando mordê-lo, até que pegasse-lhe o nariz, o que fez Qwerty sorrir, apesar de um pouco sem graça e tímido, e Sunny parou ao que ele começou a levantar-se. E olhando-o bem no rosto ao que Qwerty pôs-se diante dela, eles abraçaram-se, dando-se um beijinho rápido, antes que Sunny falasse - E além do mais, mestre das marionetes, quem se assustou com você aqui fui eu. Eu não esperava encontrá-lo aqui em minha casa a essa hora... você nem me avisou que vinha.

Confissões - Eddie Redmayne's Contos & PreferencesOnde histórias criam vida. Descubra agora