"Você Parece Um Sonho" - (Marius Pontmercy)

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Eponine vive na sua luxuosa casa em Paris desde que ela e Marius casaram-se, extremamente apaixonados um pelo outro, e apesar de viver preocupada com ele quando Marius mete-se em seus assuntos de política e revolução armada, dentro do lar a vida deles dois é tranquila e repleta de amor.

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ISSO É UM REQUEST! Request é a forma blasè (porque hoje estamos franceses), de falar "pedido". E vocês não conseguem imaginar o quanto a tia aqui ta contente por ter recebido um pedido desse briochezinho delicioso que é monsieur Pontmercy. :3

Titia Haru (e mãe !!!! Sim, foi um pedido conjunto de mãe e filha e eu to passada a ferro industrial, kkkk) receba(m) esse conto, que dedico a você(s) com o coração cheio de amor. Hehe. Taí o Mariuzinho da mãe de Titia Haru.

Lá vai... Eu vi que aconteceu assim...

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Vendo aberta a porta pesada de madeira de lei da entrada assim que chegou, Marius estranhou o fato e franziu de leve as sobrancelhas, encaminhando-se para ela devagar. E assim que entrou na ampla sala, com consternação e um mal pressentimento viu uma roda de pessoas de preto, os homens de cabeça baixa e as mulheres com os cabelos ocultos por véus negros de renda a cobrir-lhes a cabeça ao que baixinho choravam e soluçavam em seus finos lencinhos de seda rendados, que estavam aglomeradas ao redor da grande mesa de mogno no centro da sala sob o amplo lustre de cristal que pendia do teto alto. E por um instante não compreendendo o que via, Marius desviou os olhos para o canto, vendo o piano em que Eponine costumava tocar quase todos os dias para ele, algumas dessas vezes acompanhando-o ao que ele cantava, e notou os candelabros com velas acesas sobre ele embora fosse dia, colocados ao lado dos porta-retratos de prata com os retratos do casamento deles dois, e Marius notou que havia muitas flores ao redor, ainda mais do que eles normalmente costumavam ter, parando à porta, subitamente sem coragem de entrar, embora não soubesse o porquê.

Muito aos poucos e como se não fosse visto por ninguém ao redor, Marius começou a dar passos vacilantes em direção à mesa rodeada de pessoas, e passo após passo esses tornavam-se mais decididos, até que quando finalmente alcançou às pessoas ele já estava decidido o suficiente para erguer ambas as mãos para os ombros dos homens diante de si, e afastando-os de sua frente com impaciência, Marius empurrou-os para os lados vendo que sobre a mesa estava um caixão aberto completamente adornado de flores e subitamente ele compreendeu: Estava num velório. Mas por que havia um velório na sala de sua casa? Sentindo o coração disparar no peito e a respiração tornar-se arfante no espaço de um breve segundo, com os olhos trêmulos Marius levou o olhar ao longo do caixão por sobre as flores até que visse o rosto pálido de Eponine dentro dele, adornado pelos seus cabelos castanhos encaracolados que emolduravam-lhe as faces serenas e extáticas. E atirando-se sobre o corpo dela no caixão Marius gritou:

- Eponine! Eponine, meu amor, não!

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De um rompante e um só gesto erguendo-se da cama onde sentou-se antes mesmo de despertar, Marius gritou:

- Eponine! Eponine, meu amor, não!

Subitamente despertada pelo grito dele Eponine acordou assustada, demorando um segundo ou mais para entender o que estava acontecendo, olhando para o marido sentado ao seu lado, que nervosamente passava as mãos no rosto e nos cabelos, de forma angustiada, e sentando-se também, Eponine falou baixinho:

- Marius, meu amor... O que houve?

Era meio da madrugada e o quarto deles estava totalmente escuro, mas era uma noite quente e a porta envidraçada para a varanda estava aberta, uma brisa leve soprando as cortinas ao que a luz baça de uma grande lua cheia no céu logo adiante clareava o quarto, desenhando um caminho de luz cinza-azulada no chão sobre os finos tapetes. E olhando-o atentamente sob essa parca luz e pondo delicadamente os dedos sobre um de seus braços nus Eponine suspirou outra vez mais:

Confissões - Eddie Redmayne's Contos & PreferencesOnde histórias criam vida. Descubra agora