Escrito por: TaianebastosMaciel
Agora minha casa anda sempre cheia de gente, mas ninguém liga pra mim. Por que ninguém quer brincar comigo? Não pode falar alto, não pode brincar com brinquedos na sala, não pode pular no sofá.... Não pode, não pode, não pode. Todo mundo fica bravo comigo!
Antes minha vida era muito maneira. Meu pai me levava pra brincar no parquinho todos os dias, minha mãe fazia comida gostosa pra mim e me dava na boca quando eu tava com preguiça. Todo mundo que visitava a minha família, me trazia um presentinho. Até que um belo dia minha mãe me perguntou se eu queria um irmãozinho pra brincar comigo e, eu disse: "Claro, mãe. Eu vou adorar!". Ela me explicou que eu ia ser o irmão mais velho e que o meu irmãozinho ia nascer um bebê muito fofo, como eu era. Eu queria muito que ele saísse logo da barriga de minha mãe para poder jogar bola. Mas eu tive que esperar um tempão até que a barriga de minha mãe ficasse grande. Ah! Foi muito chato.
Depois te tanto esperar, finalmente ele nasceu. Quando eu carreguei meu irmãozinho nos meus braços, fiquei pensando como ele ia brincar de bola comigo se ele só fica dormindo? Aí eu percebi que houve algum engano. Ninguém me avisou que ter um irmãozinho ia ser daquele jeito. Aquele bebê era uma máquina de fazer cocô ambulante e só fazia chorar, chorar e chorar. Eu tampava meus ouvidos na hora de dormir, mas não adiantava nada.
De tanto sono, eu não conseguia deixar meu olho aberto na escola. Por mais que eu tentasse não conseguia ler nem escrever nada. Eu era um burro mesmo! Por isso, decidi: não queria mais ir pra escola! Queria ficar em casa, assim como meu irmãozinho e depois, quando toda aquela barulheira passasse, eu podia voltar. Mas minha mãe não deixou, ficou brava comigo e disse: "Você já é um rapazinho". Eu não queria crescer, crescer é muito chato. Ser irmão mais velho é muito chato! "Eu quero minha vida de volta!", gritei. Minha mãe não me disse nada, ficou tão triste que só fazia chorar. Sem querer magoei mamãe. Será que eu sou um menino mau?
Depois desse dia mamãe me levou numa tia médica pra conversar. Até que foi legal. Brinquei com vários brinquedos e ela me disse que tudo o que eu falasse ali era segredo. Ela fez um aperto de mão secreto e eu acreditei nela.
- Posso falar tudo o que eu quiser?
- Claro que pode! Eu só digo aos seus pais se você deixar.
- Hum... Então, quero te fazer uma pergunta.
- Quantas você quiser.
- Como eu faço pra devolver meu irmãozinho pra barriga da minha mãe?
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Pequenas Artes
AcakEste livro é a União de escritores e aspirantes de vários estados do Brasil, que usaram sua criatividade e doaram suas obras para o projeto pequenas artes, com o único objetivo em ajudar instituições de caridade. Não podemos ficar parado e a União...