CAPÍTULO~•~ DEZ

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Lembranças ruins


Vou andando pelo estacionamento ao longe vejo o carro de Brenda estacionado. Emma estava ao meu lado,  reclamado sobre o trabalho em dupla. Mais minha mente estava muito longe.

-- Ágata!  - Sinto dedos agarraretinha meu pulso. Demoro alguma minutos antes de me virar,  já sabia quem estava lá. 

-- O que foi,  Dylan?  - sinto os Olhares grudados em nós,  no estacionamento inteiro. Bando de fofoqueiros!

-- Eu fui um idiota,  desculpa. - Dylan fica parado me olhando,  sua mão ainda segurava meu braço. A sensação era boa...

-- Será?  - Cruso os braços me livrando do toque,  ergo o queixo.

-- É sério!  - Dylan dá um sorriso. - Temos que fazer o tema,  e com certeza, vai ter ainda mais coisas que vamos ter que fazer juntos. - Seus olhos penetram nos meus - Acho que vai ficar chato se continuarmos assim... - eu vi nos olhos dele a verdade.

-- Está bem.  - murmuro. 

Dylan sorri,  um sorriso sensacional.  Ouço um suspiro sair dos lábios de Emma e reviro os olhos.

Tá certo que Dylan era musculoso,  tinha a pele meio douradinha e os olhos verdes azulados.

E quando deixava a barba por fazer ficava.... Bom o que importava era que ele não era o cara mais bonito do mundo.  Olho de novo para Dylan me olhando com aquele sorriso,  agora eu tinha minhas dúvidas.

-- Oie!  - escuto a voz alegre e espontânea de Brenda atrás de mim. Ela não estava no carro?

Aí droga!

-- Tia!  - Sorrio,  me virando com as mãos juntas.

-- Não vai me apresentar?  - Brenda pisca para mim com um sorrisinho.

-- Hann,  acho que não...  - Resmungo. - É melhor a gente... 

-- Prazer,  senhorita!  Sou Dylan Wathy!  - Dylan beija a mão de Brenda e eu e Emma ficamos boquiabertas.

-- Que isso! Brenda Huntress.  - Brenda da uma risada. - Você é muito educado!  

-- Meus pais me deram uma ótima criação.  - Dylan sorri. Ele sorria se mais! Aff.

Eu dou um passo para trás e fico do lado de Emma,  era como se eles estivessem em um mundinho particular.

Enquanto eu olho para os dois meu mau humoror aumenta, já Emma estava rindo da situação.

-- Eu e a Ágata fizemos dupla hoje na aula,  a professora deu um trabalho pra gente fazer final de semana. - Dylan da uma olhadinha pra mim. E. pisca. Aí.  Meu. Deus! 

Ele piscou pra mim na frente da minha tia!

-- Aí,  que bom!  Vem fazer lá em casa,  eu vou amar!  - Brenda coloca a mão no braço dele toda sorridente.  - Gosta de biscoitos? 

Oque?  Os biscoitos da titia eram só meus!

-- Gosto!  - Dylan concorda. 

-- Pode vir amanhã mesmo!  Eu to de folga esse fim de semana.  Vai ser ótimo! Né querida? - Brenda me olha,  cruzo os braços e dou um sorriso falso.

-- Vai mesmo!  - ele falou dando mais uma olhadinha pra mim. Mostrei o dedo do meio para ele sem que minha tia visse,  seu sorriso ficou ainda mais largo.

-- Agora temos que ir!  Vou te esperar amanhã em! - Brenda se despede e segue para o carro assim como Dylan segue para o seu Jeep. Ignorando nos duas. 

Eu e Emma continuamos no meio do estacionamento.

-- Me explica o que foi que aconteceu aqui!  - Resmungo.

-- Acho que Dylan ganhou alguns pontinhos com sua tia em...  - Emma deu uma risadinha. Continuo com a cara fechada. - Vamos gatinha!  Se diverte por mim, com um homem daqueles você deveria estar agredecendo aos céus!

Reviro os olhos:

-- Eu não acredito que beijei aquele idiota!  - resmunguei novamente.

-- Foi bom,  não foi?  - Emma arregalou os olhos curiosa.

-- O melhor beijo que já tive.  - Falo séria,  com sinceridade. 

-- Que bom!  - Emma suspira.  - Ain eu também quero!  - Ela choraminga.

Dou um tapinha  nela com as costas da mão,  e nós duas rimos.  Só então começamos a ir em direção a saída do estacionamento.

-- Meu pai vai trabalhar o fim de semana inteiro.  Sabe,  domingo vai ter uma reunião na delegacia. - Seus olhos estavam perdidos no asfalto. - Eles vão apresentar as provas que eles tem...  Sobre o animal.

Por um momento passou uma ideia na minha cabeça.  Mais não quis comentar nada naquele momento,  eu não poderia.

-- Vamos poder sair. - sorrio.

-- É,  vamos!!  - Emma deu pulinhos.

•••

Era sábado de manhã,  sexta havia chovido a noite inteira. O que resultou a temperaturas baixas e uma manta em rolada em mim. Brenda senta ao meu lado,  com um sorriso maternal que só ela tinha!

-- Eu acho que precisamos conversar.  - Brenda tinha uma voz calma e suave na maioria do tempo,  como ela estava tendo naquele instante.

-- Sobre o Dylan?  - Faço careta,  me encolhendo no sofá,  até ficar apenas com a cabeça fora do montinho de cobertas ao meu redor.

-- Tambem! - Ela ri.  - Mas agora,  vamos falar sobre suas lembranças.

Suspiro. Eu já estava preocupada a muito tempo na verdade,  com essa coisa de esquecimento. Mais só de pensar em anos em algum lugar que eu não imagináva aonde podia ser... Me dava muito medo.

-- Ta bom.  - a insegurança era evidente na minha voz.

-- Olha querida. Eu sei que pode parecer difícil, mais não é!  E eu sei que eu posso parecer chata,  mais eu não sou!  - sou sorriso estava mais fraco desta vez.

-- Eu entendo,  a sua curiosidade.  Eu também tenho a minha.  - Suspiro, entre um sorriso.

-- Eu sei que no dia que sua mãe morreu,  ela colocou você naquele túnel...

-- Não..  - sussurro,  Brenda fica quieta com medo de como eu podia reagir.  - Eu vi eles serem mortos,  pela fresta que estáva na porta do meu quarto...  - meus olhos encheram de lágrimas imediatamente. - Ela viu que eu já tinha visto meu pai morrer,  então fez um código para que eu saísse pela porta secreta. Mais eu fui teimosa!  - fungo,  deixando uma lágrima cair,  sorrindo.  - Como nós duas éramos teimosas! - lembro que tinha puxado minha teimosia por Alice,  minha mãe. - Depois que eu a vi morrer, sai correndo e cruzei pela passagem.

Outra lágrima desse,  sem que eu pudesse impedir! Eu faria tudo para trazer meus pais de volta.  Eu os amava como nunca amei nenhuma pessoa na vida. Limpo as lágrimas e sorrio para Brenda.

Ela estava séria,  perdida,  e seus olhos pesavam culpa.  Por ter tocado naquela história.  No cantinho do olho de Brenda havia também uma lágrima teimosa!

-- Você lembra dos assacinos?  - Brenda pergunta.

Meu chão caí,  eu lembrava... Como eu não iria lembrar?  Fico com a boca aberta,  pensando se deveria ou não falar o que eu realmente havia visto. Na minha mente os flash das coisas passavam, assim como se eu estivesse lembrando da aula de sexta.

Era tão nítido!  Tão real!  Era tão assustador!

-- Eram...  - escuto um rangido e quando me viro.  Emma estava parada encostada na porta.  Seus olhos tristes diziam que ela havia escutado tudo.

-- Emma!  - Brenda limpa a lágrima do olho e vai abraça-la. Eu fico ali,  imóvel,  pensativa.  E com medo.

Emma vem de mansinho e me abraça,  senta ao meu lado. Abraço seu corpinho magro também.

•••

The Revenge of the Huntress.  Onde histórias criam vida. Descubra agora