Capítulo 15

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Agora na escola as pessoas não me deixavam mais em paz, pra falar a verdade eu gostava de toda essa atenção, a única que não gostava disso era o bondinho das mimadas ( Bianca e as amigas). Depois do sucesso que eu fiz no show de talentos da escola a todo momento me pediam para cantar, as pessoas diziam que minha voz suava feito sinos de vento, era um ótimo elogio...

Papai ainda não havia voltado da Vinícola Morgan, eu estava morrendo de saudades dele e eu sei que dona Fernanda, minha mãe, também estava. Sempre que perguntávamos sobre ele para ela, logo dava uma resposta curta ou mudava de assunto, minha mãe não sabia disfarçar o ciúmes e isso piorava ainda mais pelo fato dele estar longe.

Cheguei na escola, era uma quinta feira, eu amava quinta feira, nesse dia tínhamos nosso horário de estudos nas duas últimas aulas, quando eu não tinha tarefas, trabalhos e relatórios para terminar, levava meu violão pra escola, fazíamos uma roda no gramado , enquanto eu tocava, a galera cantava junto.

Logo que cheguei fui pegar meus materiais no armário, não sei o que tinha acontecido com todo mundo, a escola não era tão barulhenta assim. Ouvi um murmurinho dizendo que Morgana Hobert, uma caça talentos havia chego na nossa cidade e estava buscando por anônimos talentosos...

    ⁃    LUUUUH, VOCÊ PRECISA VER ISSO!! - Sofi sem dúvida era a pessoa que acordava sempre de bom humor. Isso me irritava às vezes. Ela vinha correndo da outra ponta do corredor até mim.

    ⁃    Oie Sofi... que euforia é essa miga?!

    ⁃    Luh, Morgana Hobert está na cidade! - ela mal tinha fôlego para falar

    ⁃    Morgana Hobert? Eu ouvi algumas garotas falando dela, mas... - eu mal sabia quem era.

    ⁃    Ahhh, qual foi Luna, fala sério! Ela é a caça talentos mais famosa da América latina, você tem noção do que é isso? - ela fez uma cara como se dissesse " de que planeta tu veio guria?"

O sinal bateu, logo veio a inspetora do corredor, dona Marta, chataaa que pelo amor de Deus. Ela vivia pegando no pé da Sofi, também vivia aprontando pela escola. O último episódio foi no refeitório, quando Bianca fez provocações a respeito da separação dos pais de Sofi, ela não pensou duas vezes e jogou naquele cabelo água de salsicha o que ela tinha na mão, no caso, uma casquinha de sorvete que acabara de comprar na cantina.

Estávamos na segunda aula, quando a diretora Cecília pediu para a inspetora Jane me chamar, ela sem dúvidas é a MELHOR inspetora da escola, estava sempre contendo Sofi a não se meter em mais encrencas.

    ⁃    Licença Diretora Cecília, me chamou? - disse batendo na porta e girando a maçaneta

    ⁃    Oi Luna, chamei sim, sente-se querida. Quer um chá? Biscoitos? - Agora eu sabia perfeitamente porque Sofi não saia da diretoria...

    ⁃    Não diretora, obrigada..

    ⁃    Luna, te chamei aqui devido sua colocação no show de talentos. Aliás, meus parabéns novamente. Você arrasou menina!

    ⁃    Obrigada Diretora! - meus sinceros agradecimentos foram com um sorriso espontâneo.

Ficamos conversando uns 5 minutos até que alguém bate na porta, era uma senhora, a pele jovem, um coque, bem arrumada.
Fiquei de pé para cumprimentá-la, assim como Diretora Cecília fez.

    ⁃    Fico honrada com sua ilustre presença. Muito obrigada por ter vindo!

    ⁃    Eu que agradeço, é uma honra estar aqui!

    ⁃    Essa é Luna Meisy, a ganhadora do show de talentos.

    ⁃    Olá..... er.... er - minhas bochechas coraram, não sabia o nome dela.

    ⁃    Morgana Hobert, prazer em conhecê-la. - ela percebeu a minha confusão.

    ⁃    O prazer é todo meu - sorri

A conversa durou por volta de uns 20 minutos...

    ⁃    Bom, já que conversamos e você topou a ideia... preciso ligar para seus pais e informá-los sobre a oportunidade. Não acha? - vishhh! E agora? Meus pais não sabiam que eu tinha participado da apresentação, percebi que a diretora esperava pela minha resposta.

    ⁃    É.... er.... er.... claro diretora, acho sim, eles devem saber- tentei disfarçar meu nervosismo com um sorrisinho, aquele quando a única coisa que passa na nossa cabeça é " vai dar merda"

Assim que sai da diretoria, corri até o pátio para falar com Léo, era o horário de estudos dele, nem sei ao certo em quantas pessoas eu esbarrei no corredor e quantas vezes me desculpei por ter pisado no pé de algumas. Ufa, encontrei... contei a ele o que tinha acontecido, ele ficou muito feliz por mim, disse pra eu não me preocupar que ele inventaria uma desculpa caso mamãe ficasse furiosa.

Se ele não era o melhor irmão no mundo, eu não sabia quem era. Eu estava surpresa com nossa aproximação, Léo e eu nunca fomos tão próximos desse jeito, nem quando éramos mais novos... pra falar a verdade, nunca suportei as brincadeiras imaturas do meu irmão, era uma pior que a outra. Uma vez ele jogou minha paleta de sombras novinha pela janela... Aquele dia ele tomou uma bronca daquelas do papai, bem feito, ele tava era merecendo e já fazia um bom tempo. Como dizem, depois de alguns castigos e broncas, a gente aprende...

Em busca de um sonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora