Sexta feira, já eram 20:00 da noite, quando me dou conta que daqui a 30 minutos Lia passaria aqui em casa para irmos ao Kirosque, um barzinho aqui perto de onde estou morando. Levanto da cama num pulo, e vou pro banho. Escolho uma roupa bem básica, tênis, calça jeans e uma camisa polo cinza.
Depois de pronto, aviso meus pais que estou saindo. Por mais que não moro mais com eles, acho uma questão de respeito informá-los onde vou, nunca se sabe quando pode acontecer algo de ruim.
Meus pais não sabem que sou gay, já comentei que eles são bastante homofóbicos, e como sempre, ouço do meu pai "vê se pega alguma gatinha". Isso me machuca demais, mas apenas mando um emoji, "👍🏻", e encerro a conversa.
Desço as escadas do prédio e já avisto Lia na entrada me esperando. Ah, Lia também mora na casa do estudante, isso facilita muito nossas saídas, e até para estudar junto. Vou ao seu encontro, nos cumprimentamos com um beijo no rosto e seguimos até o bar.
Uns quinze minutos depois, chegamos no bar. Está bem lotado, quase não tinha mais lugar para sentarmos. Vejo um garçom e chamo ele, ele nos indica uma mesa com duas cadeiras do lado de fora do bar, mais especificamente na calçada. Aproveito que o garçom está ali, já faço nosso pedido. Batata frita com bacon e shopp.
Eu e Lia ficamos conversando sobre tudo. Coisas da vida, acontecimentos, família.. cada vez mais descobrimos coisas em comum um com o outro. Quando chega no assunto família, dou uma travada. Não gosto muito de falar sobre minha família, mas para Lia, sentia que deveria contar, confio nela para isso.
- Então Samuel, me conte sobre sua família. Diz Lia, toda empolgada.
Nada digo, fico quieto, e sinto meu rosto esquentar, provavelmente estou vermelho.
- Sabe que pode confiar em mim Sam! Diz ela me passando confiança.
- Olha só Lia, tenho um segredo para te contar, e to com medo de você não gostar e cortar nossa amizade. Digo olhando em seus olhos.
- Pode falar Sam, somos amigos agora, amigos apoiam os amigos! Lia fala me deixando decidido a falar.
- Eu gosto de meninos! Solto a bomba de uma vez.
- Sério Samuel?? Diz Lia com uma cara que eu não consigo identificar.
- Sério o que Lia? Digo com um aperto no peito.
- Sério que você estava com medo de eu cortar nossa amizade por você ser gay? Ela diz com uma expressão normal.
- Ai Lia, já passei por tanta coisa.. Digo com uma voz um pouco triste.
- Amigo, eu já sabia que você era gay, estava na cara, bobinho. Amigos gays são os melhores! Já quero ir para o shopping com você comprar roupas. Diz ela toda empolgada.
- Mas não é só isso.. Digo ainda com voz triste.
- Me conta Sam, o que está te deixando tão para baixo assim? Pergunta Lia.
- Meus pais amiga! Você não tem noção do que eu tenho que aguentar. Não sou assumido para eles. Me sinto um estranho na família. Meus pais são muito homofóbicos. Já tentei tantas vezes me abrir com eles, mas tenho tanto medo. Digo, e uma lágrima começa a escorrer de meus olhos.
- Ai amigo, sei como deve se sentir. Tenho um amigo, conheci ele na escola, ele também era gay, e quando foi se assumir para a família, passou por poucas e boas, foi até expulso de casa. Fico tão triste quando coisas assim acontecem, não entendo como os pais tem coragem de expulsarem seus filhos de casa apenas por gostas do mesmo sexo. Diz Lia me deixando surpreso
- Mas você vai passar por isso Sam, agora estou aqui para ser o seu apoio! Continua Lia, me deixando mais aliviado.
Conversamos por mais de uma hora, já estava cansado. Falar desses assuntos gasta muita energia. Minutos depois chega o garçom com nosso pedido, e pede desculpa pela demora, pois só tem dois garçons hoje e o bar está lotado.
- Tem algo de especial hoje aqui no bar? Nunca vi tão lotado. Pergunto para o garçom
- Hoje tem show de uma banda bastante conhecida aqui na cidade, não me recordo o nome agora. Diz o garçom e logo se retira
- Olha só amigo, tivemos sorte! Diz Lia com uma cara de quem iria aprontar
Percebo que começa a tocar uma música dentro do bar. Deve ser a tal banda. Lia e eu terminamos as batatas e o shopp, estávamos com vontade de pedir outro, mas o garçom não estava por perto. Percebo que Lia levanta de sua cadeira e estende a mão para mim.
- Dança comigo? Pergunta ela toda animada
Era só que me faltava.. Penso comigo mesmo.
Cá estou eu, depois de tanta resistência, dançando igual uma lagartixa, no meio da pista com Lia. No começo estava meio travado, mas depois que o shopp subiu, me soltei e fui dançar. Confesso que está sendo bem divertido.
Após nos divertirmos e Rirmos bastante e depois de curtir mais um pouco de música, pagamos nosso lanche e fomos de volta pra casa.
Capítulo reestruturado!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma droga chamada AMOR (romance gay)
Storie d'amoreApresento a vocês um ROMANCE, mas não um romance qualquer, e sim um romance entre dois homens.. Samuel e Arthur, duas pessoas completamente diferentes, que se conhecem por acaso, em um momento bem delicado e que, ao longo da história, perceberão que...