12º: Algo mais sério

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Às aulas chegaram ao fim, já se passava do meio dia, eu estava morrendo de fome.

Sigo com Lia até o portão de saída, e enquanto estava descendo os degraus, vejo Arthur, encostado em seu carro, conversando com uma menina.

Não conheço ela, mas já sei que é uma vadia básica, pois estava praticamente se atirando para cima de Arthur.

Meu sangue ferve, sinto uma raiva enorme. Não entendo porque esses sentimentos tomam conta de mim, mas continuo seguindo para fora do prédio.

Quando já estou na calçada fora do portão da faculdade, Arthur me enxerga, e parece ficar assustado. Não entendi aquela reação. Será que eles combinaram algo? Criei varias paranóias na minha cabeça.

Percebi que ele está vindo em minha direção, parece estar envergonhado.

- Olá! Diz ele mal abrindo a boca.

- Oi Arthur! Digo de forma grossa, e ele já entende o recado.

- Olha só, não rolou nada de mais ali, aquela menina que já chegou se esfregando, eu não sabia o que fazer.. Arthur tenta se explicar.

- Você estava gostando pelo o que eu percebi. Digo com ironia.

- Não é nada disso Samuel, eu nunca tinha passado por uma situação dessa, ainda mais em público, não sabia como agir.

- Tudo bem, tudo bem! Iríamos almoçar, não? To com fome. Digo ainda sendo grosso.

- Claro, vamos. Entre no carro! Ele diz de cabeça meio baixa, e seguimos rumo a um restaurante.

Confesso que fiquei impressionado. Ele me levou em um dos restaurantes mais caros da cidade. Será que ele queria me impressionar? Espero que não, porque eu odeio quem usa o luxo para conseguir algo.

Entramos no restaurante, ele fala que tinha uma reserva e uma mulher bem elegante leva a gente até a mesa.

Sentamos lá e começamos a olhar o cardápio. Cada prato era uma facada. Nunca que eu pagaria tanto assim em um prato. Fiquei até com vergonha pois eu não tinha tanto dinheiro assim e eu não gostava de que alguém pagasse coisas para mim.

Depois de alguns minutos pedimos os pratos e a sobremesa também.

- Então Samuel, trouxe você aqui para esclarecermos tudo. Arthur fala, e eu percebo seu nervosismo.

- Acho que precisamos dessa conversa mesmo! Digo nervoso também.

- Samuel, você lembra daquela noite que eu fui lá na sua casa e falei aquelas coisas todas né?

- Sim, lembro muito bem. E eu aceitei vir aqui justamente por isso.

Um silêncio paira no ar, até que eu resolvo perguntar de uma vez.

- Você falava sério Arthur? Pois era nítido que você havia bebido e...

Arthur interrompe minha fala.

- Sim Samuel!! Eu nunca falei tão sério na minha vida. Como eu havia dito, eu estava me sentindo muito sozinho nesses últimos meses, e depois que você apareceu, tudo mudou. Eu me sentia vivo estando do seu lado. Coisa que eu pensei que nunca mais aconteceria nessa vida. Pode parecer clichê, mas eu preciso de você Samuel! Desde o dia que eu estava com minha irmã no mercadinho e você me viu, fazendo uma cara estranha, algo me fez querer te ter por perto e te proteger de algum jeito.

Arthur fala aquilo, me deixando mega surpreso, por pensei coisa errada de sua irmã, mas ao mesmo tempo feliz. Via sinceridade dos olhos dele. Estou sentindo medo também, de tudo isso ser um sonho e eu acordar e voltar a minha realidade.

- Arthur, não sei nem o que dizer. Mas uma coisa eu tenho certeza.. Curto muito a sua companhia e queria que investíssemos nisso Confesso que tentei fugir não me apegar a você, por medo, não sei... mas você também está me fazendo bem Arthur! Digo olhando nos olhos dele.

- Eu sei que a gente se conhece a pouco tempo, e que tudo isso ainda está muito novo na minha cabeça, ainda preciso aprender algumas coisas. Mas eu to disposto a aprender. Diz Arthur me deixando com vontade de abraçá-lo ali mesmo.

- Também sugiro que vamos com calma. Vou te ajudar em tudo o que precisar, e se depender de mim, você será muito feliz. Digo, e sem perceber, uma lágrima escorre do meu olho. Oh meu Deus!!

O clima estava meio estranho ainda naquela mesa, pensamentos a mil, coração quase saindo pela boca.. Vejo Arthur se movendo em minha direção, por cima da mesa.. Meu deus ele iria me beijar, o que eu faço? Nunca tinha beijado mingúem em público.

Ele estava chegando perto de mim, eu havia entrado no clima também, iríamos nos beijar..

- Aqui estão seus pedidos! Diz o garçom alto, fazendo com que o beijo vá por água abaixo. O clima foi totalmente quebrado.

Arthur diz que precisa trabalhar logo logo, então iríamos almoçar e logo ir. Percebi que talvez tenha sido um impulso de sua parte e vi um certo desconforto.

Terminamos o almoço, ele insiste em pagar a conta sozinho, bem salgada por sinal. Saímos do restaurante, e seguimos rumo a minha casa. Sim, ele iria me levar e depois voltar para seu trabalho.

Chegamos na frente da minha casa, o caminho todo foi percorrido sem nenhuma palavra dita.

- Bom, acho que vou ir. Minha mãe deve estar preocupada, esqueci de avisar que iria almoçar fora. Digo já abrindo a porta do carro.

Eu estava com vergonha de fazer uma coisa, mas deixei ela de lado e fiz. Me despedi de Arthur lhe dando um beijo estalado na bochecha.

Ele fica sem reação, acho que não esperava por isso. Mas logo ele abre um sorriso maravilhoso e da uma piscada pra mim.

Saio do carro, aceno pra ele e entro em casa. Eu realmente estava feliz com esse novo conceito de amizade que eu estava criando.

Isso ainda tá muito novo para mim, como está para ele, mas creio que vamos descobrir coisas novas e aprender muitas coisas juntos.

Tomo um banho e vou pra cama cansado. Resolvo ligar para Lia e contar as novidades.

Capítulo reestruturado!!!

Bom gente, fiquei algum tempo sem postar, então hoje resolvi postar dois de uma vez!
Queria agradecer muito a todos vocês que estão lendo, e espero que estejam gostando.
Seu comentário e sua estrelinha são muito importantes para mim, então coopera aí mermã. Heheh
Até o próximo!! ❤️

Uma droga chamada AMOR (romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora