Um dia qualquer do verão de 2006Abri os olhos porque o sol beijou minha cara com a temperatura e a raiva de uma puta que me recusei a pagar pelo programa, o gosto de ferro enferrujado na boca, o cheiro de cigarro paraguaio 100% cancerígeno e do vinho de 5 reais que aliás é tudo que posso comprar mediante a falência financeira que me encontro agora, levantar todos os dias e perceber que a cada 24hrs sou mais do mesmo e ninguém pense que sou um coitado, desafortunado, vítima de um país fudido e desigual, tudo que sou hoje foi um plano bem sucedido para me alto sabotar, disso tudo a única coisa que a vida me ofereceu sem eu pedir foi a morte e o luto eterno da mulher que sempre foi meu amor, no mais eu sou o retrato mais lindo e poético do fracasso Com minha Poesia, minha Raiva, minha vida de péssimos exemplos, drogas, sexo casual e totalmente irresponsável
Apaguei de mim todo e qualquer traço de equilíbrio, meu pavilhão de festas e espetáculos se desfez, nele Jaz uma cruz de madeira mal pintada acompanhado de uma coroa de flores mortas, no meu quarto agora os Ratos e vermes celebram comigo essa minha insurreição, a porta está aberta para a Morte que espero, dando adeus ao mundo que não quero, sentindo em cada pá de cal na minha cara o pedido triste e escarrado de perdão.
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O INFERNO DE EXISTIR
ContoMemórias e observações de um homem atormentado por fatos da vida e do passado transcreve suas lembranças, raiva e desesperança no amanhã que se anuncia cada vez mais sem brilho.