Já era tarde e a madrugada soava tão triste e sozinha, ela diante de mim quase despida resolveu rasgar o véu se desmanchando fazendo jorrar todo fél que a tempos oprimiam seus sentidos, seus dias e um passado esquecido, por horas ela chorou, depois das lágrimas secarem ela também dançou como se fosse a última canção de uma apresentação da banda favorita, me contou das dores, das cores, das vozes que sempre faziam ela chorar e refletir, cada palavra era um rio de lágrimas que também jorravam de mim, eu era o escolhido pra estar ali naquela noite, ela me puxou no meio da multidão, me beijou, se entregou e abriu seu coração, só alguém tão maldito quanto ela poderia escutar tanta amargura, tanta dor e um ódio crescente como fogo em suas mãos, sem questionar nada, sem apontar, sem aquela ânsia de salvar aquela alma, seu caminho estava traçado e ela cedo ou tarde iria costurar todos os seus pedaços seguiria firme, quem sabe um amor livre, encontrar algum final talvez feliz, refúgio para o coração, ficou comigo por 3 dias e depois partiu sem adeus, não houve despedida, não deixou um nome muito menos um telefone, nunca mais há vi, no fim de tudo num gesto tão simples e puro ela até sorriu pra mim.
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O INFERNO DE EXISTIR
Short StoryMemórias e observações de um homem atormentado por fatos da vida e do passado transcreve suas lembranças, raiva e desesperança no amanhã que se anuncia cada vez mais sem brilho.