Bebi cada gole de conhaque como se fossem beijos da tua língua, o gosto que cortava e ardia no estômago eram os sinais da saudade e de minha sina, te amar por anos em segredo efêmero e quando pude ter você, ver teu corpo se perder na imensidão do mar revolto da vida, puta que pariu que triste sina que acompanha esse ser infeliz, desgraçado e desgarrado sempre dono do seu nariz, mas do que vale tanta independência se essa carência não se afasta de mim? Não tem poemas, drogas, bebidas, músicas de Noel Rosa que me façam esquecer o quanto os sonhos de felicidade me iludem nessa dança frenética de ganhar e perder em segundos até que a porra do mundo me jogue fora numa linda aurora se libertando de mim.
E.RUSSEAL
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O INFERNO DE EXISTIR
Short StoryMemórias e observações de um homem atormentado por fatos da vida e do passado transcreve suas lembranças, raiva e desesperança no amanhã que se anuncia cada vez mais sem brilho.