I'll never give up on you

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FINN WOLFHARD

Desde que me conheço, eu sempre penso muito antes de agir. Isso significa que, eu passo metade do meu tempo calculando cada mísera parte da minha vida. Mas por algum motivo, eu afastei o Jack. Tirei ele da minha vida em menos de uma hora, e o mais engraçado, eu não pensei sequer duas vezes antes de fazer o que fiz. Na verdade, minha mente continua dizendo que tudo isso foi para a minha segurança. Egoísta? Talvez.

- Eu te odeio tanto, Finn - Jaeden diz com desgosto.

Encaro-o com minha melhor cara de "não estou ofendido", mas ele não ligou. Continuo dizendo coisas horríveis para mim, para ser mais específico, falou o quanto eu sou burro. Mas eu não concordei com nada do que ele disse, tenho meus motivos e Jaeden não vai me deixar triste só porque ele não entende sobre meus sentimentos.

- ... Você sabe que Jack está mal, não é? Olha, eu juro que tô tentando entender você, defender, mas... Sei lá, você foi um babaca - ele disse, sua voz um pouco cansada. - E eu espero que você pense bem no que fez porque Jack é um menino de ouro.

Após falar tudo o que queria, ele sai da arquibancada, deixando-me sozinho.

Minha segunda-feira está sendo uma completa droga, a única pessoa quem falou comigo foi Jaeden, dez minutos de puxão de orelha. As aulas passam de modo lento, e parece que estou ficando paranóico, mas todos parecem estar me odiando mentalmente.

Levanto do banco da arquibancada, determinado a ter Jack de volta. Ok. Será fácil. Só preciso dizer para ele que eu estou arrependido e então, ele voltará correndo para mim, como sempre faz.

Ando pelos corredores lotados de adolescentes se beijando, e vou para o refeitório, logo dando de cara com os olhos castanhos de Jack. Puta merda.

- Com licença - digo, assim que chego perto dele.

Jack me encara com uma expressão indecifrável, todos se calam na mesa e eu sinto minhas bochechas queimarem por conta dos olhares. Escuto sussurros vindo de Sophia e Wyatt, mas decido não dá a mínima. O que realmente importa é Jack.

- Podemos conversar? - pergunto, nervoso. Ele para de me encarar, mas assente com a cabeça.

- Claro - ele disse, levantando-se. - Volto daqui a pouco, pessoal. Não coma meu sanduíche, Chosen.

Todos continuam olhando para nós, mas depois de alguns segundos apenas concordam, voltando a conversar entre si. Jack e eu fomos à arquibancada, e o silêncio foi estranhamente desconfortável. Às vezes eu olhava para o rosto cansado de Jack, mas ele sempre me pegava no flagra.

- Fique a vontade - ele incentivou-me.

Ignoro o suor repentino em minha testa, e a sensação esquisita no meu estômago.

- Sin-sinto muito... Por tudo mesmo - minha voz falha. - Eu não queria te machucar, mas não vejo um futuro nisso. Você é um garoto. Eu sou um garoto. Meus pais abominam os gays, minha mãe diz que eu vou para o inferno. Qual é o sentido de ficar lutando por algo que vai dar errado no final?

Consigo notar a decepção pelos seus olhos marejados. Jack não é o tipo de garoto discreto, seus sentimentos parecem sempre estar estampando em sua cara.

- Fala alguma coisa - peço, impaciente.

Ele limpa a garganta e me encara com uma feição desapontada.

- Desde o começo você sabia sobre a porra da direção que acabaríamos seguindo, mas mesmo assim, você foi fundo. Então não se faça de sonso, e nem me venha com argumentos de meia-tigela. Você sabia disso tudo. Eu acreditei em você, Finn... Você foi o único cara com quem imaginei um futuro, mas também foi o único quem quebrou a droga do meu coração.

He likes boys • fackOnde histórias criam vida. Descubra agora