the sun and the moon

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FINN WOLFHARD

Pecado. Normalmente utilizado para descrever um ato que está contra a vontade de Deus, geralmente usado em contextos religiosos; um erro

Amor. Sentimento de afeto por outra pessoa, é uma linha invisível que liga à felicidade, algo puro e único

Aqui estão dois significados contraditórios da terrível briga, onde meu pai quase me matou. O que me faz pensar no quão errado o mundo está, a verdadeira mentira dos contos de fadas. Às vezes, nem o amor consegue vencer. A partir desse pensamento, consegui ter uma visão mais clara sobre tudo, vi dor e senti todos os Jack e Finn que existiram há anos atrás, mortos por causa de guerra, expulsos de casa e jogando-se de pontes. Todos com uma única certeza: o mundo é caótico. 

Os choros da minha mãe e a voz de puro ódio do meu irmão ainda cobre minha mente, fazendo-me desejar estar morto nesta cama de hospital. Observo cada gota de soro que entra em minhas veias, e tenho certeza de que carrego uma expressão vazia. Sofrimento.É isso que vejo pelos corredores, é isso o que vejo na Televisão, é isso o que vejo por todos os lugares. Não há mais esperanças, estou ciente disso.

- Finn, daqui a duas horas você será liberado, como se sente sobre isso? - a enfermeira pergunta, com um sorriso gentil que dava de orelha à orelha. Ela tem por volta dos trinta anos e tem os olhos mais claros do mundo, azul com verde.

- Bem... Não me sinto tão contente, pra falar a verdade, acho que nesses últimos dois dias eu já me acostumei, sabe. Comer comida sem sabor, assistir as reprises de jogos pelas manhãs, receber soro na veia... Tudo bem legal - respondi, sendo sincero.

A enfermeira deu uma risada baixinha, acho que ela pensava que eu estava brincando.

- A comida daqui é horrível - ela disse, tirando a veia do meu braço. - Sua mãe chega daqui a pouco, ela está descansando. Enfim, já já você recebe alta.

Ela me entregou um chocolate e um sorriso.

- Para você ficar um pouquinho feliz - ela disse.

- Obrigado! Já me sinto um pouco feliz.

- Agora vou voltar a cuidar das outras crianças, seja feliz e não acredite em nada que seu pai diz.

- Anotado.

Ela me deu um abraço e deixou o quarto. Como o chocolate em silêncio, prestando atenção em cada maldito detalhe do quarto.

Dois dias sem ver a cara do meu pai, sem ver ninguém, exceto minha mãe e Nick. Não lembro do que aconteceu depois que meu pai fez o que fez, só lembro de acordar nessa cama. Nick disse que ele fez algo a mais quando eu fechei meus olhos, ele disse que tentou parar, mas Nick é magro e fraco, nunca conseguiria parar a fúria de meu pai, nem em um milhão de anos. Eu compreendi, ele fez tudo o que podia. Sinto-me seguro agora, mesmo sem saber o que aconteceu depois. 

- Finn! - escuto a voz de Nick, ele corre e me dá um abraço. - Finalmente vamos sair desse hospital, misericórdia.

- Sim!

- Pensei em irmos para a WaffleHouse depois de você receber alta, o que acha? - ele pergunta, arrumando meus cabelos. - Olha, não levarei nenhuma gatinha, será só você, eu e mamãe. Ah! Quase esqueci, teremos um convidado especial... Ruflem os tambores - ele bate na escrivaninha, imitando tambores. - Jack Wolfhard-Grazer.

Sem perceber, dou um sorriso, o primeiro desde que cheguei ao hospital. Deixo cair algumas lágrimas. 

- Ja-Jack? Como ele está? Você falou com ele? Ele está...

He likes boys • fackOnde histórias criam vida. Descubra agora