i didn't feel anything

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JACK GRAZER

Sinto uma onda de insegurança tomar meu corpo, não quero mais ir à festa nenhuma. Estou parecendo uma farsa nesta roupa de marca e com estes sapatos da Adidas. Ainda dá tempo para eu inventar alguma mentira para sair dessa, deve haver algum jeito de cair fora. Observo meu corpo no espelho novamente, estava me sentindo um palhaço.

Penso em ligar para Wyatt ou Finn para dizer que estava doente demais para sair. Já tinha um plano totalmente planejado, apelar para o lado doente e no final, fazer uma maratona de Grey's Anatomy num sábado à noite.

Escuto três batidas na porta.

- Quem é? - grito.

- Sou eu, Jack - a voz do Finn faz os pelos dos meus braços ficarem arrepiados - Abre logo esta porta, cara.

Meus planos foram por água abaixo, igual minha vontade de viver.

Encaro meu corpo mais uma vez e abro a porta, vendo um Finn arrumado, ele não era o tipo de cara que sempre está na moda, mas ele com certeza, tinha estilo. Seu cabelo estava um pouco bagunçado, ele usava uma camiseta da banda The Neighbourhood e uma jaqueta preta, uma calça jeans rasgada nos joelhos e um tênis preto. Ele estava perfeito.

- Você está legal - ele diz.

Não tenho a oportunidade de agradecer, pois Finn se apressa a puxar meu braço.

- Não quero chegar atrasado - ele disse, enquanto ia me levando até a saída da minha própria casa.

- Mãe, estou indo - grito. Escuto algo parecido com um "tá bem" vindo de minha mãe.

Ele larga meu pulso, logo eu sinto a ausência do seu toque. Caminhamos pelas ruas de Pittsburgh, conversando sobre coisas aleatórias. Finn parecia animado porque segundo ele, hoje seria a grande noite. Beijaria a garota na festa e tentaria perder a virgindade. Fico feliz por ele, mesmo eu não sendo o motivo de sua excitação.

- Você vai beijar e eu vou perder a virgindade. Estamos ficando adultos, cara - ele diz, rindo.

Nunca desejei tanto ver a casa de Jaeden.

- Você não pode transar com uma pessoa que não é especial pra você, isso é tão estúpido - sussurro, mas ele só dá de ombros.

- E daí? Você só tem 16 anos uma vez na vida - ele fala, empurrando meu ombro.

- Grande coisa - resmungo, revirando os olhos.

- Qual foi, Jack? Você nunca parece feliz por mim, que bosta. Eu sempre te apoio e você aí com essa cara de bunda - ele retruca, com desdém.

Quero voltar para casa. Não aguento mais forçar essa risada e todo esse show de "melhores amigos". Eu não quero ser amigo dele, eu quero o beijar, isso é egoísta?

- Tá, Finn - digo, forçadamente - faça sexo com aquela garota, divirta-se, você só tem 16 anos uma vez na vida.

Pegue uma doença e se foda, seu babaca, penso, mas repreendo tal pensamento.

- Isso foi sarcasmo ou...? - pergunta Finn.

- Claro que não! Você é meu melhor amigo, só transe o quanto quiser, cara.

- É assim que se fala, parceiro! Você e eu vamos ter uma noite cheia de surpresas.

Não demora muito para vermos a enorme casa de Jaeden, seus pais estão passando o fim de semana em Paris, pois é o aniversário de casamento deles.

A porta da casa estava aberta e dava para ver milhares de adolescentes, a música que tocava me dava nos nervos e o cheiro de nicotina me deixava cada vez mais mal-humorado. Era uma festa normal, tinha copos de plásticos, comida, adolescentes se beijando, música ruim e pessoas fumando.

He likes boys • fackOnde histórias criam vida. Descubra agora