O Toque

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Sarah olhava surpresa para a mulher em sua frente. Depois de tanto tempo sem ver sua mãe, sem a presença da mesma durante os dias no hospital, tanto tempo longe causou uma certa desconfiança e um turbilhão de perguntas com sua volta repentina, tinha tanta coisa para conversar, sentia tanta falta dela mesmo estando decepcionada com toda a situação. Sarah sentia confiança nela, aquela sensação que costumava sentir quando estava perto de sua mãe reapareceu e tudo que conseguiu fazer foi se aproximar para abraça-la.

— Oh, meu docinho. — Eva disse emocionada ao abraçar a filha.

— Mamãe! — repetiu Sarah, abraçando-a bem forte como se a qualquer momento fosse desaparecer.

— Você tá tão linda, deixe-me te ver melhor. — afastou-se para dar uma olhada em sua filha crescida.

— Eu senti tanto sua falta, mãe. — confessou quando a mais velha tocou seu rosto, secando suas lagrimas.

— Eu também senti a sua, meu docinho.

— Então por que foi embora? — perguntou indignada.

— O casamento já não estava dando certo, eu já não conseguia ser feliz ao lado de seu pai. —disse Eva.

— E por isso teve que ir embora e me abandonar?

— Eu não te abandonei Sarah, que história é essa agora? — perguntou aflita.

— Onde a senhora estava quando eu acordei do coma? Durante meses eu esperei por você no hospital, eu precisei de você, mãe, e você não estava lá. — respondeu magoada.

— Filha, me desculpa, eu sei que não justifica mas eu tive meus motivos, seu pai não tinha me contado nada sobre você eu que tive que buscar por notícias suas. — disse atônita.

— Meu pai me contou sobre sua nova família, não precisa fingir que se importa comigo agora. —respondeu rígida.

— Claro que você é importante pra mim, Sarah! Seu pai me traiu e estava sendo falso com nossa família, não acredite nele, Dylan está te enganando para me atingir. — Eva disse como se fosse óbvio.

— E em quem a senhora espera que eu acredite? Meu pai ficou do meu lado quando eu precisei, já você estava ocupada demais para se lembrar de mim. — respondeu com desdém.

— Não faça isso, Sarah, não deixe ele nos afastar, eu só quero me aproximar de você, reconstruir o laço de mãe e filha. — disse sincera.

— Quem está na porta, Sarah? — Dylan perguntou ao se aproximar da porta, encontrando as duas ali. — O que você tá fazendo aqui? — colocou-se na frente de Sarah, impedindo qualquer contato visual.

— Só estou conversando com minha filha! — disse Eva no mesmo tom, sem se intimidar.

— Você não é bem vinda nessa casa, por favor se retire ou irei chamar a polícia. — ameaçou e ela se manteve impassível até Sarah interferir.

— Por favor, acho melhor a senhora ir agora. — O pedido de Sarah foi como uma faca no seu peito, ela não esperava por essa atitude, sem ter no que mais insistir olhou para a filha triste e saiu do local.

(....)

Trabalhar sem ter a presença de Sara havia se tornado entediante, como se o dia demorasse a terminar e Harry ficasse sem ânimo para começar seu trabalho. Isso o afetou de tal forma que fisicamente ele também havia mudado, Harry havia perdido o sorriso encantador dos lábios, o bom humor para cumprimentar seus colegas, assim como a vontade de sorrir. Era tão triste passar pelo quarto de Sarah e estar vazio, tudo que ele desejava era apenas ter tido um pouco mais de tempo para confessar seu amor por ela, havia uma semana que Sarah não estava mais no hospital, e sua mudança de comportamento foi notada por todos a sua volta.

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