Epílogo

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Acordo sozinho em um quarto de hotel, sonhando com ela outra vez, em meio aos meus devaneios pergunto-me onde você deve estar, Sarah? Angustiado e sem respostas, tento voltar a dormir.

Na manhã seguinte, fiquei bêbado ao meio-dia, nunca me senti tão desleixado, não nos falamos desde quando você foi embora, o silêncio se tornou confortável e isso é tão superestimado. Sinceramente, não sei como vou fazer para continuar minha vida, se o amor que morreu nela ainda vive em mim.

Meus amigos e minha família dizem que eu devo seguir em frente, eles acham que eu tenho tudo, mas estão enganados, porque eu não tenho nada sem você.

Observo o quadro pendurado na parede do meu quarto, aquele quadro que fizeste de mim, que fiz questão de emoldurar para que eu pudesse lembrar do nosso último momento juntos, assim como a nossa foto que guardo em minha carteira.

Por que você não pode ser a primeira a ceder?

Durante quatro anos eu nunca deixei de te procurar, mas parece que não quer ser encontrada, até meu telefone sente falta das suas ligações.

Eu encontrei Niall uns dias atrás, e me precipitei em perguntar sobre você, ele disse que você estava bem, foi tudo que conseguir saber.

Eu vi estampado no rosto dele decepção e desprezo, novamente o silêncio torna-se adequado. Por que nunca dizemos o que queremos dizer? Sem dar mais uma palavra, seguimos nosso caminho.

Acordei ao lado de uma garota que parecia com você, Sarah, quase eu disse seu nome. Por alguns instantes eu queria fugir de dentro de mim e desaparecer, para bem longe disso tudo, mas ainda tenho esperanças de que você volte.

Talvez um dia você me ligue e me diga que você também sente muito, mas você nunca liga.

– Chega! Eu não posso mais permitir isso. – diz Gemma na mesa de jantar. – Você não pode continuar desse jeito.

– Gem, talvez ainda não seja o tempo dele. – continua minha mãe.

– Eu ainda estou aqui. – avisei.

– Nós estamos preocupados com você, meu filho, você mudou e não está nada bem.

– Eu estou bem. Não precisam se preocupar. – Volto a comer.

– A gente poderia sair mais tarde. – sugere minha irmã. – Ir no bar, distrair a mente, Liam disse que chegou uma nova colega de trabalho, poderíamos dar boas vindas a ela.

– Eu não quero me envolver com ninguém, não quero repetir o que fiz com Elizabeth.

– Gem, filha, eu concordo com o Harry. – diz minha mãe. – Cada pessoa tem seu tempo para se recuperar, essa é uma decisão que só ele pode tomar.

Depois do nosso jantar, volto pra casa a pé. No caminho deparo-me com a floricultura onde costumava comprar, o mesmo lugar onde ela trabalhava e as lembranças só me fizeram me sentir pior, lembrar de você ainda dói. Mais uma vez, entrego-me as bebidas e volto pra casa com ajuda do meu amigo, Louis.

Dias depois, minha mãe me leva para a livraria comprar livros novos, ela diz que preciso aquecer um pouco esse coração solitário, acho que agora você entenderia o porque eu acredito em histórias de amor. Caminho ao redor, observando despretensioso, explorando, até que um livro chama minha atenção, "o que o sol faz com as flores", interesso-me pelo título.

Quanto mais eu avançava as páginas mais me identificava com o livro, de alguma forma era sobre a gente, nas linhas era possível notar as semelhanças. "Contei para as flores o que faria com você e elas se abriram." De alguma maneira, esse livro me fez sentir próximo de você, voltar no tempo, quando te conheci.

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