Mudando

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Mil pensamentos metralhavam sua mente, Harry se sentia confuso diante de toda situação, questionava se realmente tinha tomado a decisão certa, porém mesmo que se arrependesse nunca iria demonstrar. O problema seria não saber fingir que não sentia nada. Porque nunca se sabe quando é da boca para fora ou do coração para dentro. Por isso aceitou se casar com Eliza, porque sabia que era o sensato a se fazer, talvez não o apropriado mas também não poderia arriscar o certo pelo duvidoso, e com isso conformou-se. 

Fazia bastante tempo que Harry não via Sarah desde sua férias de natal, e durante todo esse período ele não conseguia parar de pensar nela e querer estar com ela a cada dia, pois sentia sua falta. Mesmo que negasse a si mesmo, ela havia realmente despertado algo nele. Esse era o problema do amor, ele aparece nos lugares mais inesperados, Harry sentia que estava morrendo aos poucos desde que Sarah entrou na sua vida.

— Olá Sarah — falou assim que entrou. — Teve um bom natal? Eu espero que sim. Sabia que eu fiquei com minha família nas férias? Por esse motivo não apareci antes, mas agora voltei. — dizia tão convicto que nem parecia um monólogo.

— Aconteceram tantas coisas nesse pequeno período que você não faz ideia. Trouxe rosas pra você. — as rosas já haviam se tornado um hábito, já que sempre trazia quando ia vê-la.

— Escolhi dessa vez lilás porque a cor é fascinante, o lilás é uma das cores mais raras e doce e são muito usadas para expressar intenções românticas. — achou graça da última frase.

O silêncio tomou conta do cômodo, enquanto ele pensava consigo mesmo e a olhava intensamente, como se estivesse em transe.

— Alguma vez seguiu seu coração sem pensar nas consequências? Já se sentiu cobrado pela vida como se estivesse em constante pressão? Seguir o que acha ser coerente e não por sentimentos? — perguntou ele angustiado.

— Não acha a vida às vezes injusta? As pessoas ao nosso redor nunca reparam nossa dor ou tristeza, até mesmo quando se está feliz ninguém repara o seu sorriso, mas todos sabem julgar quando você erra. Eu não sou tão forte como todos pensam que eu sou, as vezes eu também choro, me desanimo, porque eu ando tão cansado de tudo.

— Mas aí eu lembro de você, por incrível ou tolo que pareça, você é a única coisa que vale a pena no meu dia. — por um breve momento se atreveu a segurar sua mão, seu primeiro contato físico com ela e sentiu uma imensa vontade de beijá-la, até que foi interrompido.

— Doutor? — Becca perguntou desconfiada diante da cena que presenciara.

— Eu só estava checando se estava tudo ocorrendo bem com sua pulsação, já estou de saída. — verificou o mesmo e se preparou pra sair. — Boa tarde senhorita.

                            (...)

Os anos se passaram e o relacionamento entre Eva e Dylan só esfriava cada vez mais. Eva estava o afastando involuntariamente, desde a perda da sua gestação ela tinha o rejeitado como homem, conversavam sobre o necessário, não trocavam carícias como faziam, quem visse de longe pensariam ser irmãos pelo forma como se tratavam, deixaram de ser um casal e isso incomodava Dylan. 

Seu casamento estava arruinado, não sabia mais o que fazer para reconquistar sua esposa já que todas as suas tentativas foram fracassadas. Talvez não existe mais o amor como antigamente, mas para Dylan era uma questão de domínio, mesmo que a amasse de seu jeito torto e errado ela só poderia ser somente sua e de ninguém mais.

— Não dá mais. — comentou Eva durante o jantar. Ela ainda não havia tocado na comida.

— Do que está falando, querida? — perguntou ele ao beber seu café.

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