Onde Nós Estamos

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Harry ainda estava tentando assimilar o que estava acontecendo, o que sua noiva estava fazendo em seu apartamento? Ele nem se deu conta da ausência dela nos dias anteriores, era como se ela realmente não estivesse ali.

– Eliza? O que tá fazendo aqui? – repetiu confuso.

– Oi pra você também, meu amor! E, respondendo sua pergunta, eu voltei para o aniversário de um ano do meu sobrinho e voltei pra ficar com você!

– Eu não estava sabendo de aniversário algum, e quanto aos seus estudos na França?

– Harry, eu já terminei o curso, já se passaram dois anos! E quanto ao aniversário, eu queria que minha chegada fosse surpresa. – Com toda certeza, Harry estava surpreso, e não estava feliz.

– Me desculpe, mas não posso continuar com isso – disse sincero.

– Por que não, Harry? Agora temos todo tempo para ficarmos juntos! – Aproximou-se para abraçá-lo, mas o mesmo recuou.

– Eu traí você, Elizabeth. – Harry viu as lágrimas surgirem em sua face, ela sorriu triste e piscou os olhos algumas vezes para se recompor.

– Harry... Olha, não vou dizer que estou surpresa com isso, eu já imaginava, você não falava comigo com tanta frequência, não nos víamos há dois anos, não posso te culpar por isso, e eu quero te dizer que eu te perdoo, podemos voltar a ser o que éramos antes, meu amor.

– Não... Não podemos. Eu não te amo, Eliza, nunca amei, eu só aceitei ser seu noivo por respeito às nossas famílias e porque você cuida de mim, mas nunca foi recíproco, e agora eu amo outra pessoa. No fim das contas, eu que peço perdão.

– Harry, não podemos jogar sete anos de relacionamento no lixo, não desse jeito, é só uma fase ruim, todos os casais passam por isso, logo tudo voltará a ser como era antes! – tentou incentivar.

– Não, Eliza, nunca vai ser como antes, você não entende? Você merece alguém melhor, que possa cuidar de você e que te ame como eu não fui capaz de fazer. Não podemos mais continuar juntos. – Segurou em seus braços delicadamente, para acalmar sua agitação. – Me desculpe.

Sem ter outra saída, Eliza entregou-se ao choro preso na garganta. Harry a tomou em seus braços, compartilhando seu lamentar, ela era uma ótima garota, não merecia sofrer daquele jeito, mas o fim era necessário para que novos caminhos se abrissem, para os dois.

– Tudo bem, Harry... – Enxugou as lágrimas afastando-se dele. – Mas posso te fazer um último pedido?

– Claro. – Ele não poderia negar, devia isso a ela, em consideração a todos os anos que viveram juntos.

– Por favor, ao menos vá comigo para a festa do meu sobrinho, não quero que minha família saiba que terminamos nosso noivado em um momento tão feliz para eles, principalmente para Niall.

– Compreendo perfeitamente, eu lhe farei companhia.

– Muito obrigada, Harry, agora acho melhor eu ir embora. – Pegou a bolsa e evitou encarar seus olhos mais uma vez, ou voltaria a chorar. – Te vejo no sábado.

– Até sábado. – Acompanhou até a porta. Por incrível que pareça, Harry não estava tão satisfeito como imaginava que ficaria, era como se ele também saísse perdendo nessa situação.


                                                                                             (...)


Dentro de casa, Sarah se deparou com seu pai no sofá, ele segurava um papel e uma garrafa de bebida na outra mão. Seu pai só bebia por dois motivos: quando estava estressado ou com raiva, analisando rapidamente ele parecia bravo.

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