Em Minha Mente

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Meses haviam se passado e Sarah recuperava-se aos poucos, por conta do coma perdeu bastante peso, e apesar dos fatos Harry apaixonava-se por ela a todo momento que passavam juntos, a cada dia mais encantado com as descobertas que tinha sobre ela, sempre paciente ouvindo tudo que ela tinha para te dizer, e se sentia privilegiado, já que sonhou tanto com esse momento, finalmente não estava mais falando sozinho. 

Sarah ainda não sabia andar sozinha e falava com dificuldade, era como se tivesse voltado a ser um bebê, reaprendendo desde o princípio. Hoje seria sua primeira vez que tentariam uma comunicação mais dinâmica para saber o quanto ela lembra do acidente e anterior a ele.

— Quando estiver pronta nós começamos, ok? — disse Harry segurando em sua mão para passar segurança, a mesma assentiu.

— E-eu estou pronta. — ela respondeu.

— Tente voltar para o momento que ocorreu o acidente, o que aconteceu naquele dia? — perguntou docemente.

Sarah fechou os olhos forçando sua memória para o dia do ocorrido, apenas enxergava flashes de imagens e conversas desconexas, tudo estava borrado, como um canal sem sinal. De repente foi pega de surpresa pela imagem do carro sendo atingido por um caminhão, o que a fez abrir os olhos na hora, assustada, com lágrimas nos olhos. Harry abraçou no mesmo instante para acalmá-la.

— Calma, está tudo bem eu estou aqui, já passou. — segurou em seu rosto e viu a vermelhidão em seus olhos. — O que você viu?

— Eu não consegui ver com clareza, os rostos eram borrões e eu não entendia o que falavam, então eu senti o impacto do carro me atingir. — explicou apavorada. Harry tornou a abraçá-la.

E quando ele a abraçou foi como se alguma parte de seu coração se enchesse, naquele momento ela se sentiu inteira, precisava de um abraço, um bem apertado, que a livrasse das angústias que passava. E o abraço dele foi exatamente isso.

— Vamos devagar, tudo bem assim? — perguntou e a mesma concordou. — Até onde se lembra sobre sua vida antes do acidente? Amigos, rotina, sonhos. Conte-me sobre eles.

— Bom, eu me lembro de... — Fechou os olhos pra ajudar a recordar. — Está terminando o colegial aos 17, tinha uma melhor amiga Becca e estávamos afastadas, minha mãe sempre me chamava de apelidos no diminutivo e conversava comigo antes de dormir. Lembro de gostar de desenhar desde menina, minha mãe ficou feliz quando fiz um retrato dela no dia de seu aniversário. — Sorriu com a nostalgia.

— Lembro-me de desenhar nas paredes da casa e meu pai brigar comigo, e também quando meu namorado Zayn se foi. — uma lágrima desceu ao pronunciar o nome do rapaz.

— Ele foi meu primeiro amor e eu não soube valorizar.

Harry abaixou o olhar, desconfortável, o comentário de Sarah sobre seu primeiro amor o incomodou de tal forma que mudou seu humor na mesma hora, entristeceu seu coração e ele não queria se sentir dessa forma, já que se tratava de algo do passado, invejava o amor que ela dizia ter pelo rapaz. Porque ele queria ser amado por ela.

— Às vezes me sinto incomodada quando se trata do meu pai. —continuou ela.

— Como assim? — quis saber.

— Não sei exatamente como explicar, é como se eu sentisse raiva dele, mas não sei o porquê.

— Pode ser uma confusão da sua cabeça, é comum se sentir um pouco perdida no seu caso, você pode estar misturando sentimentos antigos com o presente. — explicou.

Logo a enfermeira Moore entrou no cômodo, chamando a atenção dos dois e trouxe consigo a cadeira de rodas que ajudaria a Sarah se locomover.

— Com licença Dr. Styles. Está na hora de sua fisioterapia, Sarah. — anunciou.

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