Ele só conseguia se lembrar dos olhos de Clara. E, ainda assim, não podia afirmar que eram mesmo suas lembranças e nem se Clara de fato existia. Quem havia misturado informações em sua mente, a ponto de apagar o nome de seu melhor amigo e criar novo...
Outro dia, eu quis sair do meu quarto, só pra contrariar os homens de branco. Um deles quis me acompanhar como se eu fosse um inválido. Fingi não me importar e até me fiz de louco. Fui até o lado de fora do prédio e vi mais uma vez aquele jardim podre e decrépito. Pedi pra voltar.
Eu não tenho medo do jardim que fica lá fora, sabe? Ele é que tem medo de mim. Ele pensa que eu quero destruí-lo. Mas eu não quero. Na verdade, eu simplesmente o desprezo. Com todo o meu rancor, eu o odeio. E só. Nada mais.
Hoje, os lobos me contaram que as pessoas de bem estão querendo me tirar daqui, de Santa Clara. Elas estão conspirando contra mim nos porões das cabanas azuis. Preciso neutralizá-las, antes que seja cedo de menos. Elas não vão conseguir me enquadrar, não vão.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Este é o segundo intermezzo de Memórias de Quem. Se você não leu o primeiro, volte e leia para entender esta trama "paralela" do livro. Ela pode ou não ser importante para desvendar o mistério da história principal.
Quando você puder, dê uma olhada no meu livro de poemas, Bolerus, disponível para degustação aqui no Wattpad. Ah! E não se esqueça de votar, comentar e compartilhar esse intermezzo também. Muito obrigado!
