Intermezzo 6 - Fogo na cozinha

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No fim das contas, eu não precisei fazer nada. Lembra que um dos homens de branco tinha me colocado uma faca na garganta? Pois é. Ela era de plástico, falsa, de mentirinha, fake ou coisa parecida. Você entendeu? Responde, então! Eu posso te ouvir daqui, sabia? E quando eu não ouço, os lobos me contam. Eles também escutam.

Mas trocando em miúdos, o que aconteceu foi que acabou não acontecendo nada. Cancelaram todas as visitas de domingo porque o Russo colocou fogo na cozinha na sexta-feira. Ele é maluco, sabe? Não sei o que um cara desses está fazendo aqui em Santa Clara. De qualquer forma, ele acabou me ajudando, pois não precisei receber o tal do João, que eu não sei quem é.

Ainda assim, eu não estou muito tranquilo, não. Pode ser que as pessoas de bem tentem marcar um outro dia pra me abduzir. Elas pensam que sabem o que é melhor pra mim. Ou talvez não pensem nada. Mas eu penso e penso até demais. Outro dia, pra você ter uma ideia, eu estava me lembrando de umas coisas do passado. Depois me esqueci. Quando eu me lembrar, eu conto pra você. Antes disso, diz pra mim o que você acha disso, se você estiver vivo, é claro...

 Antes disso, diz pra mim o que você acha disso, se você estiver vivo, é claro

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Este é o sexto intermezzo de Memórias de Quem. Se você ainda não leu os outros, volte e leia para entender esta trama "paralela" do livro. Ela pode ser muito importante para desvendar o mistério da história principal.

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