Você já sabia

17 5 7
                                    


Todas as minhas palavras bem articuladas
Entre profundos pesadelos pensadas
Demonstraram a sua inutilidade
Eis que perco a minha essência

Incessantemente medroso por julgamento alheio
Estava você, ao lado meu
E nunca pensei que tu poderia ajudar
Nem em sonhos imaginaria que  você sabia de tudo

Você não julgou
Foi além das estrelas
Constantemente esperava
Pelas minhas inúteis palavras

Eis que reflito, exponho minha indignação ao universo
Por que se tu sabes, não há de me auxiliar?
O universo me isola
E eu choro

Como pude ser eu tão imbecil?
Eles sabem dos mistérios
Mas eles mesmos
Nunca revelarão nem a existência disso

Sempre você soube de minhas destruições
Dos meus segredos jogados ao vento
Das minhas artimanhas mal posicionadas
Contudo, constantemente, era o mesmo

Você nunca tentou me destruir
Mesmo sabendo que eu o poderia realizar
Na sua consciência, sabia que eu nunca faria

Apenas tenho lembranças de tempos incertos
Que imaginava eu que tu me desconhecias
E por isso, relevava tudo ao meu redor

Hoje, a história se inverte
Sorrisos inocentes são distorcidos em malícias
Gestos puros se tornam inapropriados

Quando sabes tu que é julgado
Acaba julgando a si mesmo
Certamente a saber o que os alheios pensam

Depois deste mórbido espanto
Sentimentos se transformam
E volto a ser substância informe
Naturalmente distorcida

Silêncio, sorriso, angustia
Pânico, afeto, repouso profundo
Batimentos, intrigas, ilusões
Medo, esperança, culpa
Inanição, desprezo, morte



Poemas de uma vida destruídaOnde histórias criam vida. Descubra agora