Poemas de uma vida destruída

Esqueça minhas palavras

Você lembra com grandes detalhes
Aquela época de felicidade
Constantes sorrisos genuínos
Rodeando nossos dias sombrios

O sol parece que se extinguiu
Com ele a nossa luz parou de se iluminar
A grande esperança que dançava em nós
Se transformou no vazio

A dança não poderia parar
Mas ela perdeu os holofotes
Ela foi dançar em algum lugar
Em que alguém se importa com o seu olhar

Tudo se murcha ao meu contato
Dentro de minha mente assombrada
Assim sempre era
Contudo eu nunca tinha percebido

Através do tempo distanciei de mim
Sem razões, sem motivos
Eu não sou mais eu
Sou um estranho em corpo alheio

Olho no espelho
Vejo o vazio incorporado
Com todas as suas facetas
E sua mania de nunca estar presente

A solidão se tornou a única maneira
De se encontrar com todos que deseja falar
Não deveria ser só você
Mas assim é mais confortável

Todos os lugares parecem o mesmo:
O meu interior
Talvez eu devesse sair daqui depressa
Não consigo, não quero tentar

Seus conselhos não precisam ser bons
Eles só precisam existir
Mesmo que eu não os ouça
Ainda quero ouvir outra voz além da minha

Imensa bagunça criada por mim
Ela é perfeita
Palavras confusas para sábios e néscios
Elas não precisam ser entendidas

Ninguém consegue entender?
A sensação de preto e branco
O absurdo silêncio ao redor de mim
E o grande pandemônio interno

Esse sorriso em minha face é apenas social
Já a dor em meu coração é real
Eu esqueci totalmente
O que é ter uma vida

Esqueça tudo o que já disse por aqui
Eu estava apenas em altos pensamentos
Não é nada que deva preocupar
Nunca será...

Ei, não se angustie
Se eu morrer
Eu sempre estivera assim
Agora é pra valer!