Eles se conhecem desde criança.
As pessoas diziam que formariam o casal perfeito se não fossem, teoricamente, primos.
Talvez até dariam certo como casal...
Se não fosse uma decepção.
Uma mudança de planos.
A distância.
Um recomeço.
Um retorno.
A pai...
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Ter reencontrado Ian, foi menos dificil do que eu imaginava. Eu o tratei como ele me pediu anos atrás, com formalidade, já que nós éramos primos.
Difícil foi aceitar e entender que ele ainda mexia comigo. Quando pus os olhos nele, na festa de aniversário dos meus irmãos, senti uma batida falhar no peito. Ele estava lindo. Na verdade, ele sempre foi lindo, mas havia algo diferente. Ele estava mais musculoso e seus braços estavam bem salientes na camisa social que ele usava. Ele tinha alguma barba no rosto, mostrando que o tempo havia realmente passado. Se vestia muito bem, é claro. E seus olhos tinham um brilho diferente quando encontraram os meus. O que estragou todo seu look e meus segundos de admiração aquele dia, foi sua acompanhante, a doce Nikki e seu olhar de inveja para cima de mim.
Eu sempre desconfiei dela. Algo nela nunca me agradou, desde criança. Ela era sim uma mulher muito bonita, chamava atenção por ser alta, loira, de cabelos longos e bem cuidados, mas ainda assim, meu anjinho da guarda, não dava certo com o dela.
E eu também não queria pensar nessas coisas. Voltei para Nova York com o objetivo de trabalhar e me preocupar com a vida de outras pessoas, que não fossem as que eu amava, não me interessava.
Hoje era minha reunião com a equipe da Calvin Klein e eu estava ansiosa. Ana seria minha companhia, como foi durante todos esses anos. Era ela também que estava ao meu lado quando eu recebi a proposta de estrelar uma campanha que levasse um nome tão importante quanto era o da empresa.
Me decidi por uma roupa que não fosse nem tão formal, também não muito casual, mas que levasse a marca de quem eu realmente era, assim como era em cada peça que eu vestia no dia a dia, em cada peça que eu vestia para desfilar e em cada peça que eu ainda tinha planos de desenhar.
Joguei mais algumas coisas em minha bolsa e desci para a cozinha, onde encontrei minha mãe, bebericando uma xícara e lendo alguma coisa no celular.
- Achei que já estivesse na empresa! - Dei um beijo em sua bochecha, peguei uma maçã na cesta e dei uma mordida.
- Ainda não filha, me dei ao luxo de acordar um pouco mais tarde. Seu pai me deixou exausta ontem. - Ela deu um suspiro e eu fiz uma careta.
- Me poupe de qualquer detalhe, mãe! - Nós duas rimos.
- Não quer mesmo que eu vá na reunião com você?
- Não precisa. Ana vai me acompanhar e tenho dicas bem preciosas que você me deu ao longo da vida sobre o financeiro, sobre investimentos e imagem. Sei bem como agir mãe, só me deseje sorte. - Ela se aproximou com um sorriso que eu amava. Esse sorriso foi muito valioso pra mim em todos os momentos da minha vida.
- Eu nem preciso te desejar sorte, filha! - Ela acariciou meu rosto e eu dei um beijo em sua mão. - Você é incrível no que faz e ainda tem muito o que construir pela frente! - Nós sorrimos uma para a outra e nos abraçamos. Ela se afastou um pouco, me deu um beijo na testa e pegou sua bolsa. - É maravilhoso ter você de volta, meu amor! - Eu sorri.
