Ian!
Mal conseguia abrir os olhos. A sensação que eu tinha era que alguém estava tocando bateria na minha cabeça. E no mesmo instante reconheci os sinais da famigerada ressaca.
Abri devagar os olhos e por mais escuro que meu quarto estivesse, abrir os olhos me incomodava. Ouvi uma música distante e percebi que a aparelhagem de som do meu apartamento estava toda ligada e tocava uma música melancólica.
Senti um estalo na cabeça quando meu celular começou a tocar em algum lugar do quarto. Tateei a cama, o criado mudo e fui encontra-lo no chão, ao lado de uma garrafa de uísque pela metade.
- Alô? – Atendi sem nem olhar quem era.
- Cadê você, Ian? – Reconheci de imediato a voz do meu pai. – Pelo visto deve ter acabado de acordar e pela voz, deve estar de ressaca. – Meu pai me conhecia melhor que eu. Isso era um fato.
- Diga, pai. – Esfreguei as têmporas, ainda com dor.
- Pelo amor de Deus, Ian. É quase duas da tarde. Hoje era o almoço de aniversário de casamento dos seus avós, estamos todos aqui desde as 10 da manhã. – Arregalei os olhos. Merda!!! – Se arrume e venha.
- Pai... – Suspirei.
- Eu não quero nem saber. Ai de você se não aparecer. – E desligou. Meu pai, por mais tranquilo que fosse, levava bem a sério essas coisas e reuniões de família. Acredito eu, principalmente, por ele ser o mais velho e se sentir um tanto quanto responsável pelos irmãos, ainda mais depois da partida de minha avó há tantos anos.
Dei uma olhada rápida no meu celular e haviam muitas ligações perdidas, basicamente do meu pai, da minha mãe e de Paul.
Digitei uma mensagem rápida pra ele dizendo que estava vivo e na mesma hora meu celular tocou. Deixei tocando e fui tomar um banho.
Me enfiei debaixo da agua fria, e tive que ser rápido, porque tenho certeza que se eu demorasse mais um minuto, meu pai fritaria minhas bolas e serviria no almoço.
Me troquei, desliguei e som que ainda tocava, tomei um analgésico qualquer e desci para a garagem do prédio. Meu carro estava meio torto em sua vaga, mas pelo menos não bati com ele em lugar nenhum.
Acoplei meu celular no painel e liguei para Paul.
- Seu filho da puta, onde você se enfiou? Ficou maluco?
- Bom dia pra você também, Paul!
- Bom dia? Pelo visto perdeu a noção do tempo também né!? Encheu a cara ontem e deve estar numa puta ressaca.
- Sim, eu estou de ressaca, lembro pouco do que aconteceu ontem e você falando alto assim comigo não vai ajudar muito.
- Foi mal, cara. Mas fiquei preocupado e eu sei bem porque você encheu a cara. E sei porque o motivo da sua bebedeira avisou a minha irmã quando chegou em casa ontem e disse que você estava na porta esperando.
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Starting Over
FanfictionEles se conhecem desde criança. As pessoas diziam que formariam o casal perfeito se não fossem, teoricamente, primos. Talvez até dariam certo como casal... Se não fosse uma decepção. Uma mudança de planos. A distância. Um recomeço. Um retorno. A pai...