IV

247 22 0
                                    

[Regina]

Se passaram duas semanas e tudo estava perfeitamente bem, quando El Terror (Álvaro) tinha me dito que sairia para trabalhar e depois do trabalho, iria ao banco receber os pagamentos dos "funcionários" que trabalhavam com ele, pois ele era o gerente da "Farmácia", então eu consenti com a cabeça e estava arrumando minhas coisas, colocando no quarto, após fazer isso eu estava assistindo televisão e acabei pegando no sono quando eu acordo vagarosamente com um som de porta sendo violentamente aberta, era o El Terror, alterado, totalmente fora de si, quando ele começa a dizer coisas sem nexo, eu não sabia que ele estava drogado, então acalmei, disse que faria um café forte e quente para ele, e do nada ele me empurra, pedindo para que eu o deixasse em paz, bom, tudo isso não faz sentido, porque há umas noites atrás estávamos nos amando, fazendo amor e cada noite que fazíamos, um 'eu te amo' era consumido, era tragado através dos atos.

Eu gritei com ele por um segundo e ele me disse:

[Álvaro] "Não me chama assim, sua cadela ordinária! Volta aqui! Eu não terminei de falar com você..."

Eu peguei uma faca de cozinha e apontei para seu coração, rodeando-o pela sala onde ele estava rindo, ele me perseguiu e me deu duas coronhadas na cabeça com aquela arma pesada. Eu adormeci uns minutos e com muita dor na cabeça, acordei, e pude perceber que havia uma quantidade grande de sangue na sala eu comecei a chorar e a me perguntar o que havia acontecido, quando eu vejo Álvaro sentado no sofá, com uma longneck de cerveja na mão tomando aquilo sem parar e uma bituca de cigarro de maconha na outra.

'O que aconteceu? Será que ele está louco?' Perguntei a mim mesma. Coloquei cuidadosamente as mãos na minha cabeça, ele havia feito um curativo para estancar o sangue então perguntei o que havia acontecido com ele e o mesmo não me respondeu o que era, eu fiquei durante dez minutos perguntando, falando, mas não obtive resposta. De repente eu vejo ele caminhando em minha direção pegou em meu braço e começou a falar em espanhol, na língua castelhana, na qual eu nem entendia, acabei aprendendo com Adrian quando nos conhecemos.

Ele me direcionou até aquela porta medonha, na qual eu não queria conhecer, mas eu tive que por força conhecê-la... Eu gritava com ele, e não adiantava, eu batia a porta, batia e batia, mas não havia nada ou ninguém que pudesse me salvar. Eu comecei a chorar, perdi minhas forças e acabei adormecendo horas depois. Acordei, e avaliando o quarto,ele tinha uma janela, mas era muito alta para eu poder fugir dali, apenas fiquei esperando ele abrir aquela porta naquele instante, minha raiva sobressai muito quando alguém comete uma injustiça, eu continuei falando, pois não sabia me controlar, mas algo dentro de mim dizia que era pra eu ficar quieta no quarto que as coisas começariam a dar certo para mim.

Abaixada, só de calcinha e uma camiseta do Jack Daniel's eu estava totalmente em silêncio, pois não sabia o que poderia acontecer comigo. Então Álvaro abriu aquela porta e silenciosamente eu saí do quarto, o sorriso do rosto dele era doentio, pois ele realmente estava me usando, aquela máscara de bom mocinho caiu, percebi que tudo era uma mentira, as alterações, a bebida... Ele havia mentido sobre a farmácia, mas não sabia qual era o real trabalho que ganhava tanto dinheiro, mas isso não me importava... Meu coração por ele ainda batia, estava cega de amor por ele.

[Álvaro] "Agora você vai viver uma vida bem diferente do que você vivia lá nos Estados Unidos... Eu só queria que você soubesse que eu, sou um cara bem legal, eu vou te dar tudo o que você quiser, mas eu quero uma condição: você fazendo tudo o que eu disser,está bem? Vale?"

Eu estremeci. Eu tive medo, ele me disse mais...

[Álvaro] "Se tentar fugir, ou algo do tipo, tentar avisar alguém que está em perigo, você já sabe que essa arma vai dar o primeiro aviso no seu crânio."

Ele me olhava frio dessa vez, não havia amor, não havia nem efeito de drogas, apenas um sanguinário na minha frente me ameaçando de morte, realmente, aquilo começou para mim como um pesadelo... Então eu comecei a jogar o mesmo jogo que ele, entrei obrigatoriamente para saber com detalhes sobre sua vida criminosa, onde ele me contou sobre muitas coisas a cerca de quem ele era, o que ele comandava, ele gerenciava um tráfico de mulheres, drogas, crianças, todo o tipo de maldade, menos a pedofilia, essa rede ele não permitia, pois ele teve uma prima de 4 anos que foi estuprada e morta por sua "gangue" rival. Ele me contou muitas coisas que chorei muito, pois foram vidas ceifadas por ele e mais outros integrantes, mas me ameaçou contando que se eu não fosse aboa mulher dele ele poderia me prostituir gratuitamente para os amigos dele, era uma forma de honrar a coisa toda.

***

A casa estava vazia, a casa estava morta, havia um silêncio total, quando de repente Álvaro se levanta e reclama do silêncio fúnebre que havia naquele lugar e que agora eu deveria estar feliz por saber a verdade, pôs em seu home theather uma música muito alta, apesar de que estava me incomodando, então eu me retirei e fui para o meu quarto, onde ele começou a dançar estranhamente e fechei delicadamente a porta, ele ficou cantando e dançando o dia todo, quando foi para a rua, me aliviei depois disso.

MADRIDOnde histórias criam vida. Descubra agora