MADRID

VII

[Regina, em casa, joga as chaves do carro em sua poltrona, entrando no quarto, começa uma pequena conversa com Adrian]

[Regina] "Te amo sabia? (enquanto  falava abraçava Adrian) você  é tão lindo, misericordioso, como posso pensar que um homem feito você pudesse se casar comigo, alguém que já foi tão defraudada pelos bandidos mais perigosos da Espanha? Você é o amor da minha vida!!! (beijava intensamente Adrian)"

[Adrian] "Você sabe que eu também te amo muito e que sem ter passado isso tudo, teria sido inválido até a gente pegar eles!!! Você não deve se sentir assim, quero ver sua segurança em Deus ou sei lá quem seja que esteja olhando por nós... agora vem cá...(Interrompidos por um beijo mais intenso a luz do abajur foi apagada)"

***
Noite Seguinte...

[Regina]
Boa noite gente, mais uma vez aqui para contar mais um "capítulo" dessa novela, que já está acabando na minha versão... Então continuando, gente só para acabar com a cena do assassinato, tomei uma ducha, troquei de roupa ficando de short e camisa e uma casaco de moletom, e a campainha toca às 4hs da manhã. Eram os comparsas de Álvaro, entraram para o encontrá-lo no quarto, e tirarem o corpo imundo de José Mário...

Eles saíram de lá carregando em um saco preto enorme e depois passando daquela porta, nunca mais vi o corpo, nem em noticiários, ou algo assim. Eu me senti a pior pessoa, ainda mais contando para o Adrian, mas ele foi o único que acreditei que o fiz por legítima defesa, estou respondendo um processo, na verdade a família dele era das Ilhas Canárias, uma ilha bem próxima do Sul da Espanha, todos morreram por drogas também.

Oito meses se passaram, eu o amava, eu esperava durante todos aqueles meses uma demonstração de amor, tinha fé de que Álvaro podia mudar aquela vida, mas ele começou a corresponder... nos beijos, mas carícias, ele disse que havia uma surpresa para mim, será um milagre Divino? Pois não... Não era. Setembro de 2009 foi um marco na minha vida, ele chegou muito feliz no apartamento me dizendo que poderia arrumar minhas malas para visitar minha família nos Estados Unidos, mas tudo ao controle dele, sempre perto para não levantar suspeitas de que estávamos indo para comprar drogas lá, então mais uma vez fiquei feliz pois iria ver minha melhor amiga, Jocelyn.

Duas semanas depois, estava em minha cidade natal Las Vegas, quando avisei minha amiga por telefone no aeroporto, e que eu precisava vê-la para pegar a chave. As conversas entre eu e Jocelyn eram restritas pelo telefone na Espanha, ele havia um grampo (não sei como ele tinha aquilo) mas ele escutava nossas conversas sobre tudo... de cabelo até a lua. Chegamos no aeroporto, encontrei Jocelyn. Tudo o que eu sabia era abraçá-la e dizer o quanto eu senti falta dela... Foi algo que desenvolvi quando cheguei nos EUA, a Europa era fria e isso mudou minha percepção de ver como a vida é...

Cheguei na minha pequena casa, deixei minhas malas e a do Álvaro e incrivelmente ele me pediu para que eu fosse levar ele nos cassinos, eu o levei e passamos um tempo por lá usando anoiteceu, durante o dia a gente ficava rodando a cidade, ele queria alguém que fornecesse drogas para ele, pois ele tinha que comprar para o uso pessoal e uso dos parceiros dele lá...

Um dia ele resolveu ir sozinho, mas ele disse que estava confiando em mim demais para que eu não fugisse ou contasse às autoridades, o que isso lhe daria um bom chá de cadeia. Mas por ele ter falado que havia uma surpresa para mim, eu queria "acobertar" o caso, para esperar o que ele iria fazer, o que a paixão não faz não é meninas?

Enquanto Álvaro comprava drogas, eu estava cozinhando quando Jocelyn veio conversar comigo perguntando como eu estava, e eu simplesmente abri o jogo contando o que havia acontecido, até mesmo o assassinato que cometi, mas ela acreditou em mim, como Adrian que foi por legítima defesa... Ela queria muito que eu saísse mas implorei para que ela não reagisse ou lembrasse, apenas fingisse que estaria tudo bem comigo lá na Europa...
Jocelyn ficou uma fera quando soube disso, mas prometeu, éramos melhores amigas e não queria ninguém morto por minha causa.

A surpresa havia se concretizado dois dias antes da gente ir embora, ele me deu uma caixinha de veludo, contendo um anel de brilhantes parecia ser caro, mas aquilo não importa, só queria o amor dele, estava cega de amor por ele... Eu achei que ele estava apaixonado por mim, mas belo engano... Então, ele resolveu se casar comigo em uma das capelas mais conhecidas de Las Vegas, onde um padre realizava com quem quisesse a cerimônia, enfim casados. Sorrisos, felicidades... Nossa "lua de mel" foi em um dos hotéis mais luxuosos de lá, com direito à banheira dentro do quarto, onde ele se esbaldou consumindo bebidas e drogas, eu detestei essa parte, mas o último foi tão bom, ficando juntos...

Ficamos por três semanas lá em Las Vegas e voltamos chegando na primeira semana de outubro, em Madrid...
Ah, e a parte das drogas, é algo incrível que ele faz, ele consegue esconder aquilo muito bem, pois a segurança de Las Vegas não é muito cautelosa.

Chegando àquele furdunço, sobre o corpo, aquele apartamento me enchia o pensamento, mas disse Álvaro que não poderíamos nos mudar pois aquele apartamento era uma ótima estratégia para estarmos realizando compra e venda de drogas. Nesses assuntos ele não me incluía muito, ele só gostava de me exibir como um troféu... o sexo pra ele era algo muito bom pro ego, pra saúde, cada vez o empenho dele era másculo, e eu estranhei quando ele começou a dar umas desculpas que tinha que sair, pra resolver umas coisas às 2h da manhã... Eu não me importava, pois eu era uma "mulher-menina", que descobriria muita coisa...

Gente, obrigada por lerem mais um capítulo! 🌹❤️