XIV

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[Adrian]

No dia seguinte eu levantei, era quarta-feira incrivelmente estava chovendo, mas não fazia frio. Levantei com uma dor nas costas, porque eu estava dormindo no sofá, eu tinha que tratar de comprar um colchão novo, risos. Me tranquei antes de Reggie acordar no banheiro, fui tomar uma ducha e fazer minhas higienes, tomei um café para comprar as roupas dela, ela havia deixado tudo anotado numa folha rosa, me lembro como se fosse hoje... Fui à rua, comprei umas roupas, itens de higiene, tudo o que uma mulher precisava, eu comprei. Cheguei em casa, e a vi dormindo ainda, estava estirada na cama, mas a deixei dormir, pois aquele trauma só com um sono, mas fui interrompido com um grito dela na mesma hora. Pesadelo com aquele filho da mãe! Corri para o quarto dela e a encontrei em lágrimas e ela pediu um abraço, o que estranhei, mas atendi o pedido dela.

Fui em direção à ela dando um abraço, demorado, mas foi um abraço confortante, bom... Ela se afastou um pouco, então resolveu falar:

[Regina] "Desculpa eu te pedir um abraço, mas eu tive um sonho terrível, agora... Eu sonhei que ele abusava de novo e de novo de mim... (Em lágrimas) Me protege? Por favor!!"

[Adrian] "Claro... (Juntei as sobrancelhas e a abraço novamente)"

Quando acabou o abraço a avisei que havia roupas compradas para ela e que ela podia tomar banho, quando quisesse, queria deixar ela realmente à vontade. Então uns minutos eu estava dando de beber à Peppe, e escuto uma voz feminina no banheiro cantando e abrindo o chuveiro, que voz gostosa e se ouvir, eu mantive aquele comentário por um tempo... Os dias se passavam até que tive que ir para o trabalho, e deixava ela cuidando da casa, ela sempre fazia as coisas por prazer e para retribuir o que estava fazendo por ela, mas sempre deixei claro que não precisava fazer os afazeres, mas não adiantava! Quando chegava em casa em silêncio, ela sempre vendo televisão, quieta, até que um dia, ela estava me esperando e me surpreendeu quando disse que queria muito conversar sobre tudo o que havia acontecido, eu deixei claro que ela podia se abrir comigo quando quisesse, então ela ressaltou, que seria naquele momento.

Ela me contou tudo, desde o dia que ele a tratou bem, como princesa, até o dia que ele abusava dela e traiu na cara dela e o plano satânico dos dois porem fim na vida dela. Eu fiquei abismado, com as experiências  de abusos sexuais que os colegas do desgraçado faziam com ela e do outro que ela matou, mas entendi que foi por legítima defesa, eu acreditei nela, os olhos dela denunciava aquilo como nunca! Eu disse que não poderia contar à policia até que pudéssemos pegar o casal que tentou matar ela, mas que no tempo certo, a justiça iria chegar para eles. Ela com os olhos cheio de água, consentiu. Disse que por me contar toda a verdade ela poderia contar comigo, então segurei as mãos dela carinhosamente, ela correspondeu e me deu um beijo no rosto e confesso que gostei. Depois daquele dia, ela começou a conversar mais comigo e me contou sobre seus pais, e sua melhor amiga, onde ela ligava para os três com muita frequência, contou sobre o que estava acontecendo, e acrescentou que não podia sair do país por enquanto até que a situação não estivesse sido resolvida sobre a agressão e toda a história.

Jocelyn e seus pais, ficaram desacreditados com o que aconteceu com a amiga e filha,mas compreenderam e consentiram dela ficarem ao meu supervisionamento, até falei com eles, tanto os pais quanto a amiga.

***

UM ANO DEPOIS...

Era natal, ela estava muito animada para aquele momento mágico acontecer, o frio tomava conta de toda a Europa e Espanha. E por incrível que pareça, na Espanha neva raramente, mas nevou aquele ano, quando eu era pequeno, minha mãe dizia que se nevasse na Espanha, era porque eu me apaixonaria por alguém, dito e feito nos dias de hoje. Estava eu vendo Reggie colocando a estrela no topo da árvore de natal, enquanto Peppe latia e ela ria, como nunca riu antes e aquilo me deu uma alegria tão grande... Ela desceu da escada e colocou as mãos na cintura e ficou observando aquele momento mágico, e a interrompi dizendo que estava nevando lá fora e ela da janela viu e ficou muito animada, ela ficou da janela dizendo que era lindo demais, mas lembrei que ela não poderia sair de casa, mas quis alterar naquele dia tão especial de natal que abri a porta da casa, ela ficou assustada que conversamos um pouco...

[Regina] "Você está me expulsando daqui? (Olhando assustada)"

[Adrian] "  Não, não! Risos. Eu estou deixando você ir lá fora, para ver a neve... (Olha Regina e sorri)"

[Regina] "Você vai comigo, não é?"

[Adrian] "Claro, vamos."

Então fomos, quando ela saiu, ela ficou tão feliz, que ela começou a lembrar do inverno nos Estados Unidos, que sempre gostou da neve em Las Vegas mas que se sentia especial, quando viu a neve pela primeira vez na Espanha pois meus olhos brilhavam enquanto ela falava sobre a cidade dela, e do quanto era incrível quando fazia frio lá. Ela ficou na frente da casa por umas meia hora, brincando com a neve, fazendo bonequinhos, e eu a ajudei. Após a brincadeira, entramos para a ceia, na qual preparamos poucas comidas, pratos típicos espanhóis. Comemos e comemos e após cear, uns amigos da polícia junto com a família, foram lá em casa, conversar um pouco, e miraculosamente Reggie falou com todos e conversou, mas não detalhou sequer o acontecimento, era um segredo entre nós, ela dizia que eu era um bom homem (quem dera se eu fosse, sou modesto.) e adotou boas qualidades minhas.

A noite estava tão agradável, estava bem tarde, que todos já haviam ido embora. Eu e a Regina ficamos na sala conversando e tomando vinho branco. Conversamos, abrimos nossas vidas, durante aquela madrugada, na qual tenho que dizer que foi um dos melhores dias da minha vida. Então começou a tocar baixo, mas audível, uma das músicas mais preferidas da minha playlist chamada "Promise", do Ben Howard, eu olhei para ela, e levantei e estendi a mão, perguntando se ela queria dançar, mais uma vez me surpreendeu pegando minha mão e se levantando. Ela colocou os braços dela em meus ombros, e olhava em meus olhos e sorriu docemente para mim, eu sorri de volta, e fiquei sem graça e olhei para o chão. Ela levemente recostou sua cabeça em meu ombro, deixando seus braços livres para se envolver em minha cintura, estávamos tão perto... Que a minha vontade de beijá-la foi grande, ali me dei conta que estava envolvido com ela, e estava apaixonado por ela. Passos lentos, cada vez que dávamos os passos mais meu coração acelerava, ela sentiu isso de tal forma que ela havia me perguntado se ela estava fazendo algo de errado, disse que não, que poderíamos continuar, mas o olhar nos aproximou mais e mais, que quando vimos, estávamos nos beijando...

Aquele beijo marcou e definiu que nascemos um para o outro.

MADRIDOnde histórias criam vida. Descubra agora