5 Até mais...

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Entrei em casa que nem um foguete, não tinha ninguém, e fui direto para o banheiro, tomei um longo banho, banho direito, de esfregar mesmo, não aqueles só de pensar na vida embaixo d'água. A cor da bucha me revelou que eu estava pensando muito ultimamente.

Saí, escolhi uma das camisas arrumadinhas que minha mãe comprou, e eu nunca havia usado. Odiava o estilo engomadinho, mas sabia que a Jhen gostava. E a ideia era agradar. Peguei meu celular, e não tinha nenhuma mensagem dela. Dessa vez me fodi legal.

Peguei o resto da minha mesada, coloquei na carteira, coloquei o celular no bolso e quando estava saindo do quarto, dei de cara com a minha mãe.

— Nossa! Aonde vai cheiroso desse jeito? – ela riu.

— Atrás da Jhen, vou tentar me desculpar. – ela arrumava a gola da minha camisa enquanto eu falava.

— Boa sorte então, querido. — ela sorriu.

— Posso ir de carro? – tentei.

Ela fez careta para mim — Não exagera menino. Pega um uber.

Eu ri, e revirei os olhos, não custava tentar.

Resolvi ir andando, a casa dela era tão perto, que até eu chamar um carro, já estaria lá.

Parei em frente ao portão, toquei a campainha, e dona Maria, a mãe dela me atendeu.

— Rick? A Jhen não me falou que você vinha... – ela parecia sem graça.

— É, eu mandei mensagem para ela, como ela não respondeu, eu vim... Ela não está?

Ela baixou os olhos. — Ela está sim, eu vou chamar...

Estranhei aquilo, nem me chamou para entrar. Na verdade, nem abriu o portão. Será que eu realmente estava fodido dessa vez?

Fiquei ali esperando, e depois de dez minutos, já estava incomodado. Até que eu a vi saindo de dentro da casa dela. Com os cabelos soltos, num vestido rosa até o meio das coxas, e que coxas! Como eu podia não ter tesão nessa garota? Eu era muito imbecil mesmo.

— Por que está aqui, Rick?

— Eu te mandei mensagem, nós... Você quer dar uma volta? — Ela continuou emburrada, e nem se aproximou do portão. — Jhen, por favor, vamos conversar... Sei que pisei na bola, quero te recompensar. — coloquei meu rosto entre as grades do portão fazendo beiço — Por favor...

Ela tentou segurar o riso. — Eu odeio você.

— Não odeia não. Vem, vem com o Rick, vem. – ri para ela, estendendo minha mão.

— Mas tenho que me arrumar. – ela fez aquela carinha que eu amava.

— Jhen, você está linda, anda, vem.

— Espera, não demoro. – ela se virou e correu para dentro.

— Ah não, não, não, não... — Droga! Agora ia amargar pelo menos meia hora na sarjeta.

Me virei, e me sentei com as costas no portão. Coloquei meus fones e esperei, acho que ouvi o álbum todo do Skillet até sentir o portão abrir atrás de mim.

Realmente, se ela estava linda com o vestido rosa, nesse vestido vermelho com saltos altos e o cabelo arrumado, ela era mesmo um mulherão da porra. Mulherão demais para um cara como eu.

Me levantei. — Caramba, Jhen... Você está... Caramba.

Ela riu — Aonde vamos?

A segurei pela cintura, e o perfume dela me invadiu. — Para onde você quiser, Jhen. Eu só quero conversar com você.

Fora das trilhas (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora