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Jennie P.O.V

Eu abri levemente os olhos, eles pareciam estar doloridos. Quando finalmente abri meus olhos eu puder perceber pessoas a minha volta.

Taehyung e sua cabeleireira vermelha foram os primeiros que pude reconhecer, ele havia pintado a pouco tempo pelo visto. Eu realmente não me lembro de ver ele assim.

Os outros estavam bem atentos a tudo que uma mulher falava, eu deduzi por ser a médica. Eu fiz algum barulho com a boca, que no caso estava seca, e todos os olhares vieram a mim.

- JENNIE KIM!! NUNCA MAIS FAÇA ISSO!! - Taehyung gritava me abraçando, mas logo foi repreendido pela médica.

Ele foi puxado pra trás e a doutora invadiu meu campo de visão. Ela me olhou, puxou meu rosto deixando meu olho mais exposto, isso me incomodou.

- Sente alguma coisa? - neguei, falar ia doer

Eu por fim senti uma fisgada na garganta e preferi dizer isso.

- M-minha garganta...d-dói - disse o mais devagar possível.
- Entendi - ela fala e sai, voltando segundos depois com água.

Ela me deu o líquido é tudo pareceu bem melhor, digamos que, pelo menos falar eu senti conseguir.

- O que estou fazendo aqui? Por que não me levaram pra enfermaria apenas?

Taehyung e os outros começaram a se entreolhar.

- Jennie a gente até levou, mas, não é normal dormir por três dias! - arregalei os olhos na mesma hora
- três dias? - encarei a médica - por que? - ela deu de ombros.

Ok, eu dormi por três dias e ninguém sabe o motivo. Ótimo!

Espera!

- Vocês...espera... - eu comecei a olhar ao redor

Eu contava as pessoas, querendo um número exato. Eu quero ver 7 cabeças, quero mesmo!

Yoongi... Namjoon...Jin... Taehyung...

Até mesmo Jimin e Hoseok. Mas ele não....

Eu não sei nem porque esperava por ele, mas meu coração tinha esperanças.

Eu sempre tive esperanças, ele é a pessoa que eu amo.

- Aonde ele... - Taehyung fechou a cara no mesmo instante. - Esquece!
- Jennie ele...

Eu encarei ele brava.

- Não fale sobre ele!! - alguns aparelhos começaram a apitar freneticamente e todos me olharam assustados.

Eu não quero saber sobre ele, não quero!! Durante tantos anos eu estive pensando sobre nós dois, na melhor forma de voltar e refazer tudo e meu Deus eu tinha tantos planos.

Ainda estamos na escola mas eu não minto quando digo que já até imaginava o casamento perfeito. Eu fiz tanto pra poder voltar, até mesmo um acordo com meu empresário.

De que estaria de volta dali a algum tempo, eu só precisava de um tempo pra estar com ele, explicar como as coisas andaram...quem sabe até levar ele comigo...

Mas não, deu tudo errado. Ele seguiu sua vida, melhorou, cresceu, eu fui a única coisa que ficou pra trás. Conseguiu uma "namorada", se dá bem na escola e tem seus amigos ao seu lado mesmo não merecendo na maior parte do tempo.

Eu reparei quando a doutora mandou todos saírem do quarto e mexeu nos aparelhos.

- Fique em repouso e tente não se estressar? Se você se comportar eu virei te liberar amanhã a tarde - ela dizia sorrindo.
- Obrigado - respirei fundo.

Ela saiu do quarto sem dizer mais nada e me deixou ali...

Aos devaneios com meus próprios sentimentos.

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Eram 23:00, a enfermeira tinha vindo trazer o remédio, o último. Os meninos não voltaram mais, a mulher me disse que a doutora os mandou vir só amanhã.

Recebi uma ligação de uma tia distante, minha única parente viva. Ela perguntou se eu estava bem e precisava de dinheiro.

Aos poucos eu fui sentindo as pálpebras pesarem...

Eu me assustei com um barulho repentino e me virei. Uma silhueta masculina sentada na cadeira. Todo vestido de preto, ele estava na sombra.

Eu me sentei na cama e fui me afastando. Meu coração estava acelerado e minha respiração descompassada. Aos poucos eu fui vendo ele se levantar e se aproximar da cama hospitalar.

Eu recuei mais ainda quando suas mãos encostaram no móvel. Eu estava a ponta de tremer

- Está com medo de mim? - meu coração ficou mais acelerado do que antes.

O que ele está fazendo aqui?

- O que você... - ele me cortou.
- Me senti culpado, tinha que vir - da de ombros.
- Pois então pode ir embora - digo firme, meus olhos já estavam marejados. - se você vier me ver vai dificultar as coisas, como espera que eu deixe de te amar assim? - senti uma pontada na cabeça.

Acompanhei com os olhos seu corpo chegar mais perto. Por fim, ele parou do lado da cama. Aos poucos tirou sua mão do bolso do casaco e segurou a minha.

Aquele calor tão desejado de si, eu estava o sentindo de novo. Ali no claro pude olhar em seus olhos, pareciam tão sofridos. Embora até agora só tenhamos brigado, eu consigo sentir o que ele sente ainda. A dor que ele está transmitindo, ele está sofrendo e eu estou junto.

Acho que isso é o tal do amor.

- Não quero que deixe de me amar, deve saber disso... - mordi meu lábio inferior.
- Jungkook, não! - uma lágrima escorreu pelos meus olhos.

A sua outra mão, a que não estava segurando a minha, subiu e passou pelo meu rosto. Ele limpou o vestígio da lágrima que havia ali e depois permaneceu com as mãos em meu rosto.

- Eu senti tanto sua falta - eu deixei escapar, com voz de choro.
- Eu também senti a sua, sabe disso - ele fechou seus olhos.

Eu só posso estar ficando louca. Desde quando ele é assim? Sentimental?

Seu rosto se aproximou lentamente, e meu coração estava a mil. Eu sentia que ele podia escapar de mim a qualquer momento.

Meus olhos automaticamente se fecharam lentamente, junto com os seus. Eu senti sua respiração bater contra a minha e meus lábios secos se abriram.

Senti um leve toque sob minha boca e meu Deus, eu já não respirava mais. Seus lábios macios com os quais eu tanto sonhei por anos. O leve selar que nós demos foi o bastante pra ter meus sentimentos renascidos por completo.

A minha esperança está de volta!

E aí meu povo, sonho ou não?

Five Years - JENKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora