As Crônicas de Gaillardia As Crianças, o Unicórnio e o Bruxo (Completo)

Capítulo 10 A batalha do vale parte 2

No momento que a trombeta soou, os Ómonfis da linha de frente avançaram com as gigantescas escadas dando início ao ataque.

- Aí, vêm eles Rapazes! - Gritou o Capitão, que esperou com cautela até que os Ómonfis estivessem bem próximos.

- Fogo! - Gritou dando a ordem, e uma chuva de flechas desceu sobre os Ómonfis que tentavam arremessar seus ganchos sobre os muros. E conforme iam chegando aos pés da muralha, esses iam caindo as centenas.

Poucos Ómonfins conseguiam chegar até os muros com as escadas. E quando chegavam, às escadas eram derrubadas assim que os invasores atingiam uma altura que a queda seria fatal. O primeiro ataque acabou tão rápido quanto começou. Muitos dos Ómonfis perderam a vida, outros agonizavam no chão debaixo da imponente muralha.

Os homens na muralha comemoravam zombando do exercício inimigo gritando obscenidades e fazendo provocações. E não demorou em enviarem uma segunda leva de soldados Ómonfis, esses vieram empurrando um enorme aríete. E protegidos das flechas por uma cobertura de madeira, conseguiram chegar com facilidade aos portões. Os homens acima da muralha sentiram o forte impacto quando a testa de ferro do aríete, que tinha a forma de uma cabeça de carneiro feita de bronze, chocou-se contra os portões. Não demorou para que óleo fervendo caísse sobre os Ómonfis cozinhando a maioria, restando apenas os que estavam protegidos pela cobertura, então vieram as flechas de fogo que incendiaram a proteção. Em segundos o aríete e todos que nele estavam acabaram envolvidos pelas chamas, e mais uma vez os homens da muralha ainda intocados provocavam o exército inimigo.

Então um árduo bombardeio com disparos de catapultas de ambos os lados começara causando uma enorme destruição de ambos os lados. Uma das gigantescas torres localizada a leste da muralha fora muito avariada e cedeu vindo a baixo levando a morte centenas de soldados. Após o ataque os Generais de Baltazar ordenaram o avanço de uma enorme torre de cerco.

Os homens da muralha, ainda se recuperavam do ataque devastador das catapultas, quando a torre chegou à frente da muralha. Disparos de flechas incandescentes eram feitas aos milhares contra a torre inimiga, mas essa, toda revestida com algum tipo de substância antichamas inutilizava completamente os ataques. A torre medindo aproximadamente quarenta metros de altura, era capaz de abrigar centenas de Ómonfis que ansiavam pelo desembarque. E então, quando a rampa desceu esmagando os homens próximos ao muro, os Ómonfis desembarcaram furiosos, e avançaram contra os soldados que recuaram instintivamente.

- Mantenham as posições, homens! Mantenham as posições! - Gritava o Capitão, quando um Ómonfi saltou sobre ele com um enorme machado.

O monstro girou em torno de si, e segurando o machado com as duas mãos, golpeou violentamente o Capitão que bloqueou o ataque com seu escudo, e mesmo assim, com a força do golpe, o Capitão fora arremessado para longe onde caiu após se chocar contra uma parede. O monstro aproximou-se do Capitão que permanecia imóvel de costas no chão ao meio dos estilhaços do escudo agora destruído. A criatura ergueu o machado para desferir o golpe de misericórdia, e quando achou que conseguiria, o velho Capitão rolou sobre os ombros e com um golpe de espada na altura do joelho do monstrengo, decepou lhe à perna. O capitão saltou de pé rapidamente, e correu para enterrar sua lâmina no meio dos olhos do Ómonfi que se contorcia aos berros de dor no chão.

Os Ómonfis que desembarcaram da torre avançaram pelos corredores da muralha, esmagando os arqueiros com facilidade, até encontrarem a resistência da infantaria que vinha de encontro subindo as escadas. Os grupos se chocaram em uma passarela estreita, os homens da muralha formaram uma parede de escudos e avançaram contra os invasores, atacando-os violentamente com suas longas lanças. E dessa forma conseguiram conter o ataque e empurrar os Ómonfis de volta.