As Crônicas de Gaillardia As Crianças, o Unicórnio e o Bruxo (Completo)

Capitulo 32 A montanha vermelha parte 2

Quando o elevador parou e os anões abriram as grades de segurança, os Ómonfis que foram os primeiros a descerem, ainda mantinham suas posições ao redor de Baltazar, Júlia, Dragão-Negro e os prisioneiros da muralha. E logo depois fora a vez do Capitão e a Sra. Frigga desembarcarem, e em seguida a Sra. Agathe que vinha á frente das Ninfas que estavam ao seu comando. Alice e Tarpien que quase não foram notados naquela longa e escura descida pelo interior da montanha, só deixaram o elevador depois que os anões haviam desembarcado. Ainda muito preocupados com Júlia, de longe caminham atrás do cortejo, observando atentos cada passo que era dado por Baltazar.

Os longos túneis e corredores no interior da montanha eram misteriosamente ventilados e muito iluminados, apesar de que era impossível compreender por onde a luz e a brisa fresca penetravam.
Enormes paredes rochosas e avermelhadas separavam os grandes salões que a muito foram escavados pelos anões. Sustentado por gigantescos pilares de mármore, o teto do lugar era repleto de diamantes que brilhavam como estrelas em um céu escuro. Dentro dos salões, podiam se encontram todo o tipo de coisas que a muito eram guardados a sete chaves pelos anões, desde fragmentos de rochas que há muito tempo haviam caído do céu, até as magníficas armaduras dos seres celestiais que por muito tempo habitaram Gaillardia nos seus primórdios. Alice pode notar que algumas gravuras desses seres alados que empunhavam espadas flamejantes ainda brilhavam nas paredes nas quais foram magnificamente pintadas com ouro líquido. E fora uma gravura de um desses seres alados que usava uma coroa sobre a cabeça que mais lhe chamou a atenção.

– Olhe Tarpien – disse a menina, apontando o dedo sobre a figura de um homem imponente com um enorme par de asas saindo das costas da armadura brilhante que trajava. – Esse é o Eikiel, o príncipe dos Nuakins.

– Sim, minha criança! Esse com toda a certeza é o homem que nós conhecemos nas ilhas rochosas – confirmou Tarpien. – Essa é uma bela representação do príncipe Nuakiniano em seus dias de glória.

– Mas no desenho ele tem asas – disse Alice. – Será ele um anjo?

– O termo anjo não fora adotado em Gaillardia, minha querida – sussurrou Tarpien. – Nesse mundo eles são chamados de Celestiais. Mas após um grande conflito interno eles deixaram Gaillardia para sempre. Pelos menos essa é a história que eu conheço.

– Esse conflito teve ter gerado a causa da prisão de Eikiel e seus homens. – Deduziu Alice.

– Com certeza, minha querida! – Respondeu o equino. Alice permaneceu em silêncio, mas sua mente trabalha em muitas ideias que a garota estava disposta a por em prática, e o decorrer dos fatos que não demorariam a acontecer em Áster seriam como um estopim para as decisões tomadas futuramente por Alice.

Como era de se esperar, o salão dos esquifes também contava com uma segurança reforçada, pois ali era o lugar que dentro dos enormes esquifes construídos sobre o conjure de uma antiga magia, estavam os corpos de reis, rainhas, heróis e heroínas do passado de Gaillardia. Os corpos perfeitamente intactos, possuíam a impressão de que apenas descansavam em um sono profundo.

No imenso salão havia milhares de esquifes enfileirados formando gigantescos corredores tocados pelo silêncio da morte. Onde apenas Anões encarregados da supervisão do lugar, andavam apressados de um lado para o outro. Era como se a velocidade de seus passos pudesse mudar em alguma coisa aquilo que estava acontecendo naquele momento. Pobres anões, pois mal sabiam que naquele dia, nenhuma força mortal ou imortal que em Áster se encontrava, poderia deter o terrível exército de Baltazar. Que após estabelecer um cerco ao redor da cidade, agora avançava silenciosamente pelas ruas do lugar tomando pontos estratégicos importantes. Exterminando todo e qualquer foco de resistência, dessa vez sem fazer prisioneiros.