83-Luto

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Pov's Camélia

Foi difícil e complicado fazer minha mãe se acalmar. Ela não parava de se debater e chorar. Eu não suportava vê-la daquele jeito e não aguentava tamanha dor.

Meu pai... havia morrido.

Leo e Rose foram em busca do corpo, mas não acharam nada. Meu tio acredita que o corpo tenha sido engolido pelas chamas. Isso só fez minha mãe se desesperar mais ainda. Não tivemos escolha em dopá-la com raiz de dragão e levá-la inconsciente pra casa.

Assim que chegamos em Berk e quando contamos a péssima notícia, vi muita gente chorar, além de nós. Claro, meu pai era muito querido por todos.

Jade teve que fazer Deborah se acalmar, que berrava e chorava. Ela era a neta que havia sido mais apegada ao papai. Vovô levou Seeylfe pra casa e Flora o acompanhou. Ela já tinha passado por muita coisa.

Como não havíamos achado o corpo do meu pai, colocamos coisas que tinham conexões com ele. Coloquei meu dragão de pelúcia, Tia Astrid botou uma espada da família Hofferson, Tio Soluço botou a cela de Chama e meus irmãos botaram coisas variáveis como elmos e pinturas de nossa família.

Pov's Stoico II

Enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto, observava o barco se afastando pra longe.

- Stoico... - pediu Tio Soluço com pena.

Solucei, tentando me acalmar.

- Amor... - lamentou Jade pondo a mão em meu ombro. - Tem que fazer isso.

Funguei, enquanto ajeitava o arco e Jade acendia a ponta da flecha pra mim. Estiquei-a com tudo e a soltei, acertando-o no barco, que começou a pegar fogo. Os outros fizeram o mesmo.

Pov's Camélia

Depois que o funeral do meu pai acabou, todos voltaram pra casa e Harry foi posto de volta na prisão. Depois resolvia tal questão, precisava falar com minha mãe primeiro.

Adentrei o quarto de mamãe e arregalei os olhos ao avistá-la sentada na beira da cama, trajando seu vestido de noiva e segurando uma garrafa de vinho.

- Mãe! - exclamei indo até ela e tomando a garrafa da sua mão. - Não beba além da conta! Isso não faz bem!

- Eu queria ter morrido com o Dag. - afirmou melancólica.

- Não diga uma besteira dessas. - repreendi pondo a garrafa em cima do cômoda e sentando ao seu lado. - E se o vovô tivesse morrido de verdade, teria agido da mesma forma?

Ela me encarou.

- Se o seu avô morresse hoje, eu iria sofrer, mas me recuperaria depois. - garantiu. - Fiquei depressiva naquela época porque mal havia encontrado ele e achei que tinha o perdido. Uma coisa é morrer de velhice filha, outra é quando morre numa tragédia e foi isso o que aconteceu com o seu pai. Eu não estava preparada para vê-lo partir!

As lágrimas desciam silenciosamente por seu rosto.

- Nunca pensou de quem teria puxado essa inocência e pureza? - questionou e eu neguei com a cabeça. - Foi de mim.

Arregalei os olhos chocada.

- O que? - me espantei.

- Na verdade, da antiga eu. - corrigiu. - Quando eu era pequena, era como você: Doce, gentil, pura..., mas quando Bolor quase me matou, decidi parar de ser assim e mudei completamente. Era o destino eu não ser calminha. - riu.

- Mas você disse que às vezes respondia para Bolor. - lembrei.

- Porque o pavio curto já estava aparecendo. - justificou. - Mas quando conheci seu pai... pela primeira vez, havia percebido o que era felicidade.

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