A Viagem (Parte 3)

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Enfim, depois de horas de viagem, chegamos. 

A cidade era maravilhosa, clima agradável, aquele sossego bem típico de interior que eu adoro para relaxar, e sem contar que era muito linda. Eu conhecia duas outras cidades vizinhas, e durante nossa viagem conheci três. 

O pai dele me recebeu bem, assim como toda a família que conheci. Gente educada realmente é outro nível. Já era hora do almoço quando chegamos, aliás desconfio que atrasamos o almoço deles. Almoçamos e eu ajudei com a louça, porque sou dessas que apesar de ser discreta e falar pouco, eu procuro um meio de me entrosar, acho que de todos os defeitos que eu posso ter, ser preguiçosa e folgada eu não sou. 

Após o almoço fomos visitar visitar outras tias dele, que morava em outra cidade, no caminho quando estávamos passando por um lugar tivemos a oportunidade de ver o pôr-do-Sol, até descemos do carro, tiramos lindas fotos, mas o registro mais lindo é aquele que carrego na mente, esse finzinho de tarde ficará guardado nas minhas mais belas lembranças. Aproveitamos a visita para conhecer a cidade, fiquei apaixonada pelo lugar, realmente um belíssimo município. 

Lá eu conheci um outro lado dele, que nessa altura da história já não me surpreendeu, ele entrou numa loja de bebidas alcoólicas e provou todas as bebidas disponíveis, só licor foi aproximadamente uns vinte sabores diferentes, pelo menos comprou quatro garrafas. Eu nunca o tinha visto beber.

Teve um momento em que fiquei a sós com o tio dele, e o mesmo me falou que o sobrinho era um bom homem, que ele valia a pena e eu não me arrependeria. Eu não me deixo influenciar por elogios de terceiros, principalmente parentes, mas até o momento ele não havia feito nada que mostrasse o contrário. Ele tinha seus defeitos, ser omisso era um deles, ser totalmente influenciado pelas tias, não conseguir guardar segredo, ser incapaz de pensar por si próprio, sempre buscava opinião dos outros, mas não eram defeitos de caráter, apenas de personalidade, e o namoro existe para avaliar o que se consegue relevar ou não.

No retorno para a casa do pai dele, eu estava tão cansadinha que queria dormir no carro, mas meu namorado não deixava, ficava me cutucando, mas só tinha um jeito de me manter acordada: pegar na rola dele. Só tinha o tio e a esposa no banco da frente, e nós dois atrás, a estrada escura sem iluminação alguma, não deu outra, meti a mão e bati uma punheta pra ele ali mesmo. Só não chupei porque se eles olhassem para trás e vissem iriam achar que sou tarada, e eu não sou tarada não; tá bom, sou um pouquinho, mas sou moça de família. 

Retornamos, já havíamos jantando antes, só tomamos um banho e fomos dormir, a casa tinha outros quartos vazios, mas dormimos na mesma cama, a tia dele não gostou da ideia pela cara que fez:

-Tem certeza que você vai dormir com ele?

-Sim, tenho. 

-Não tem perigo não? 

-Não tem não.

Cansada igual eu tava, tadinha de mim, não oferecia perigo algum. 

Inclusive ele não me deixou dormir no carro justamente por isso, para que eu não quisesse transar com ele de noite e desse sossego. Quem perdeu foi ele de trepar bem gostoso na casa do pai, correr o risco de sermos flagrados, alguém escutar, garanto que teria sido muito excitante. 

Dormi, e durante a noite meu amigo ligou, ainda bem que eu não vi, se eu tivesse escutado eu teria atendido, já que não transando nada me impediria de atender um telefonema e conversar com meu amigo, mas eu apaguei de tanto sono. 

Acordei com ele passando a mão no meu corpo por baixo da camisolinha, ficamos um pouco na cama, mas não houve penetração, claro porque ele não quis.  Provocou, provocou e não me comer. Levantei e tomei um banho frio pra despertar e abaixar a temperatura -apagar o fogo mesmo. 

Tomamos o café da manhã, saímos para dar uma volta, e voltamos na hora do almoço, após o almoço fomos assistir um filme, dessa vez dormimos no sofá. Acordamos e fomos arrumar as nossas coisas para voltar, estava sendo muito legal, além da cidade ser muito linda, e a família dele bem receptiva, na verdade nós estávamos precisando dessa viagem, um tempo distante, gostaria de ter ficado mais tempo, mas ele tinha os compromissos dele. Nós despedimos e saímos de lá por volta das 17h. 

Em um momento da viagem o tio dele ligou, e eu escutei quando ele me elogiou, disse que desejava que fossemos felizes e que esperava receber o convite de casamento em breve. A essa altura, também cheguei a pensar que isso seria uma possibilidade. Mas simplesmente, não foi. 


A Pecadora e o PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora