Cap 3- Reencontro!!!

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(Foto na Mídia: Arnold)

Isabel:

Sinto o avião pegar vôo, olho pela pequena janelinha, voar me dá a sensação de ser livre, talvez dê uma pequena liberdade.

-Não vejo a hora dessa ceninha acabar, tenho mais o que fazer do que bancar a família feliz.-Arnold diz ao meu lado.

Olho de canto para ele, não me atrevo dizer nada, ainda me pergunto como pude me enganar tão facilmente com ele.

-Vê se não se esquece Isabel, somos noivos, temos 3 dias com aquela família chata sua, não coloque nada a perder, ou vai sofrer as consequências, entendeu?.-um arrepio gelado alcança minha espinha com sua fala.

-Si...sim.

Fecho meus olhos, finjo dormir, é sempre assim quando estou ao seu lado, tento me afastar o máximo e não fazer nada que o desagrade.
O tempo de viajem passa rápido, nem o vi passar pelo fato de conseguir realmente dormir a viajem toda. Visto um casaco, sei que minha cidade é fria.
Saímos do avião e sinto seus dedos esmagaram os meus.

-Hora do show.-diz em um pequeno sorriso forçado.

Sorrio quando vejo meu irmão, Felipe está alí, do seu lado posso ver Bella, minha cunhada continua tão linda como eu lembrava.

-Isa.-meu irmão diz a me envolver em um abraço.

-Fe.-retribuo seu abraço e meus olhos se enchem d'água.

Como eu queria ficar alí, com eles...

-Como está cunhado?.-Arnold diz apertando a mão de meu irmão e o abraçando.

-Muito bem, e vocês?

-Melhor impossível, não é querida?.-meu sangue esfria.

-Sim.-sussurro com um sorriso falso.

-Isabel, já estava com saudades.-Bella me abraça carinhosa.

-E eu então? Onde estão meus sobrinhos?

-Ficaram com minha mãe, como vamos passar a noite de natal na casa de seus pais, hoje eles estão passando o dia com os meus pais.

-Aah sim, entendi.

-Vamos?.-meu irmão chama e concordamos.

O caminho percorrido de carro é de aproximadamente meia hora, quando chego na porta de casa suspiro e respiro longamente.
Como eu queria que ela estivesse aqui comigo.

-É bom estar em casa.-digo com os olhos úmidos.

A porta se abre, minha mãe aparece, continua a mesma, cabelos castanhos claros, elegante, sorriso acolhedor, parece que nunca envelheceu.

-Isa? Filha.-com os olhos lacrimejados ela vem até mim e me abraça.

-Oi mamãe.-a abraço apertado.

Dona Tereza sempre foi a melhor mãe, protetora cuidadosa, nunca poderei reclamar, nem dela nem do meu pai André, sempre foram o melhor para mim, e sinto que os decepcionei.

-Está ainda mais bonita minha filha, senti saudades de você, foram seis meses de muita saudade.
-Olá Arnold.-minha mãe comprimenta em um aceno de cabeça, ela não gosta dele, e eu fico pensando porque não foi assim comigo dês de o início.

-Olá dona Tereza.

-Cadê meu pai? Também estou com saudades dele.

-Aquele está no trabalho, sabe como é... Como amanhã já é Natal, para poder ficar com a família amanhã todo o dia e poder ficar na ceia, teve de ir trabalhar hoje.

-E eu estou indo ajudar, tenho que voltar para lá, tchau amor.-beija os lábios de Bella que sorri.

-Tchau, não se atrase para me buscar, temos que ir na casa de minha mãe buscar as crianças e os arrumar para a ceia.

-Pode deixar querida.
-Não quer vir comigo Arnold? Não teve chance de conhecer a empresa daqui de Nova York.

-Claro, vamos.-ele me olha como se quisesse passar um aviso.
-Tudo bem se eu for querida?

-Claro.-respondo seca e ele beija meus lábios em um singelo selinho que me dá nojo, porém não deixo nada transparecer.

-Então vamos entrar meninas.-minha mãe chama.

O resto da tarde é agradável, conversamos, contamos sobre nossas vidas profissionais, falamos dos meus sobrinhos que fizeram seis anos mês passado, e que infelizmente eu não pude estar no aniversário.
Quando a noite cai eu subo para o quarto que vou dividir com Arnold, tomo um banho, penteio meus cabelos, coloco um vestido branco com detalhes dourados, algo simples mas ao mesmo tempo sofisticado. Depois de me arrumar desço e encontro Arnold adentrando a sala junto de meu pai.

-Minha garotinha.-meu pai sorri e me envolve.

-Oi papai.

-É bom ver você, está linda.

-Obrigada.-sorrio.

Minha mãe aparece toda arrumada.

-Vai se arrumar André, já deveria estar pronto, onde está Felipe?

-Já foi querida, eles iam buscar as crianças e voltam mais tarde um pouco.

-Vou tomar um banho também.-Arnold beija minha bochecha e sobe escada a cima.

-Irei me arrumar também, depois conversamos filha.

-Tudo bem papai.

Fico sozinha na sala, resolvo tomar um ar, talvez fico mais tranquila. Caminho para o jardim, me encosto em uma pequena ponte que passa por cima de um lago artificial no jardim, minha mãe adora essas coisas. Resolvo ligar, aproveito que estou longe daquele homem, provavelmente irá demorar horas naquele banheiro, sei que no horário da ceia não terei tempo de ligar.
O telefone chama, uma, duas, três vezes, e então Lola atende.

-Olá Isabel, desculpa não ligar, é que estávamos ajeitando as coisas para nossa própria ceia.-sorrio tristemente com a sua fala.

-Tudo bem, só tenho medo que Arnold descubra que temos contato, mas agora ele está longe de mim.

-Quer falar com ela?

-Se tiver como...

-Tem, saiu do banho agora a pouco, agora estava me ajudando a finalizar a sobremesa, mas não para de falar em você, vou chamá-la.-espero ansiosa.

-Oi?.-escuto sua voz calma e empolgada pelo telefone e meu coração se enche de amor.

Antes que eu possa responder sou interrompida por uma voz que vem de trás de mim.

-Bel?

Desligo o telefone no susto e enxugo uma lágrima que tinha caído de meu olho. Quando me viro a calmaria me atinge.

-Oi Rodrigo.-sorrio para a imagem daquele homem lindo na minha frente, é tão bom ver ele.

-É bom te ver novamente.-diz chegando mais perto.

-Digo o mesmo.-respondo com o coração na boca.

Sem esperar ele se aproxima de mim e me envolve em um abraço, um abraço tão caloroso, carinhoso, me sinto protegida naqueles braços.
Quem eu queria enganar quando disse que tinha uma queda por ele? Quem eu quis enganar ao dizer que foi uma paixonite minha?
Não, Rodrigo tinha sido muito mais que isso, eu o amei, amei dos meus quinze a vinte anos, cinco malditos anos tentando fazer com que o mesmo me notasse, tentando fazer o melhor amigo do meu irmão me enxergar... Mas não, nunca fui retribuída, amei sozinha, e o vendo agora em minha frente, estando em seus braços... Posso dizer que ele foi meu primeiro e único amor. Não o culpo, ele tinha visões diferentes das minha, talvez nunca tenha notado minhas investidas de adolescente.

Ele poderia ter me notado, talvez tudo estivesse bem, tivesse tomado outros eixos, mas as coisas seguiram por outro caminho, e ele me vê apenas como a irmãzinha do seu amigo, e eu? Me vejo presa a alguém que não amo, e obrigada a reprimir o amor de uma vida.

"O tempo passa, mas os sentimentos prevalecem, as mágoas se alimentam, e a angustia nos toma para ela"

"Um Amor Para Dois"Onde histórias criam vida. Descubra agora