Cap 7- Não diga que me ama!!!

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Isabel:

A noite fria avisa que já está na hora de me arrumar, tremo, tremo por medo de ser descoberta. Arnold parece estar em um sono pesado, mas estou apreensiva com tudo que aconteceu nas últimas doze horas.
Rodrigo insinuou que gosta de mim? Como assim? Eu sempre mostrei vestígios de meus sentimentos por ele, porém ele nunca me olhou, e agora diz que gosta de mim e pede um encontro? Minha cabeça gira com tudo isso. Não dá mais, em outros tempos eu estaria pulando de alegria, mas agora? Neste momento vidas foram modificados após cinco anos e não posso ignorar isso, não posso ignorar a pessoa mais importante da minha vida.

Foco Isabel, é apenas uma conversa. É o que penso enquanto me arrumo o mais rápido possível.
Desço as escadas às pressas, Arnold não acorda fácil, ainda mais depois de algumas taças de wisk, é o que tento forçar minha mente a acreditar.
A noite fria me cobre quando abro as grandes portas e atravesso o jardim repleto de flores noturnas e coloridas.
Quando chego na calçada me olho, acho que está bom, um vestido mais quente e botas, nada demais, até porque irá ser uma curta conversa, e definitiva... Espero.

-Jesus.-sussurro baixinho ao avistar o carro de Rodrigo se aproximar.

Ele desce do carro e contorna o mesmo vindo a meu encontro com um sorriso indiscutível. Porque ele está sorrindo? Ele não pode sorrir assim para mim, torna tudo mais difícil.

-Demorei?.-pergunta pegando em minha mãos e beijando minha bochecha.

Me afasto após sentir aquele pequeno choque que só sinto com o mesmo.

-Não, só diga o que quer por favor.-peço o mais fria possível.

Ele me olha, seu sorriso morre e me olha com olhos baixos e tristes.

Não príncipe, não olhe assim, assim não.

-Vamos estão?.-ele abre a porta do carro.

-Pode conversar aqui? Prefiro.-olho pra mansão a fim de conferir se ninguém nos vê.

-Uma conversa, é o que te peço, você concordou Bel.

-Ok.-entro no carro e respiro fundo.

O percurso é feito em silêncio, olho em direção as ruas o tempo todo e não tenho coragem nem mesmo de perguntar para onde estamos indo.
Vejo quando aproximamos de um lago, por algum motivo temos essa conexão com lagos, me acalma e me sinto bem perto dos mesmos. Ele estaciona o carro e antes de sair do mesmo tira uma manta vermelha, duas taças e uma garrafa de vinho do banco de trás.

-Vem.-ele me chama e eu o sigo.

Paramos no gramado de frente ao lago, as estrelas inundam o céu com seus brilhos, e a lua cheia reluz a noite escura.

-Só um estante.-diz forrando o chão e se sentando.

-Bem pensado senhor Montenegro.-sorrio me sentando ao seu lado.

Ele abre a garrafa de vinho, parece ser bom, talvez caro, nunca a vi antes...

-De Marttino?-pergunto enquanto ele serve as taças.

-Sim, um dos melhores vinhos que já experimentei, Italiano para ser mais exato.

-Não sabia que era amante de vinhos.-sorrio.

-Nem eu até conhecer esses.-me entrega uma taça e eu a provo, realmente muito bom.
-Esse é o Vincenzo, já ganharam altos prêmios com este.

-Aposto que o preço é alto.

-Em momentos especiais vale uma regalia.-me lança um olhar caloroso e eu me sinto desconfortável.

-Acho melhor ser rápida nossa conversa, Arnold está dormindo e não pode sonhar que saí da mansão.

"Um Amor Para Dois"Onde histórias criam vida. Descubra agora