— Não aconteceu nada Yasmin, eu já disse.
Minha amiga me encara irônica, os braços cruzados.
— Ah tá bom, e você espera mesmo que eu acredite nisso com vocês dois com uma beiçola daquele tamanho?
Estamos as duas sentadas em sua cama, descansando o almoço enquanto nos deliciamos de dois copos grandes de sorvete. Desde o churrasco de ontem Yasmin não sai do meu pé, não sei como fui tão idiota de pensar que ela não havia percebido considerando que a conheço melhor que ninguém e sei o quão perspicaz ela é quando o assunto é ser minha cupido. Não quero dizer a verdade ainda pois, além de que sei que ela nunca mais vai sair do meu pé tentando me juntar com ele, não tenho certeza se quero repetir a dose. Eu não sei, estou confusa, mas somos tão diferentes, e tem tanto coisa em jogo que não quero perder se tudo der errado, é muita pressão.
— Agora você já tá inventando, filhote de cruz credo. — Digo, ela me empurra levemente, acabo rindo de sua feição emburrada.
Pego mais uma colher do meu maravilhoso flocos e como, fazendo uma dancinha em comemoração ao quão gostoso isso está, minha amiga repete o ato, só que com seu chocomenta. Raspo até o final do copo e, quanto estou satisfeita de que acabou, jogo fora na lixeirinha do quarto e volto a me deitar. O celular de minha amiga vibra no colchão, atraindo nossa atenção. Yasmim leva a última colher de seu sorvete a boca e coloca o copo no criado mudo ao lado para ver o motivo de notificações de seu celular.
— Bora, levanta, dona Vera está pedindo pra buscarmos umas encomendas.
Ela afasta as cobertas e pega o copo para joga-lo corretamente no lixo, já eu me aninho mais entre os tecidos. Yasmin quando vê que não a acompanho coloca as mãos na cintura, me observando.
— Tá doida que eu vou sair daqui. — Digo como se fosse óbvio.
— Por favor, vamos comigo.
Implora juntando as mãos em um triângulo, pidona. Apenas sussurro um "não", depois de insistir mais e ver que eu realmente não vou ela desiste.
— Chata. — Me taca uma almofada. — Já volto.
Yasmin deixa o quarto e eu sorrio vitoriosa, me afofando entre as almofadas e aproveitando o ar ligado. Mexo no celular por um tempo até a sede por conta do doce chegar, desço até a cozinha pegando um copo de água geladinho. Bebo tudo com vontade, e depois lavo o copo para colocá-lo no armário. Viro, preparada para sair da cozinha mas me sobressalto ao encontrar Felipe encostado no batente da porta, me encarando.
— Que susto, garoto. — Ponho a mão no peito, me recuperando.
Ele levanta as mãos em rendição.
— Calma pequena, tá devendo?
Felipe caminha até a geladeira e coloca um copo de refrigerante para si, o bebendo sem quebrar nosso contato visual. O silêncio se instala, troco o peso de uma perna para a outra, desconfortável, ele é o primeiro a quebrar.
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AMOR NO ALEMÃO [MORRO] #1
Подростковая литератураAlice é uma menina forte que já suportou muita coisa na vida, como ser maltratada e humilhada constantemente por seu progenitor. Com um pai viciado e moradora do morro do alemão, ela é uma menina com um passado trágico e um presente mais doloroso ai...