#Capítulo Oito:

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Uma semana se passou desde o acidente

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Uma semana se passou desde o acidente. Durante esse tempo não vimos Alice se quer uma vez, fiquei puto, achando que o hospital estava negligenciando nossa presença, porém descobrimos que foi uma escolha dela. Ela não quer nos ver, e isso me preocupa.

- Você vai se machucar. - Aviso a minha irmã sentada ao meu lado na cadeira de plástico, olhando para os corredores hospitalares com a mente perdida.

Seguro sua mão para impedí-la de continuar a roer as unhas, entrelaçando com as minhas em um aperto reconfortante.

- Eu já estou machucada.

Yasmin diz, sei que ela não se refere a suas unhas, que já estava ao ponto de ver o sabugo, e isso aperta meu coração. Minha irmã está péssima. Só deixa o hospital quando a obrigamos a ir comer e descansar, mas passa o dia todo aqui sentada em busca de notícias, eu e dona Vera revezamos pra não deixá-la sozinha. Isso só infla mais meu ódio por aquele verme, culpado por toda situação. Nesse tempo o deixei de molho nas mãos carinhosas dos meus vapores, se é que entendem minha ironia, enquanto estou aqui. Minha prioridade é minha família, preciso ter certeza que estão bem antes de eu entrar em cena. Não tenho pressa, deixe-o que sofra lentamente, não me preocuparei com o relógio, afinal, eu já me aqueci e me certifiquei pessoalmente de que ele não vai a lugar nenhum. Afasto os pensamentos quando Yasmin levanta abruptamente, acompanho seu olhar e encontro Gomes se aproximando, também me levantando alarmado. Geralmente é a enfermeira Mariana que nos atende, o doutor não aparece sem ser necessário.

- Alguma coisa aconteceu, doutor? Ela está bem? - Minha irmã pergunta rapidamente, apreensiva.

Doutor Gomes suspira, arrastando o óculos para trás com o dedo indicador.

- Eu não queria ter que recorrer a isso, já que não temos permissão da paciente, mas creio que precisamos da ajuda de vocês.

Travo o maxilar. Algo está errado.

- O que aconteceu? - Pergunto, contendo o desespero pra obter novas informações.

- Não estamos tendo bons resultados. - Meu coração palpita. - A paciente se recusa a comer, se levantar, tomar as medicações. - Umideço meus lábios secos. - Como profissionais temos que agir, introduzir a sonda alimentar, mas, mesmo sendo um processo evasivo, queremos tentar todas as opções primeiro.

Droga, que merda está acontecendo?Sou impedido de falar pelo aperto de Yasmin em meu ombro, me usando como apoio. Minha irmã está mais pálida que papel, seu peito sobre e desce em busca de ar enquanto lágrimas escorrem por seu rosto. A ajudo a sentar na cadeira, me abaixando em sua frente, a socorrendo.

AMOR NO ALEMÃO [MORRO] #1Onde histórias criam vida. Descubra agora